Considerado um fracasso, o leilão de blocos de petróleo e gás realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) ontem (7/10) teve o pior resultado da história do país em número de blocos arrematados. O certame também foi o segundo pior em relação ao valor de arrecadação e foi realizado sob protesto de entidades ambientais. A arrecadação em bônus de assinatura chegou a apenas R$ 37,14 milhões.

Entre os 92 blocos levados a leilão, 77 não receberam nenhuma oferta, inclusive os 14 blocos da Bacia Potiguar, localizada próximo a áreas de preservação ambiental, como o Parque Nacional de Fernando de Noronha e o Atol das Rocas. O menor número de blocos arrematados na história dos leilões da ANP antes de ontem havia sido 12, em duas ocasiões, em 1999.

De acordo com especialistas, atividades de extração de petróleo nessas regiões prejudica equilíbrio ambiental.

“Essas áreas têm importância ecológica de manutenção da biodiversidade, mas também da manutenção do modo de vida das populações tradicionais”, defende a especialista sênior em políticas públicas do Observatório do Clima e ex-presidente do Ibama,
Suely Araújo.

Os 92 blocos ofertados encontravam-se distribuídos em 11 setores das bacias Campos, Potiguar, Pelotas, e Santos. Os cinco blocos arrematados pertencem à Bacia de Santos, largamente explorada há anos. Os blocos das outras áreas, no entanto, não atraíram interessados.

O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, no entanto, negou que o leilão tenha sido um fracasso e afirmou que “podemos considerar que foi um sucesso” (o certame). Ele tampouco relaciona a falta de interesse das empresas aos possíveis impactos ambientais.

“Importante lembrarmos e termos em mente que esta rodada teve foco em novas fronteiras exploratórias, ou seja, áreas com muitos riscos exploratórios para as empresas, risco de perfurarem e não encontrarem acumulações de petróleo cuja produção seja viável”, afirmou Saboia ao minimizar o resultado do leilão.

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