O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, fechou 2021 com a maior taxa acumulada anual desde 2015: 10,06%. Naquele ano, o IPCA ficou em 10,67%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve forte influência dos preços dos combustíveis.

Em 2020, o IPCA foi de 4,52%. Desde 2015, a inflação não ultrapassava a faixa dos 10% e não estourava a meta. O índice de 2021 acabou bem cima do teto da meta para o ano, que era de 5,25%.

Por norma, o Banco Central deve escrever uma carta pública explicando as razões do índice. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, encaminhou ao ministro da Economia Paulo Guedes, uma carta em que enumera as causas do estouro da meta. De acordo com ele, os fatores que causaram os índices são a forte elevação dos preços de bens, em especial os preços de commodities; a bandeira de energia elétrica escassez hídrica, acionada em setembro devido à crise energética e os desequilíbrios entre demanda e oferta de insumos, o que gerou gargalos nas cadeias produtivas globais.

Para que a meta fosse devidamente cumprida, o IPCA poderia ficar entre 2,5% e 5,25%. O objetivo central oficial era de 3,75%. O mercado financeiro estava mais otimista, e estimou uma inflação de 9,99% para 2021, atestou a última pesquisa Focus do Banco Central.

Transportes, habitação e alimentação lideram a lista

A inflação do setor de habitação subiu 13,05%, seguida pela de
alimentação e bebidas. Mas a liderança, de fato, ficou com o setor de transportes, inflacionado em 21,03%. Juntos, esses três grupos responderam por 79% do IPCA de 2021.

“O grupo dos transportes foi afetado principalmente pelos combustíveis. Com os sucessivos reajustes nas bombas, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021. Já o etanol subiu 62,23% e foi influenciado também pela produção de açúcar”, disse o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.

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