O Brasil apresenta hoje um número recorde de trabalhadores subocupados: 7,5 milhões, de acordo com o IBGE. Desse total, 38% possuem ensino médio e 14%, superior. O levantamento é da consultoria IDados, baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do segundo trimestre de 2021. Ou seja, mais da metade dos subocupados têm ensino médio completo ou superior completo. De acordo com a pesquisa, a maior parte dos subocupados gostaria de trabalhar mais horas na semana.

A sondagem mostra que o contingente brasileiro de trabalhadores subocupados está cada vez mais escolarizado. Trata-se de uma nova tendência, já que a maior parte dos subocupados pertencia, historicamente, aos trabalhadores menos qualificados, com ensino fundamental incompleto. Os brasileiros com mais escolaridade passaram a ocupar esse espaço nos últimos anos. No segundo trimestre de 2016, por exemplo, a soma dos subocupados entre aqueles que completaram o ensino médio e superior chegava a 42%.

De acordo com a pesquisadora do IDados, Mariana Leite, a volta ao mercado de trabalho no pós-pandemia tem ocorrido em cargas horárias mais baixas.

“Esse movimento pode ter acontecido por dois fatores. Primeiro, quem se manteve no mercado teve a carga horária de trabalho reduzida. Então, o empregador ou até a pessoa que atua como conta própria diminuiu o número de horas trabalhadas”, explica.

O dado também revela que o país tem sido incapaz de se beneficiar da qualidade da mão de obra de sua população.

“Isso é muito ruim do ponto de vista de produtividade. São vários trabalhadores que não estão conseguindo desenvolver o seu maior potencial”, alerta a pesquisadora.

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