Mesmo com o crescimento acima do esperado do PIB, a queda da renda do brasileiro continua. A economia nacional cresceu 1,2% de janeiro a março, em comparação ao quarto trimestre, segundo o IBGE, acima do esperado pelos especialistas. Porém, devido ao desemprego recorde e à alta da inflação, a renda do brasileiro caiu 10%.

A renda da população deve continuar sob pressão por mais tempo, explica Daniel Duque, pesquisador do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). A renda média per capita (por pessoa) do brasileiro foi de R$ 1.065 no primeiro trimestre de 2021, o que representa uma queda de 10% em relação à renda média R$ 1.185 de igual período de 2020. Foi o quarto trimestre seguido de queda da renda na comparação anual.

O desemprego recorde, ou seja, a oferta de mão de obra, acaba reduzindo a oferta salarial no mercado de trabalho, o que impede a melhora da renda da maior parte da população. Já a a inflação tem sido puxada pelos preços dos alimentos da cesta básica, dos combustíveis, do gás de cozinha e da energia elétrica.

“Como há muitas pessoas procurando emprego, isso diminui as pressões salariais”, observa Daniel Duque.

A maior queda aconteceu no segundo trimestre de 2020: 12%. No terceiro e quarto trimestres de 2020, o recuo continuou na mesma faixa, em 11%.

O levantamento foi feito pelo pesquisador do Ibre-FGV com base na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua do IBGE.

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