A tendência de recuperação do emprego que havia começado em julho de 2020 perdeu força neste início de ano. É o que mostra o Indicador Antecedente de Emprego, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O índice caiu 2,2 pontos de dezembro para janeiro, e cedeu 0,5 ponto em médias móveis trimestrais, para 84,5 pontos. Os números interromperam a tendência de alta iniciada em meados de 2020.

“A queda do IAEmp em janeiro sugere uma perda de ritmo da recuperação do mercado de trabalho”, explica Rodolpho Tobler, economista do FGV-IBRE.

A provável desaceleração da atividade econômica no primeiro trimestre e o elevado nível de incerteza ainda não permitem que seja possível imaginar uma melhora desse indicador no curto prazo, avalia Tobler.

O Indicador Coincidente de Emprego (ICD), que indica a situação atual do desemprego, recuou 3,8 pontos em janeiro, para 98,8. Em médias móveis trimestrais, no entanto, houve alta de 0,8 ponto, para 100,3 pontos – maior nível desde março de 2017 (101,3 pontos).

“Os próximos resultados podem confirmar se houve uma inversão da tendência, mas o fim dos programas do governo, a dificuldade que alguns setores ainda encontram na recuperação e a piora dos números da pandemia ainda não sugerem uma expectativa positiva para os próximos meses”, analisa o especialista da FGV.

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