O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou várias vezes, durante o primeiro ano (2019) do governo Jair Bolsonaro, que o preço do botijão de gás poderia cair pela metade, lembrou a imprensa.
Em junho de 2019, quando o valor médio chegava a R$ 69,24, Guedes declarou que a quebra de um monopólio daria um “choque de energia barata”. Metade daquele valor ficaria em cerca de R$ 35.
“Estamos dando um choque da energia barata, quebrando um duplo monopólio, tanto na extração e refino quanto na distribuição do gás. Vamos reindustrializar o país em cima de energia barata. Essa maior competição em petróleo e gás, aceleração do ritmo de extração desses recursos naturais vão acabar chegando no botijão de gás da família, diminuindo em 30%, 40%, até 50% o custo do gás lá no final da linha”, dissera Guedes na ocasião, após reunião com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Entretanto, as previsões de Guedes não se confirmaram. O gás de cozinha atualmente é vendido a R$ 90 em São Paulo, e os preços do botijão dispararam em todo o país nas últimas semanas.
Venda de subsidiária da Petrobras não reduziu os preços
O ministro havia declarado que a redução de preço do botijão seria possível com mais concorrência no setor. Em novembro daquele ano (2019), a Petrobras vendeu a Liquigás, uma subsidiária e
distribuidora de gás liquefeito, para um consórcio liderado pela Copagaz e Itaúsa, braço de investimentos do Itaú Unibanco.
O preço do gás varia de acordo com os mercados. Além disso, o dólar em alta contribui para elevar ainda mais o preço do produto importado para o Brasil.
A atual direção da Petrobras alega que políticas de intervenção de preços adotadas no passado trouxeram prejuízos e não deveriam ser feitas para reduzir o valor do botijão.
“O passado já nos deu boas lições sobre isso. Prejuízos para a Petrobras, endividamento, menos investimento, menos empregos e menor arrecadação de impostos para o Estado brasileiro”, declarou a empresa, que reajustou, em 6 de janeiro, o preço do gás de cozinha para as distribuidoras pela 11ª vez nos últimos nove meses.