O ministro das Finanças do Reino Unido, Philip Hammond, confirmou nesta segunda-feira que o governo renunciará à meta de alcançar um superávit orçamentário em 2019-2020, para sustentar a economia para o “Brexit”.

Em seu discurso diante do congresso anual do Partido Conservador, Hammond anunciou que planeja estimular o investimento público, mas advertiu que isso não significará o fim das medidas de austeridade, pois continuará “a consolidação fiscal”, porém com “outro ritmo”.

O discurso do ministro das Finanças ocorreu depois que a primeira-ministra britânica, Theresa May, confirmou ontem que ativará antes do fim de março de 2017 o artigo 50 do Tratado de Lisboa, o que dará início às negociações para a saída da União Europeia.

Hammond explicou que a perspectiva do “Brexit” significa que “é preciso mudar” a política econômica do governo conservador anterior, liderado pelo primeiro-ministro David Cameron, que tinha como prioridade eliminar o déficit nesta legislatura, com um superávit em 2020.

“Necessitamos de um novo plano para as novas circunstâncias”, disse o ministro, que afirmou que buscará a disciplina fiscal “de uma maneira mais pragmática” e com outro calendário, que ele vai especificar quando apresentar seu orçamento preliminar antes do fim deste ano.

Em um discurso anterior, o ministro de Comunidades, Sajid Javid, anunciou a criação de um fundo de 3 bilhões de libras (R$ 12,67 bilhões) que serão destinadas a empréstimos e ao investimento direto em novos imóveis e infraestruturas, com o objetivo de contar com 25 mil novas habitações em 2020.

Hammond, que defendeu a permanência do Reino Unido na UE no referendo de junho, garantiu que trabalhará para conseguir “o melhor acordo possível” com a União Europeia “para as empresas e os trabalhadores” britânicos.

O ministro das Finanças ressaltou que o conceito-chave que o governo deverá ter em mente durante as negociações será o de “controle”, “controle sobre as leis e sobre as pessoas que entram no país”, e antecipou que o processo de separação do bloco “será complexo” e repercutirá com altos e baixos na economia.

Contudo, Hammond ressaltou que o Reino Unido “sairá da União Europeia” nos termos expressados pelo eleitorado e assegurou que “não haverá um segundo referendo”.

Fonte: Exame

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