GDF define regras ambientais para atividades urbanas e de infraestrutura

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), assinou o Licenciamento Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC), procedimento padronizado pelo GDF para atividades industriais. A instrução normativa tem o objetivo de trazer mais agilidade, reduzindo burocracia e custos para empreendedores e empresas nas atividades urbanas e de infraestrutura que têm baixo impacto ambiental. Inicialmente, serão 20 atividades passíveis de serem desempenhadas por meio do LAC (confira lista no fim da matéria).

De acordo com o GDF, os licenciamentos que se encaixarem nessa modalidade vão passar por uma análise diferenciada e padronizada, com condicionantes pré-estabelecidas pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram). Segundo o órgão, se a atividade interessada aderir a todas as condicionantes, de forma integral, a emissão da licença ocorrerá em até 30 dias. Caso não cumpra qualquer uma delas, haverá o cancelamento da licença.

Ibaneis destacou que, desde o seu primeiro mandato, o governo tem conseguido “destravar a cidade”. “Antes, tínhamos uma dificuldade muito grande com os licenciamentos ambientais. Isso trazia um atraso muito grande para a nossa cidade, o que gerava desemprego, mão de obra desocupada e vários projetos paralisados”, afirmou.

O governador ressaltou que, a partir de 2019, não houve mais problemas de licenciamento ambiental. “Estou muito satisfeito com o trabalho que estamos desempenhando na área ambiental. Não temos mais problemas com os licenciamentos”, avaliou. “Todas as regras estão claras. Não recebo reclamações do empresariado e da sociedade civil, em relação àquilo que vem acontecendo na área do meio ambiente. Isso nos dá muita tranquilidade para que a gente possa avançar, cada vez mais, com o desenvolvimento da nossa cidade”, reforçou.

Ibaneis também disse que, com o apoio de todo o setor produtivo, está trabalhando para melhorar o desempenho do Distrito Federal, na questão do crescimento econômico. “Temos feito isso sem nenhuma acusação de dano ambiental. Isso é muito importante, porque temos que preservar a cidade, que é a capital da República e que foi eleita, recentemente, como a capital mais bonita e mais segura para se viver no Brasil”, observou.

Guilherme Machado, José Aparecido (C) e Ibaneis Rocha no Buriti

O evento contou com a presença de autoridades, como o presidente do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Roney Nemer, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-DF), José Aparecido Freire; e o presidente do Correio, Guilherme Machado. Roney Nemer explicou que a criação da padronização ocorreu após a constatação de que as atividades que são corriqueiramente necessitadas de licenciamento ambiental tinham muita similaridade, tanto na demanda quanto nos problemas ambientais que poderiam surgir.

“Agora, criamos as condicionantes, e o empresariado que quiser a licença ambiental vai ao Ibram, assina um termo de compromisso, que são várias medidas pré-determinadas, e vamos acompanhar, passo a passo, a instalação”, comentou Nemer. “É o que a gente defende como desenvolvimento sustentável. Dessa forma, a gente consegue dar uma resposta rápida, preservando o meio ambiente, mas desenvolvendo e gerando emprego também”, acrescentou.

Nemer comentou que o ruim é quando o Estado demora para liberar e, muitas vezes, as obras começam sem o licenciamento ambiental. “Isso atrapalha a fiscalização e prejudica muito o meio ambiente, pois, às vezes, reparar um dano ambiental é muito pior”, avaliou. “Quando a gente faz um jogo combinado, em que o empresariado nos procura, assina um termo de compromisso com a gente com uma lista de ações que precisam ser tomadas antes da implantação, vai ser muito melhor para toda a sociedade e, principalmente, para a natureza.

José Aparecido Freire, presidente da Fecomércio-DF, afirmou que a assinatura é muito importante para o setor produtivo. “Dá segurança jurídica, agilidade e o empresário cria mais motivação para fazer investimentos”, observou. “É claro que a gente tem que preservar (o meio ambiente), mas também precisamos evoluir, para que a gente possa gerar emprego e renda, e é o que está acontecendo”, destacou Freire.

Para o diretor de Meio Ambiente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), Luciano Alencar, a norma vem dizer como deve ser o controle ambiental. “Com tudo claro, os dois lados (empresariado e governo) estão cientes e é só cumprir. Ou seja, você vai fazer a pavimentação e vai ter todo o controle ambiental, atmosférico, da alienação pluvial e das erosões. Tudo vai estar discriminado, e o empreendedor já sabe o que deve ser feito”, detalhou.

Com as novas regras, esses segmentos poderão ter mais agilidade na concessão de licenciamento ambiental

Alencar também explicou que, na prática, a partir dessa instrução normativa, as empresas não precisam submeter os projetos para análise de impactos ambientais. “Seria como se a obra já tivesse o licenciamento desde o início, só que com o compromisso de cumprir as regras para mantê-lo”, observou.

Ele destacou ainda que, quem quer investir, tem que saber as regras, e, se elas estão discriminadas em uma resolução, deixa muito claro que deve ser feito e cumprido. “O que não pode é um empreendimento achar que vai poder fazer dano ambiental e não mitigar esse impacto de alguma forma. Isso tudo está esclarecido, a partir de agora, e o investidor vai poder começar a obra e cumprir (as regras). Caso não cumpra, vai sofrer as penalidades, e a gente acha isso justo”, afirmou o diretor do Sinduscon-DF.

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Por que bolsas de valores estão derretendo no mundo todo

Bolsas de valores na Europa e na Ásia despencaram nesta segunda-feira (5/8) diante da previsão de desaceleração da economia dos Estados Unidos.

A bolsa de Tóquio, no Japão, caiu 12%, no pior resultado em 37 anos, desde a chamada “segunda-feira negra” de outubro de 1987.

Em Londres, o índice FTSE 100 abriu 2,3% mais baixo, enquanto o Euronext 100 caiu 3,5%. Bolsas em Taiwan, Coreia do Sul, Índia, Austrália, Hong Kong e Xangai também caíram.

As criptomoedas também caíram. O Bitcoin caiu para cerca de US$ 50.000, seu menor nível desde fevereiro.

As quedas foram consequência da divulgação de dados fracos sobre a geração de empregos nos EUA, que provocou preocupações sobre a maior economia do mundo.

Ao mesmo tempo, o iene tem se valorizado em relação ao dólar americano desde que o Banco do Japão aumentou as taxas de juros na semana passada, tornando as ações em Tóquio mais caras para investidores estrangeiros.

Desaceleração dos EUA

Especialistas atribuem as especulações sobre a desaceleração da economia americana como uma das causas para o derretimento das bolsas em todo o mundo.

Os temores foram gerados pela divulgação nos EUA de uma série de indicadores econômicos mais fracos do que o esperado.

Dados oficiais de emprego mostraram que os empregadores dos EUA criaram 114 mil vagas de trabalho em julho, bem abaixo da expectativa de 185 mil, enquanto a taxa de desemprego aumentou.

As previsões sobre geração de emprego para maio e junho foram revisadas para baixo.

Grandes empresas americanas como Amazon e Intel também relataram resultados financeiros que foram consideradas decepcionantes.

Os números levantaram preocupações de que o boom de empregos de longa duração nos EUA pode estar chegando ao fim.

Ao mesmo tempo, o Federal Reserve, banco central dos EUA, adiou o corte das taxas de juros na semana passada, em contraste com outros bancos centrais, como o Banco da Inglaterra.

Nesse contexto, há temores de que a economia dos EUA desacelere, apesar dos dados mais recentes mostrarem que ela se expandiu a uma taxa anual de 2,8%.

Shanti Kelemen, diretora de investimentos da M&G Wealth, explicou ao programa Today da BBC que a divulgação desses dados na última sexta-feira (2/8) assustou muitos investidores em todo o mundo.

Devido ao fuso horário, o mercado japonês já estava fechado quando os indicadores foram publicados. “Estamos vendo o Japão reagir às coisas que aconteceram na semana passada”, disse.

Valorização do iene

Especialistas atribuem as especulações sobre a desaceleração da economia americana como uma das causas para o derretimento das bolsas em todo o mundo

No entanto, Kei Okamura, gerente de portfólio baseado em Tóquio na empresa de investimentos Neuberger Berman, disse que na Ásia “a liquidação foi instigada pela forte valorização do [iene] à medida que os investidores globais se tornaram cautelosos com os lucros corporativos japoneses, especialmente os de exportadores como montadoras”.

A moeda japonesa se fortaleceu mais de 10% em relação ao dólar americano no último mês.

Um iene mais forte torna os produtos japoneses mais caros e, consequentemente, menos atraentes para potenciais compradores estrangeiros.

O Banco do Japão elevou as taxas de juros na semana passada para o nível mais alto desde a crise financeira global em 2008.

A inflação no Japão aumentou mais do que o esperado em junho, enquanto a economia encolheu nos primeiros três meses do ano devido a um iene mais fraco e aos gastos familiares pobres.

Os mercados de ações também já estavam preocupados com os altos custos de empréstimos e perturbados por sinais de que uma alta de longa duração nos preços das ações, alimentada em parte pelo otimismo sobre a inteligência artificial, pode estar perdendo força.

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Poder, dinheiro e medo: como Maduro mantém apoio de militares na Venezuela

“Leais sempre, traidores nunca”, gritou um grupo de quase 20 militares da alta patente ao redor do ministro da Defesa da Venezuela, o general Vladimir Padrino López, após um breve discurso na terça-feira (30/7).

Um dia depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou a recondução do presidente Nicolás Maduro ao cargo por mais seis anos, López fez um discurso para rechaçar os questionamentos do resultado da eleição e os protestos da oposição nas ruas, reafirmar a vitória do líder venezuelano e reforçar “absoluta lealdade” ao sucessor de Hugo Chávez, padrinho político de Maduro.

“Estamos diante de um golpe de estado elaborado pelos fascistas da extrema direita e apoiado pelo imperialismo norte-americano”, afirmou o general.

Sua mensagem faz ecoar o que o próprio presidente Nicolás Maduro havia afirmado na segunda-feira (29/7): “Estão tentando impor na Venezuela um golpe de Estado novamente de caráter fascista e contra revolucionário”.

Passadas mais de 96 horas do encerramento da eleição, que ocorreu no domingo (28/7), as atas com os registros dos votos ainda não foram apresentadas. O site do CNE segue fora do ar, e o governo diz que investigará um suposto “ataque hacker” ao sistema eleitoral.

Neste contexto, em que os holofotes internacionais se voltam para o país sul-americano com dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral e contestação do resultado apresentado, a mensagem de López marca a posição dos militares, leais ao regime — que dá a Maduro um importante respaldo em um momento em que sua reeleição e seu governo são duramente questionados no país e no exterior.

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil apontam, basicamente, três pilares que sustentam essa fidelidade dos militares ao governo: poder, ocupando cargos importantes e uma política robusta de ascensão dentro dos quartéis; dinheiro, controlando setores importantes do país, como de petróleo e minério; e medo, já que são alvos de rechaço e sanções em caso de oposição ao regime.

A Guarda Nacional leva manifestantes detidos nesta terça-feira (30/7) em Caracas

O papel dos militares no Chavismo

Os militares ganharam mais força e poder ainda durante o governo de Hugo Chávez, entre 1999 e 2013.

Já no primeiro ano de governo, Chávez promulgou uma Constituição que garantia, dentre outras coisas, o direito ao voto e à disputa de cargos eletivos aos militares.

“Naquele momento, eles passaram a ter força política ativa, com intervenção direta, controlando postos-chave do Estado, além de empresas de setores importantes como o minério e o petróleo”, explica Rafael Villa, professor venezuelano de Ciências Políticas e Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP).

Adriana Marques, professora de Relações Internacionais e coordenadora do Laboratório de Estudos de Segurança e Defesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ressalta que “toda a trajetória dos militares na Venezuela está muito vinculada ao chavismo”.

No entanto, em 2002, a tentativa de golpe sofrida por Chávez mostrou que era preciso dar mais poder às Forças Armadas, segundo analistas ouvidos pela BBC News Brasil.

A tentativa de destituição, que durou dois dias, partiu também de uma ala militar, descontente com o autoritarismo exercido pelo presidente.

“Chávez conseguiu sobreviver porque, de um lado, fez uma depuração nas Forças Armadas, e, por outro, incorporou os militares em funções políticas e sociais, diz Villa.

“As principais estatais foram para as mãos dos militares, como, por exemplo, a [petrolífera] PDVSA, que está sob controle militar desde 2004. É uma forma de cooptação muito eficiente.”

Quando Maduro assumiu a Presidência, logo após a morte de Chávez, em 2013, ele deu continuidade a essa política de parceria com os militares.

Nomeou generais em cargos de confiança e manteve um sistema de promoção dentro das Forças Armadas como forma de garantir o apoio dentre líderes militares.

Padrino López, fiel ao regime desde Chávez

“A Venezuela tem hoje a maior quantidade de generais do mundo”, diz Villa.

De acordo com o especialista, são cerca de 1,3 mil generais, dentro de um contingente entre 95 mil a 150 mil oficiais, segundo o ministério da Defesa do país.

“Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, é algo como 800 generais. No Brasil, são cerca de 650. Isso mostra o uso da ascensão como forma de barganha.”

O reconhecimento também os levou a ocupar o alto escalão do governo. Um levantamento feito pela BBC News Brasil mostra que cerca de um terço dos 34 ministros de Maduro hoje são militares.

Eles ocupam cargos estratégicos, como o Ministério do Petróleo e o Despacho da Presidência, além da Defesa.

O general López é ministro de Maduro há uma década. Mas sua fidelidade ao regime vem de antes.

Ainda coronel, permaneceu fiel a Chávez na tentativa de golpe em 2002. Depois disso, tornou-se chefe da Defesa e, depois, comandante das Forças Armadas até ser nomeado ministro por Maduro, em 2014.

Militares sob Maduro

“Maduro é a face visível de um regime que é essencialmente militar, mas fala-se pouco dos militares no sentido de que eles não são cobrados [pela população]”, diz Oliver Stuenkel, analista político e professor de relações internacionais na Fundação Getúlio Vargas (FGV), que já viveu na Venezuela.

“De certa forma, Maduro é o para-raios de um regime militar. E, ao mesmo tempo, os militares estão faturando muito.”

Javier Corrales, cientista político especialista em América Latina e Caribe da Universidade de Amherst, nos Estados Unidos, acrescenta que, geralmente, os militares acabam sendo poupados da atuação em repressões a manifestações populares.

“E isso faz com que as Forças Armadas não sintam que têm tanto sangue nas mãos”, diz Corrales, autor de Autocracy Rising: How Venezuela Transitioned to Authoritarianism (Autocracia em ascensão: Como a Venezuela fez a transição para o autoritarismo, em tradução livre) e co-autor de Un dragón en el Trópico (Um dragão no Trópico), que destrincha o populismo de Chávez e analisa toda a história contemporânea da Venezuela.

A convocação das Forças Armadas para conter as manifestações nas ruas neste momento seria, portanto, uma exceção.

O cientista político aponta também para a existência de um serviço robusto de vigilância dentro dos quartéis que sustenta a lealdade dos militares.

“As forças coercitivas durante todo esse tempo aderiram ao regime porque há muitas organizações e também — é importante dizer — muitas forças cubanas inseridas nelas e que descobrem qualquer problema que pode estar acontecendo lá dentro”, diz Corrales.

“Por isso, há um medo [por parte dos militares] de que se descubram os complôs lá dentro, porque há uma inteligência interna muito grande.”

María Corina Machado tenta cumprimentar uma militar mas é ignorada, no dia da eleição

Corrales explica que Chávez e o ex-presidente cubano Fidel Castro fizeram um acordo para monitorar chavistas e não chavistas e detectar possíveis pontos de dissidência.

“A Venezuela é a nova União Soviética de Cuba, no sentido de ser sua principal fonte de petróleo e outros subsídios”, explica o especialista.

Esse acordo de monitoramento é feito então, de acordo com Corrales, para que Cuba não perca sua principal fonte de petróleo.

Esse serviço de inteligência nas Forças Armadas atua para que, ao menos aparentemente, a corporação mantenha-se fiel a Maduro. Isso porque os que não são, acabam presos.

Foi o que aconteceu no início deste ano, quando dez militares e policiais foram condenados a 30 anos de prisão por “conspiração, terrorismo e associação para cometer um crime”, segundo informou na época a advogada do grupo, María Alejandra Poleo.

De acordo com a ONG Foro Penal, metade dos 305 presos políticos hoje no país são militares.

Há chance de ruptura?

Devido ao crescente poder político e econômico exercido pelos militares hoje na Venezuela, os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil afirmaram ser muito difícil uma ruptura com o regime de Maduro.

“O único cenário possível de imaginar [uma ruptura] seria se tivessem milhões e milhões de venezuelanos mobilizados nas ruas, e os militares escolherem não confrontar esses cidadãos”, diz Stuenkel.

“Mas, ainda assim, já tivemos situações como essa no passado, e os militares ficaram do lado do regime.”

Para o analista, até mesmo as armas diplomáticas parecem ter se esgotado.

“A comunidade internacional não pode fazer mais do que já fez. A Venezuela já sofre sanções, e os Estados Unidos não querem ampliá-las, porque isso pode elevar o preço da gasolina e, logo, interferir na inflação”, explica Stuenkel.

Já Brasil e Colômbia, países que até agora eram vistos como peças importantes em um possível xadrez conciliatório, têm pouca influência de fato, na avaliação do especialista.

“É bom o Brasil e a Colômbia se manifestarem [sobre o resultado da eleição], mas se você olhar para a relação comercial desses países com a Venezuela, fica evidente que eles não possuem uma influência enorme”, diz Stuenkel.

“Além disso, o Brasil não usa a ameaça de sanções, então, na prática, as nações mais influentes hoje são os Estados Unidos, China, Rússia, Cuba e depois vem Brasil e Colômbia”, explica ele.

Além disso, a Venezuela depende pouco do Brasil, porque já que é um grande exportador de petróleo “que perfeitamente consegue viver sem uma relação funcional com o Brasil”.

Rafael Ioris, professor de história e política latino-americana na Universidade de Denver, nos Estados Unidos, diz que uma ruptura é improvável, porque os militares “estão encastelados no aparelho do Estado”.

“Precisaria haver uma ameaça muito forte [de forças internacionais] para que rompessem”, diz Ioris.

Um cenário hipotético, de acordo com Ioris, seria um rompimento por parte da Rússia, que tem na Venezuela a sua principal porta de entrada para o armamento russo na América Latina.

Ou com a China, que comprou grande parte da dívida venezuelana, razões pelas quais ambos os países saíram em apoio ao resultado proclamado por Maduro na terça-feira (30/7).

“Mas ainda assim, precisaria de um grau muito alto de mobilização nas ruas, e mesmo assim não garantiria um rompimento do regime.”

Saída pela oposição

Além de não reconhecer o resultado, a líder da oposição, María Corina Machado, incitou os militares a apoiarem o movimento de rechaço.

“É dever das Forças Armadas fazer respeitar a soberania popular. Isso é o que esperamos. Não vamos aceitar a chantagem de que a defesa da verdade é a violência.”

A esse cabo de guerra político soma-se o ingrediente popular das manifestações nas ruas.

Venezuelanos contrários ao regime de Maduro que seguem vivendo no país — quase 8 milhões já foram embora — protestam em diferentes pontos do país.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou que ao menos 749 pessoas já haviam sido presas.

Pelo menos 12 pessoas morreram nas manifestações, segundo um comunicado conjunto de organizações de direitos humanos.

Segundo o general López, um sargento morreu e dezenas de militares estão feridos.

Em um contra-ataque, Maduro convocou seus apoiadores a irem ao Palácio Miraflores, manifestarem-se a seu favor.

E, contrariando a expectativa de María Corina, anunciou o uso das forças armadas e de policiais para conter a oposição nas ruas, escalando, ainda mais, a tensão, o que levou Edmundo González a pedir que os militares não reprimam o “povo”.

“Senhores das forças armadas: não há razão alguma para reprimir o povo de Venezuela, não há razão alguma para tanta perseguição”, disse ele diante de apoiadores em Caracas na terça-feira.

Apoiadores de Maduro ouvem seu discurso no Palácio Miraflores, nesta quarta-feira

Rafael Villa afirma que um caminho mais viável seria a oposição tentar dialogar com as Forças Armadas.

“Um processo de transição política na Venezuela hoje tem que levar em conta os militares, e a oposição tem feito isso de maneira muito errônea, chamando para respeitar os resultados, por exemplo”, afirma.

Ele menciona a cena em que María Corina Machado tentou cumprimentar militares ao chegar em seu local de votação no domingo (28/7) e foi ignorada.

“Isso é muito simbólico e mostra a grande desconfiança que os militares ainda têm pela oposição”, afirma Villa.

“E, claro, reflete também os temores de perder os privilégios que eles têm”.

Corrales também ressalta que há militares muito leais a Maduro e que desprezam a oposição.

“Mas isso é típico, ainda mais na Venezuela, onde houve uma ideologização e a corrupção dos militares”, diz Corrales.

O apoio ao regime, no entanto, não é monolítico. “Desde 2002, a cúpula militar tem sofrido um processo de expurgo constante onde só sobrevivem aqueles que são capazes de manter-se fiéis ao regime”, afirma Villa.

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Superquarta sem surpresa no mercado tanto no Brasil quanto nos EUA

Em mais uma “superquarta” de decisões dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos, Comitê de Política Monetária (Copom) e Federal Open Marketing Comittee (Fomc), respectivamente, foi confirmada, ontem, de forma unânime, a manutenção dos juros básicos tanto aqui quanto na terra do Tio Sam, como esperado pelo mercado.

Nos EUA, o Federal Reserve (Fed) manteve a taxa básica dos títulos do Tesouro norte-americano no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano pela oitava reunião consecutiva. Após a reunião do comitê, o presidente do Fed, Jerome Powell, confirmou a possibilidade de o ciclo de queda dos juros começar na próxima reunião, nos dias 17 e 18 de setembro — mesmo dia da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro.

A confirmação de que os juros norte -americanos podem cair no curto prazo animou os investidores no mercado de ações do país no mercado interno e externo. A Bolsa de Valores de São Paulo (B3), por exemplo, fechou com alta de 1,2%, para 127.651 pontos.

No comunicado, após divulgar a manutenção da taxa básica da economia (Selic) em 10,50% ao ano, o Copom reforçou que o cenários internos e externos demanda “cautela” e manteve a preocupação com a piora do quadro fiscal — mesmo após o governo ter publicado o decreto com um corte de R$ 15 bilhões nas despesas do Orçamento deste ano. A medida é considerada insuficiente para o cumprimento da meta fiscal e do novo arcabouço, de acordo com especialistas em contas públicas.

O colegiado afirmou na nota que segue monitorando “com atenção” como os desenvolvimentos recentes da política fiscal e reafirmou a importância de uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribuir na condução da política monetária, ancorando as expectativas de inflação e reduzindo dos prêmios de risco dos ativos financeiros.

O documento reafirmou que a política monetária “deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno da meta”, de 3% ao ano. “O Comitê se manterá vigilante e relembra que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, acrescentou.

Reações

Logo após o término da reunião do Copom, entidades empresariais também comentaram o assunto. Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lamentou a decisão e a classificou como “preocupante”. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) ainda ressaltou que a manutenção da taxa Selic “reflete o cenário atual de incertezas econômicas e pressões inflacionárias”. Para a entidade, “o principal entrave para a retomada sustentável do ciclo de cortes de juros é a incerteza quanto ao equilíbrio das contas públicas”. “Embora o recente anúncio de congelamento no Orçamento de 2024 tenha gerado certo alívio, a ausência de uma agenda estrutural de corte de gastos eleva o risco-país, desvaloriza a moeda local e deteriora as expectativas inflacionárias”, acrescentou a nota.

O economista-chefe do Banco Daycoval, Rafael Cardoso, avaliou que o Copom foi mais duro do que o esperado e, mesmo com o Fed sinalizando que poderá reduzir os juros na próxima reunião, os diretores do BC brasileiro ainda deixaram a porta aberta para uma possível alta da Selic. Na avaliação dele, em grande parte, isso ocorre devido ao cenários doméstico e externo adversos, além do fato de o mercado de trabalho estar mais aquecido do que o esperado, o que também gera pressões inflacionárias.

“No comunicado, o BC coloca a ideia de que, eventualmente, o cenário de subir os juros não é desprezível. Ainda não é o nosso cenário base, porque vai depender dos acontecimentos futuros, mas a comunicação do Copom deixa a porta aberta para a alta da Selic”, afirmou. Ele lembrou que, pelas projeções do Banco Central, no cenário alternativo, uma Selic a 10,50% não é suficiente para que a inflação volte para o centro da meta (de 3%) neste ano e em 2025. “E, por isso, o BC pode, eventualmente, ter aberto essa porta caso precise voltar a subir a taxa de juros”, explicou.

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, destacou que o cenário tende a continuar mais turbulento para 2025 e 2026. “Isso já vai dificultar a atuação do Banco Central e justifica a manutenção da Selic em 10,50% durante bastante tempo. O próximo movimento de mudança nos juros, provavelmente, vai demorar para acontecer e não deve ocorrer neste ano, que tem eleições nos Estados Unidos e uma possível recessão no país norte-americano”, afirmou.

O economista da MB acredita que, como a probabilidade de queda da Selic é muito pequena, os juros no Brasil devem continuar ao redor dos 10% ao ano ao longo dos próximos dois anos e meio.”É esse o cenário de Selic que temos hoje e ao longo do mandato do atual governo Lula, com risco de ele continuar reclamando dos juros o tempo inteiro, sem fazer o trabalho necessário para resolver a questão fiscal, que é o grande nó e a grande dificuldade para o BC conseguir baixar a taxa de juros neste momento”, frisou Vale.

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Fake news é maior preocupação dos eleitores, mostra pesquisa

A proximidade das eleições municipais revela uma das grande preocupações que afligem os governos e os cidadãos brasileiros: as fake news. A 16ª pesquisa do Observatório Febraban, realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), divulgou dados inéditos sobre a disseminação de notícias falsas durante as eleições.

Para 73% dos brasileiros, as fake news são o principal problema durante as eleições e 88% dos eleitores acreditam que as penas deveriam ser mais severas para o candidato que dissemina ou se beneficia da notícia falsa. A punição mais defendida (52%) é a impugnação da candidatura e a multa em dinheiro (14%).

A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 4 de julho de 2024, quando foram entrevistadas 3 mil pessoas das cinco regiões brasileiras sobre os interesses, preferências e expectativas nas eleições municipais. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estipulou o dia 16 de agosto para o início das propagandas eleitorais gerais. Antes desta data, qualquer publicidade ou manifestação com pedido de voto é passível de multa. A partir de 30 de agosto até 3 de outubro, os candidatos terão direito à propaganda eleitoral gratuita em rádio e TV.

Os resultados mostram que os meios mais utilizados para se informar sobre as eleições são a televisão (37%) e as redes sociais (30%), já os meios digitais em conjunto representam 42% dos meios de informação. Sobre as fake news, mais da metade (59%) da população brasileira diz já ter recebido algum tipo de notícia falsa, e 30% dizem ter se sentido prejudicado pela informação. Além disso, 25% declaram já ter bloqueado ou terem sido bloqueados por alguém ou grupos de WhatsApp por causa de conflitos relacionados aos candidatos, e 59% dos que vivenciaram os bloqueios acreditam que isso vai se repetir este ano.

O levantamento ainda mostra que, mesmo sem as definições dos candidatos, 36% dos entrevistados já declararam ter feito a escolha para os candidatos a prefeito. Outros 29% disseram, no entanto, que só irão decidir o candidato na reta final, depois do último debate. Além disso, 68% da população dizem “saber bem” e 25% “mais ou menos” sobre as atribuições das administrações municipais, estaduais e federais.

De acordo com o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, os dados representam algum entendimento por parte da população da estrutura federativa, além da proximidade dos candidatos com os cidadãos dos municípios.

“Os resultados naturalmente refletem a maior proximidade dos cidadãos com o município, dada a vivência direta com a prestação de serviços nos seus bairros e comunidades”, avalia. “Os dados evidenciam o entendimento da estrutura federativa pela população: enquanto o gestor local é responsável pela administração direta dos serviços públicos, o chefe do Executivo Federal desempenha papel central no gerenciamento do país, na execução de políticas públicas nacionais e, sobretudo, na condução da economia, que se traduz em condições de emprego, renda e controle da inflação”, completa.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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Tesouro: estimativa é de espaço fiscal de R$ 55 bi no Orçamento de 2025

O subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal, David Rebelo Athayde, explicou nesta sexta-feira (26/7) que com o indicador de Receita Líquida Ajustada (RLA), usado para definir o limite anual de despesas no Orçamento da União, o governo terá um espaço fiscal em torno de R$ 55 bilhões em 2025. O RLA de junho, segundo ele, garante avanço de despesa de 2,5% no ano que vem.

O RLA fechou junho em 5,78%, divulgou o Tesouro Nacional nesta sexta-feira. Criado para suavizar o efeito das variações de receitas não previsíveis sobre os limites de despesas do novo arcabouço fiscal, o indicador de RLA expurga fontes voláteis, como aquelas obtidas com concessões, dividendos, royalties, recursos não sacados do PIS/Pasep e com programas especiais de recuperação fiscal. Considerando apenas o recolhimento de tributos que são mais aderente à evolução da atividade econômica, a ideia é garantir uma base mais confiável e perene para o crescimento das despesas.

Athayde explicou ainda que o avanço nas despesas registrado pelo Tesouro Nacional no mês de junho se deu por efeitos calendário em pagamentos referentes ao Rio Grande do Sul e à antecipação do 13º salário do INSS. O principal efeito calendário que ainda resta é a terceira parcela do 13º do INSS, no valor de R$ 24,2 bilhões em junho de 2024.

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Ranking de Práticas LGBTQIA+: Natura, Banco do Brasil, TIM, Dasa e Mercado Livre se destacam entre empresas inclusivas

Inclusão LGBTQIA+ nas grandes empresas brasileiras está em crescimento, impulsionada por líderes em diversos setores

Um levantamento recente sobre as práticas de inclusão LGBTQIA+ das 100 maiores empresas brasileiras trouxe à tona líderes surpreendentes nos setores de cosméticos, saúde, tecnologia, bancário e telefonia. Realizado pelo Integridade ESG em parceria com a Fundação Getúlio Vargas e a Knewin, a maior empresa de gestão de dados da América Latina, o estudo revelou que Natura, Dasa, Mercado Livre, Banco do Brasil e TIM compõem o top 5 do ranking.

A pesquisa, que utilizou inteligência artificial para mapear iniciativas, ações, anúncios, investimentos e projetos relacionados à inclusão LGBTQIA+, analisou centenas de milhares de registros ao longo de 2023. Foram consultados mais de 550 veículos de notícias brasileiros, repositórios de dados de órgãos governamentais e da sociedade civil, além de informações abertas online. Um sistema de IA baseado em machine learning atribuiu valores às ações positivas e negativas, gerando uma medição precisa. A avaliação final contou com uma banca de especialistas em IA, programadores, e associações LGBTQIA+ e de Saúde Mental.

Kaká Rodrigues, cofundadora da consultoria Div.A Diversidade Agora!, comenta que os segmentos líderes refletem uma diversidade de abordagens e estratégias para promover a inclusão LGBTQIA+. “São todas empresas referências, não apenas no seu setor, e com grande potencial de liderar uma retomada nas ações e investimentos em DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão), arrefecidos nos últimos anos”, avalia.

Estratégias de Inclusão das Empresas Destaques:

Natura

Liderando o ranking, a Natura é reconhecida por suas campanhas inclusivas nas redes sociais, retratando casais homossexuais. Desde 2019, a empresa enfrentou críticas e protestos, mas manteve seu posicionamento firme, como na campanha de lançamento da linha #ColeçãoDoAmor. A marca também desenvolve produtos e embalagens pensando em todos os gêneros, fortalecendo seu compromisso com a inclusão.

Dasa

Em segundo lugar, a Dasa foca em estratégias corporativas, marcando presença em editorias de economia e negócios. Com comitês específicos e grupos de afinidade, a empresa estimula e apoia iniciativas internas de diversidade. Participa de frentes como o Fórum de Empresas e Direitos LGBTQIA+ e a Rede Empresarial de Inclusão Social, destacando-se no LinkedIn por seu posicionamento pela diversidade.

Mercado Livre

O Mercado Livre, terceiro colocado, promove ações afirmativas tanto no ambiente virtual quanto no mundo real. A empresa patrocina paradas do orgulho gay e promove campanhas digitais com artistas renomados como Pabllo Vittar, aumentando o engajamento com a causa LGBTQIA+.

Banco do Brasil

O Banco do Brasil se destacou ao retomar, em 2023, investimentos na causa LGBTQIA+ após quatro anos de distanciamento. Sob a liderança da presidente Tarciana Medeiros, a primeira mulher e LGBT a ocupar o cargo, o banco lançou a campanha “LGBTQIA+ Cidadania” e criou um Conselho Consultivo de Diversidade, Equidade e Inclusão.

TIM

A TIM investe na cultura e no ambiente digital, incorporando elementos das bandeiras LGBTQIA+ em suas campanhas e logotipos. A empresa lançou um aplicativo de emprego voltado para profissionais LGBTQIA+ e patrocina paradas gay, reforçando sua imagem como uma empresa inclusiva.

Visibilidade e Ações Corporativas

Rodrigues destaca que a visibilidade midiática e as ações corporativas em prol da inclusão LGBTQIA+ são sinais de progresso. No entanto, ela alerta para a necessidade de planejamento estratégico e políticas internas robustas para garantir a continuidade e autenticidade dessas iniciativas.

Carlos Assis, CEO do Instituto Philos Org, reforça a importância da diversidade para a saúde mental, destacando que um ambiente inclusivo é fundamental para a segurança psicológica. Ele observa que, embora a agenda de diversidade tenha ganhado destaque, muitas empresas ainda limitam suas ações a campanhas de comunicação. Assis defende a necessidade de programas de formação para líderes, utilizando conceitos de Psicologia, Filosofia e Arte para criar um ambiente organizacional verdadeiramente inclusivo.

Em resumo, a inclusão LGBTQIA+ nas grandes empresas brasileiras está em crescimento, impulsionada por líderes em diversos setores. Para garantir que essas iniciativas sejam duradouras e impactantes, é essencial um compromisso genuíno das lideranças e a colaboração com a comunidade LGBTQIA+.

Fonte: Brasil 247

Após saída de Prates, ações da Petrobras têm a maior queda diária desde março

Após a demissão do ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que deixou o cargo após um ano e quatro meses à frente da estatal, as ações da petrolífera tiveram a pior performance em mais de dois meses. O valor dos papeis preferenciais (PETR4) – sem direito a voto, mas com prioridade no recebimento de dividendos – caiu 6,04%, a R$ 38,40, enquanto que os ordinários (PETR3) – com direito a voto – tiveram uma queda ainda maior, de 6,78%, a R$ 40,02.

O valor das ações da empresa vinha em um movimento progressivo de recuperação, após a queda forte no dia 8 de março, após a decisão do Conselho da Petrobras que bloqueou o pagamento de dividendos aos acionistas. Um mês depois, o mesmo conselho aprovou, sob o aval do presidente Lula e de Prates, a distribuição de 50% do lucro líquido remanescente do 4º trimestre do ano passado.

A aprovação do pagamento aumentou o desconforto de membros do governo e, principalmente, do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que chegou a declarar que as divergências que existem entre os dois são “públicas e pontuais”. O chefe da pasta defendia o bloqueio total dos dividendos. O novo nome para assumir a estatal já foi aprovado pela Petrobras – a ex-diretora da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard.

Diante disso, o valor de mercado da empresa teve uma queda de R$ 34 bilhões em apenas um dia, nesta quarta, e encerrou o pregão valendo R$ 509 bilhões. Foi a maior desvalorização da estatal desde o dia 8 de março, quando ela perdeu R$ 55,3 bilhões, com o valor de mercado fechando o pregão em R$ 473,7 bilhões.

O movimento de desvalorização já era esperado pelo mercado. “A saída do Prates já tinha sido especulada no início deste ano, mas a mudança foi repentina e um tanto surpreendente. Definitivamente é um ruído e “negativo” para as ações”, avalia o analista da VG Research, Luan Alves.

Para o analista da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima, as expectativas em torno do trabalho de Chambriard à frente da empresa estão baseadas na continuidade do equilíbrio das práticas de precificação alinhadas ao mercado, mesmo com as demandas políticas e sociais por preços mais acessíveis de combustíveis.

“Ela terá o desafio de gerir as expectativas do mercado financeiro e as demandas políticas, possivelmente introduzindo novas práticas que poderiam incluir uma abordagem mais flexível e talvez menos dependente das variações do mercado externo. De qualquer forma será uma missão difícil conciliar os interesses da empresa com os do governo”, considera.

A queda das ações da Petrobras puxou o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa / B3) nesta quarta-feira (15/5) para uma queda de 0,38%, aos 128.027 pontos. Tanto os papeis ordinários quanto os preferenciais foram os que tiveram a maior desvalorização no fechamento do pregão entre todas as ações listadas na B3.

Apesar disso, a queda da bolsa nesta quarta só não foi maior por conta da valorização de ações importantes, como a da Embraer (EMBR3), que subiu 5,63%, valendo R$ 38,97, e a da JBS (JBSS3), que atingiu R$ 27,19, com o aumento de 8,11% no valor da ação – o maior no pregão desta quarta.

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De Milei a Boric, líderes ‘outsiders’ das Américas enfrentam lua de mel mais curta, diz estudo

Os presidentes da Argentina, Javier Milei, e do Chile, Gabriel Boric, não poderiam estar em espectros políticos mais opostos. Enquanto um é um libertário que defende o Estado mínimo, o outro é um ex-líder de movimento estudantil de esquerda. Ambos, porém, têm em comum a lua de mel curta, resultado das consequências de ser um “outsider” antes de assumir o cargo, indica um estudo do Observatório Pulsar da Universidade de Buenos Aires (UBA).

A análise foi feita na esteira do marco dos 100 dias de Milei na Casa Rosada, trimestre que sacudiu a economia, a política e a sociedade argentina. Com isso, os pesquisadores analisaram os primeiros 100 dias de nove presidentes das Américas e concluíram que outsiders como Milei, Boric e Petro Castillo, agora ex-presidente do Peru, já começam com popularidade menor, geralmente abaixo dos 50%, e veem esse apoio ser corroído ao longo do tempo de maneira contundente.

Do outro lado da balança está Luiz Inácio Lula da Silva, no Brasil; Joe Biden, nos Estados Unidos, e Luis Lacalle Pou, no Uruguai, figurinhas carimbadas da política de seus países que, embora também veem seus apoios sendo corroídos pela impaciência popular, a velocidade é muito menor. Muito devido ao poder e experiência de diálogo de seus partidos com outros Poderes e bases políticas. Além disso, suas oscilações de apoio não costumam ser tão drásticas quanto as vistas entre os outsiders.

No meio deste caminho estão os “rebeldes”, aqueles que, pelas definições do observatório, vêm de partidos tradicionais ou possuem carreiras políticas anteriores, porém, prometem mudanças profundas ao chegar ao governo. É o caso de Gustavo Petro, na Colômbia, Andrés Manuel López Obrador (AMLO) no México e Guillermo Lasso, ex-presidente do Equador.

Estes costumam chegar ao poder com forte respaldo popular – Petro é uma exceção neste caso, já que sua vitória em 2022 foi apertada -, no entanto, o apoio vai caindo drasticamente ao longo do tempo, conforme as mudanças prometidas não chegam aos olhos da população.

Para a seleção dos presidentes, os pesquisadores determinaram que era necessário haver ao menos cinco estudos nacionais de opinião pública distintos com intervalos de publicação de cinco a 20 dias. Com este critério, ficaram de fora Luis Arce, da Bolívia, e Daniel Noboa, do Equador. Dina Boluarte também ficou de fora por representar uma continuidade do governo de Castillo.

Tanto Pedro Castillo quanto Guillermo Lasso já não comandam os seus países, mas fazem parte da análise por atenderem aos requisitos acima. Suas presenças, além disso, são significativas já que corroboram o resultado de um apoio popular em queda: Castillo foi preso depois de um golpe de Estado fracassado e Lasso matou o próprio governo em meio à crise política no país.

Todos vão mal

Um estudo anterior do mesmo observatório já mostrava uma realidade preocupante aos presidentes do continente: a paciência popular está muito mais curta depois da pandemia. Antes da crise sanitária, era comum os líderes começarem os seus mandatos com níveis altos de aprovação, acima de 70%.

Agora, porém, raramente os números passam de 50%, com vitórias eleitorais extremamente apertadas e sob um alto clima de polarização política.

A “lua de mel” dos primeiros 100 dias é um marco interessante a se observar porque dá o panorama do que esperar daquele governo nos próximos quatro ou cinco anos. Se chama assim porque costuma ser uma época em que os líderes recém-eleitos aproveitam de uma certa paciência popular, da imprensa e até da oposição antes de começarem as críticas.

Segundo a média contabilizada pela Pulsar, hoje os presidentes arrancam com cerca de 54,4% de aprovação no primeiro mês. Já no segundo, esse apoio cai para 48% e o terceiro fecha com 41,7%. Mas ao fazer a separação por carreira política, a discrepância apareceu.

Os “insiders”, ou políticos tradicionais, começam com uma média de 56,2% e terminam o terceiro mês com cerca de 55,2%. Já os rebeldes iniciam sob altas expectativas, com 66%, e minguam para 47,8%. Por fim, os outsiders já iniciam sob olhares desconfiados com apenas 43% de apoio e chegam ao terceiro mês com 32,1%.

“Enquanto os insiders foram os que menos variação tiveram em seus primeiros três meses de mandato, os rebeldes e os outsiders viram uma queda substancial dos níveis de apoio popular”, observa o relatório publicado no fim de abril.

O motivo, segundo o relatório, está nas estruturas partidárias (ou falta delas), bem como maior experiência de governo e de construção de bases de apoio. “Isso pode facilitar a implementação de políticas e a navegação pelo complexo cenário legislativo”, afirma a publicação.

Já os outsiders carregam consigo uma faca de dois gumes. Embora pareça, a princípio, que podem carregar maior respaldo popular pelas promessas drásticas de ruptura que trazem, convivem também com uma grande desconfiança por parte da sociedade. “A falta de experiência e o ceticismo sobre sua capacidade de manusear os mecanismos do governo podem erodir rapidamente o apoio se não conseguirem resultados tangíveis rapidamente”, aponta.

Os rebeldes, por sua vez, precisam lidar com a frustração popular, chegando ao poder com altíssimos níveis de expectativas já que, em tese, reúnem o melhor dos dois mundos: a experiência e o respaldo partidário com a promessa de mudanças drásticas. Mas são traídos pelas próprias promessas batendo na realidade. “Sua capacidade de manter altos níveis de aprovação depende criticamente de sua habilidade para cumprir promessas audaciosas”, diz o relatório.

Milei e a guerra contra a ‘casta’

O libertário Javier Milei chegou ao poder prometendo uma caça ao que chama de “casta”, ou seja, os políticos do mais alto escalão que não sentem os efeitos da dramática crise econômica do país. Economista que se fez famoso por seus comentários ácidos na televisão, ele caiu no gosto do público quando ainda era deputado ao doar seu salário.

Em seu discurso de posse, ele prometeu acabar com os privilégios da dita casta por meio de profundas reformas econômicas e de Estado. A realidade, porém, se mostrou outra. Para ter as reformas que prometia, Milei precisava conversar com legisladores, governadores e líderes de partidos, especialmente da direita. As conversas foram um fiasco.

Ao chamar políticos de “ratos” e “traidores”, Milei abriu uma guerra aberta no campo político enquanto sua população via seu poder de comprar secar em uma recessão econômica profunda e proposital.

O libertário começou o seu governo com uma média de aprovação de 47,9%, quase a quantidade de votos que recebeu no segundo turno. É a maior aprovação dentro dos outsiders, muito porque o governo anterior entregou o poder com inflações recordes, pobreza em escalada e enorme descrédito político.

Pedindo paciência à população com a promessa que após a piora da situação econômica haverá uma melhora, Milei tem conseguido manter seus níveis de apoio entre 43% e 49%. Chegou a cair na metade dos 100 dias, conforme a inflação bateu o recorde mensal em janeiro (25%) e a pobreza saltou para 57%, segundo projeções. Mas as boas notícias do primeiro superávit em 16 anos do país trouxe um alívio no fim da lua de mel, que parece ainda ter um tempo de vida útil pela frente.

Impopularidade de Boric

O ex-líder de movimento estudantil Gabriel Boric chegou ao poder depois dos históricos protestos de 2019 e após uma eleição polarizada com José Antonio Kast em 2021. Sua carreira política era curta antes da presidência, até porque ele tinha 35 anos quando venceu a eleição, sendo o presidente mais jovem já eleito.

Sua lua de mel, porém, já dava sinais das dificuldades que viria pela frente. Ele chegou ao poder com média de 43% de aprovação e registrou os índices mais baixos de todos os líderes analisados pelo Pulsar, com 31,8% entre os 50º e 75º dias de sua administração.

Sua agenda trazia uma forte proposta de guinada à esquerda de um Chile que via o renascer de uma direita mais radicalizada desde a ditadura de Augusto Pinochet. Sua maior promessa era a mudança na Constituição, que até agora não saiu devido a derrotas legislativas e em referendos.

A radicalização da mudança constitucional fez muitos chilenos rejeitarem a proposta do governo, que precisou retroceder. Boric deu muitos passos atrás, reformulando seu gabinete e buscando um discurso mais moderado.

Outro problema veio com o aumento da inflação no país e uma crise de segurança que o governo não tem conseguido lidar. Atualmente o problema da segurança é que o mais preocupa os chilenos, jogando o apoio a Boric cada vez mais para baixo. Hoje este número está em 24%, segundo dados da consultora Cadem, o mais baixo já registrado em seu governo. Mais de 50% dos chilenos dizem que não gostam de Boric.

Pedro Castillo e o autogolpe fracassado

De forma semelhante a Boric, o esquerdista Castillo chegou ao poder depois de uma eleição disputada voto a voto com a extremista Keiko Fujimori, filha do ditador Alberto Fujimori. Professor de escola primária rural, ele foi uma grande surpresa das eleições em um país que convive com uma intensa crise política e social desde os escândalos da Lava Jato em 2016.

Seus números de aprovação também são semelhantes aos do chileno. Começou o governo com média de 38,3% e completou 100 dias com 34,5%, tendo oscilado positivamente nos dias anteriores. Seu governo foi marcado por investigações de corrupção, troca constante de ministros e pedidos de impeachment.

O fracasso veio rápido. Pouco mais de um ano depois de eleito, em dezembro de 2022, Castillo foi preso depois de tentar um autogolpe de Estado. Sem qualquer apoio, seja político, popular ou militar, Castillo tentou dissolver o Congresso em meio a uma votação por sua destituição iminente.

Sua vice, Dina Boluarte, assumiu o cargo e permanece até hoje, mas não sem dificuldades, já que também enfrenta pedidos de impeachment, troca constante de gabinete, protestos com repressão policial e, mais recentemente, um escândalo envolvendo relógios de luxo. Mas, diferentemente de seu antecessor, ela conseguiu formar uma pequena maioria no Parlamento e por isso não caiu.

Lula, Biden, Lacalle Pou e o peso do aparato partidário

O estudo observa o peso da experiência política e do aparato partidário tradicional em cenários de grande polarização política, como é o caso de Brasil e Estados Unidos. “Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden são casos interessantes porque mostram o efeito positivo de serem insiders em momentos de alta polarização”, afirma o documento.

“São, ao mesmo tempo, dois casos interessantes porque foram eleitos após gestões presidenciais localizadas em suas antípodas ideológicas, como foram Jair Bolsonaro e Donald Trump. Os dois, inclusive, foram seus competidores em eleições presidenciais com altíssimos níveis de divisão política, social e eleitoral”, continua.

A aprovação de Biden praticamente não mudou, ficando entre 53% e 55% nos seus primeiros 100 dias. Lula chegou a oscilar entre 52% e 43%. Ambos lidaram com uma questão idêntica em seus primeiros dias de gestão (no caso de Biden, o dia de sua certificação): a invasão do Capitólio nos EUA e a invasão aos prédios dos Três Poderes em Brasília, o que pode ter contribuído em dar uma lua de mel mais amena.

As quedas, especialmente no caso de Biden que está para terminar seu mandato, vieram depois, conforme foram chegando os dados econômicos de suas gestões, bem como os embates políticos com o Congresso.

Já Luis Lacalle Pou é um caso à parte, pois conseguiu manter sua lua de mel por muito tempo, com níveis acima de 60%. Como já mostrou o Estadão com base em estudos anteriores, o uruguaio configura até hoje, no apagar das luzes de seu mandato, um dos presidentes mais populares da América do Sul.

Petro, Lasso e a frustração popular

O ex-guerrilheiro Gustavo Petro fez história quando foi eleito em junho de 2022, se tornando o primeiro presidente de esquerda da Colômbia. Ele chegou ao poder com a promessa de fazer reformas profundas na economia, na política e na sociedade colombiana, embora não tivesse maioria no Congresso e com um alto nível de desconfiança devido ao seu passado guerrilheiro.

Com sua ambiciosa promessa de “Paz Total”, ele chegou ao poder com 58% de apoio, alcançando o nível mais baixo 50 dias depois, com 47%. Sem conseguir avançar a sua reforma e com uma forte crise migratória de venezuelanos que fogem da ditadura de Nicolás Maduro, Petro tem hoje 60% de desaprovação, segundo pesquisa Invamer Poll de abril.

Guillermo Lasso é um caso curioso. Chegou ao poder com média de aprovação de 76%, a mais alta dos líderes avaliados, e terminou matando o próprio governo em uma medida que visava impedir o seu impeachment. Em meio a escândalos de corrupção, o então presidente decretou a “morte cruzada”, medida que dissolvia a Assembleia Nacional e o permitia governar por seis meses por decreto antes de novas eleições.

O país passou por novas eleições em outubro, em que foi eleito o empresário Daniel Noboa. A eleição foi marcada pela morte do candidato Fernando Villavicencio, que marcaria o início de uma escalada de violência que colocou o Equador em Estado de exceção e vem impulsionando políticas de segurança de Noboa.

Por fim, AMLO é o ponto fora da curva dos rebeldes, cuja taxa de aprovação nos primeiros 100 dias começou com 74% e até oscilou, mas nunca ficando abaixo dos 60%. O México passará por eleições em 2 de junho, onde a candidata de AMLO, Claudia Sheinbaum, é a grande favorita.

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Laura Carneiro será relatora de MP que destina mais de R$ 12 bi ao RS

A deputada Laura Carneiro (PSD-RJ) será relatora da medida provisória (MP) editada pelo governo na sexta-feira (11/5) que aloca mais de R$ 12 bilhões a órgãos federais para o apoio na reconstrução do Rio Grande do Sul (1.218/2024) ante o estado de calamidade causado pelas tempestades.

O texto destina a maior parte do recurso para o Programa Emergencial de Acesso a Crédito, criado pela MP 1.216/2024, R$ 4,95 bilhões. O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) receberá R$ 4,5 bi, por meio do Fundo Garantidor de Operações (FGO), e outros R$ 450 milhões são destinados a pequenas e médias empresas, aplicados em cotas do Fundo Garantidor para Investimentos (FGI). O Ministério dos Transportes terá R$ 1,18 bilhão para ser aplicado na recuperação e na restauração de rodovias federais no Rio Grande do Sul.

A MP destina ainda R$ 1,12 bilhão para o Ministério da Defesa. Os recursos vão custear o emprego das Forças Armadas em ações de proteção e defesa civil. Já a Saúde fica com R$ 931,81 milhões a ser usada em ações como pagamento de servidores, funcionamento de serviços ambulatoriais e hospitalares; compra e distribuição de medicamentos; procedimentos de média e alta complexidade; promoção, proteção e recuperação da saúde indígena; e fortalecimento do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e Ambiente.

A pasta da Integração e do Desenvolvimento Regional deve receber R$ 560 milhões para ações de proteção e defesa civil e outros R$ 497,79 milhões vão para o Trabalho aplicar no pagamento do seguro-desemprego no estado.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar deve destinar R$ 416,14 milhões do programa de Aquisição de Alimentos, voltado ao apoio de produtores rurais, agricultores familiares e cooperativas, à formação de estoques públicos.

A matéria também libera R$ 164,36 milhões para o Ministério das Cidades garantir o funcionamento dos sistemas de transporte ferroviário urbano de passageiros. O Desenvolvimento e Assistência Social deve receber R$ 156,7 milhões para diversas ações, como para distribuição de alimentos; apoio aos equipamentos de segurança alimentar e nutricional; e proteção social.

O Ministério da Agricultura e Pecuária fica com R$ 100 milhões, para a formação de estoques reguladores. A Educação deve aplicar R$ 25,89 milhões em alimentação escolar e outros R$ 46,1 milhões no programa Dinheiro Direto na Escola para a Educação Básica. O Ministério da Justiça e Segurança Pública deve receber um total de R$ 21,98 milhões. A verba vai pagar a indenização de servidores que trabalham em horário de folga, além de custear a atuação da Força Nacional de Segurança Pública e operações de policiamento e repressão ao tráfico de drogas no Rio Grande do Sul.

A MP, publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) no sábado (11), será analisada pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), composta de deputados e senadores, antes de ir à análise dos plenários da Câmara e do Senado.

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