Alta de juros: queremos pagar essa conta?

João Fukunaga*

O Brasil tem uma das maiores taxas reais de juros do mundo. Um preço alto demais para o desenvolvimento do país e sem benefício para a população ou para a economia, já que a medida tem se mostrado ineficaz para diminuir a inflação.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou, em sua última reunião, a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, elevando a taxa básica de juros da economia para 10,75%. É a segunda maior do mundo, perdendo apenas para a Rússia. Mas queremos mesmo pagar essa conta?

Na ata que justifica o aumento da taxa, o Copom enfatiza que a medida e a magnitude total do ciclo têm o objetivo de conter a inflação. Mas será que a medida funciona ou só prejudica o crescimento econômico do país? Para alguns especialistas, a teoria de que a taxa de juros precisa ser alta para combater a inflação está ultrapassada. Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia em 2001, declarou em uma entrevista que a “política de aumentar as taxas de juros reflete um diagnóstico errado da fonte da inflação, a resposta errada que vai ter um efeito significativamente adverso para a economia”.

O professor Paulo Feldmann, da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP), escreveu, em 2023, um artigo sobre como é errada a ideia de que aumentar a taxa de juros freia a inflação: “Após a crise financeira de 2008, ficou claro que essa teoria não funcionava, e a grande maioria dos países a abandonou. Hoje no mundo há diversos países que enfrentam altíssimas taxas de inflação, no entanto são raros os que usam uma taxa de juros equivalente à do Brasil”.

O princípio utilizado pelo Copom, que define a Selic, é relativamente simples. Se a taxa está alta, os empréstimos diminuem, o consumo é freado e a inflação também. Mas não é o que estamos vivendo. Mesmo com uma das maiores taxas de juros real do mundo, a inflação no Brasil continua alta. Isso até poderia ser visto como positivo para um fundo de pensão como a Previ. Se, no passado, títulos como NTN-B pagavam cerca de 3%, agora rendem taxas parecidas com o atuarial, chegando a 6% além da inflação. Ou seja, a remuneração dos títulos é igual, e até supera, o retorno mínimo necessário para o cumprimento das obrigações previdenciárias.

O cenário de alta na taxa de juros permite aos fundos de pensões intensificar o trabalho de imunização de seu passivo para proporcionar mais segurança para os investimentos, principalmente em planos de benefícios maduros com a maior parte dos associados recebendo aposentadoria ou pensão.

Mas para seguir esse caminho, há um preço alto a ser pago. Os fundos de pensões investem prioritariamente no mercado brasileiro. De todos os ativos, um pequeno percentual está no exterior. Ainda mais importante: o propósito da Previ também está aqui, no Brasil. A razão da nossa existência é pagar benefícios para 200 mil associados — no ano passado, foram pagos mais de R$ 16 bilhões em benefícios. Queremos cuidar do futuro dessas pessoas. Como fazer esse trabalho investindo em dívidas do governo, em vez de escolher pelo desenvolvimento do país?

As consequências do aumento da taxa são pesadas para o Brasil. Quando a Selic sobe, os juros pagos pelo governo sobre sua própria dívida também aumentam. Com juros mais altos, o custo de rolar a dívida fica mais caro, pressionando o orçamento público. O desembolso do Estado para o pagamento dos juros é de R$ 28 bilhões por ano.

Esse dispêndio aumenta o deficit fiscal. Investimentos que poderiam ser feitos em áreas como saúde, educação e infraestrutura acabam sendo destinados ao pagamento de juros. Com mais recursos sendo direcionados para o pagamento de juros, há menos espaço para aumentar gastos ou reduzir impostos, o que pode ser necessário em momentos de desaceleração econômica.

A taxa de juros alta tira o apelo de desempenho de qualquer tipo de investimento com um certo grau de risco. Uma empresa que queira investir nela mesma, prefere comprar títulos que pagam taxas maiores. Empreendedores desistem de começar. O mesmo acontece com as ações na bolsa, que deixam de ser compradas pelos investidores, o que pode fazê-las diminuir de preço e afetar o valor das principais empresas do país.

Além disso, com o aumento da taxa os empréstimos ficam inviáveis para qualquer empresa aumentar a sua produção. Em grandes conglomerados, o financiamento que antes era buscado no próprio Brasil passa a ser procurado no exterior. Ou seja: com o aumento da taxa Selic o desemprego tende a aumentar.

Uma conjuntura de diminuição da taxa de juros beneficia não apenas a Previ, mas a sociedade como um todo.Temos ativos em diversos segmentos e sabemos da nossa capacidade de rentabilizar esses investimentos tanto em tempos de bonança quanto de tempestade. Mas preferimos a bonança. Afinal, sabemos que se a economia cresce, quem investe no país cresce junto. E é isso o que a gente quer.

Presidente da Previ*

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Análise: Diante da encruzilhada do passado

O que ainda existe em comum entre Getúlio Vargas e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva? Uma visão na qual a centralidade da política está na ação do Estado e não na sociedade civil. Ambos privilegiaram o contato direto com o povo e não a mediação da sociedade civil, que deixou de ser uma trincheira da esquerda, como ocorreu no regime militar. Suas agências foram, gradativamente, controladas por setores de direita, inclusive em setores onde predominavam atores liberais, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM).

Lula foi um dirigente sindical pragmático e realista. Embora dissesse que a Consolidação da Legislação Trabalhista era o AI-5 dos trabalhadores, não embarcou no mito fundador do Partido dos Trabalhadores, que era emancipar o proletariado brasileiro da tutela da CLT, cuja origem está no Estado Novo e na Carta del Lavoro, do ditador Benedito Mussolini, criador do fascismo.

O herdeiro político de Vargas e do trabalhismo era Leonel Brizola. O PT nasceu a partir da crítica visceral ao populismo. Entretanto, a partir das eleições de 1989, quando Lula foi para o segundo turno das eleições contra Fernando Collor de Mello e Brizola ficou fora da disputa final, houve um processo gradativo de adesão do PT às teses nacional-desenvolvimentistas de Vargas, bem como à construção de uma estratégia de ocupação dos sindicatos — que deslocou desse eixo trabalhistas e comunistas por meio de uma tática de luta e negociação.

O PT radicalizava as formas de luta e privilegiava as greves. Porém, ao mesmo tempo, buscava a negociação com o patronato, sem a mediação da Justiça trabalhista, como ainda faziam os dirigentes sindicais trabalhistas e comunistas que sobreviveram ao grande expurgo promovido nos sindicatos pelo regime militar. Assim, tornou-se o maior partido de esquerda no Brasil e, deste então, manteve-se como alternativa de poder graças à penetração nos sindicatos, nas universidades e no mundo artístico e cultural.

Entretanto, nada disso seria possível sem a liderança carismática de Lula, que disputou e perdeu duas eleições presidenciais — para Fernando Henrique Cardoso (1994 e 1998), até derrotar José Serra (PSDB), em 2002. Vai aqui um parêntese: a derrota de Serra interrompeu um projeto político de ruptura com a Era Vargas e, com isso, a construção de uma elite política, intelectual e empresarial capaz de liderar um novo modelo de desenvolvimento, democrático e integrado à economia mundial em bases soberanas, como imaginavam os tucanos. O processo político real ultrapassou o ideário dos intelectuais fundadores do PT, que tinham em comum com o PSDB a negação da Era Vargas — talvez o mesmo tenha ocorrido com o PSDB, mas essa é outra história. O pragmatismo levou o PT a defender a herança de Vargas: o Estado como indutor da economia e provedor dos mais pobres. Reconhece na prática o populismo como uma via de incorporação dos trabalhadores à vida nacional. Os sindicatos foram atores da democratização do país ao longo da história.

Curiosamente, apesar de excomungado pelos udenistas, o modelo de industrialização adotado por Vargas teve seu auge no governo do general Ernesto Geisel.

Os dois primeiros governos de Lula foram exitosos porque manteve a política de estabilidade monetária herdada do governo FHC e aproveitou expansão da economia mundial, além de se beneficiar do “bônus demográfico”, que possibilitou taxas maiores de crescimento e uma política de transferência de renda que retirou 12 milhões de famílias da pobreza absoluta (Bolsa Família). Quando a taxa de natalidade e a de mortalidade têm queda, e a expectativa de vida aumenta, muda a relação entre a população economicamente ativa e aposentados e o número de dependentes.

No final do governo Lula e nos de Dilma Rousseff, cujo segundo mandato foi interrompido pelo impeachment, houve uma mudança de política econômica, com ênfase nos investimentos em infraestrutura, sem que o país tivesse poupança e capacidade de captação de investimentos em níveis sustentáveis. Inflação e deficit fiscal acabaram provocando um colapso da política econômica, o que inviabilizou o projeto da “nova matriz econômica” — o modelo proposto pelo PT para desenvolver a economia que retomava o nacional-desenvolvimentismo varguista.

Sinceramente, não sei como caracterizar a política econômica do governo Jair Bolsonaro, que começou com um discurso liberal e terminou com um deficit fiscal que o contradiz. Mas o que nos interessa, aqui, é o estado da arte.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vive entre a realidade fiscal imposta pela economia e uma recidiva da narrativa nacional-desenvolvimentista. É como se estivesse diante de uma encruzilhada do passado. A diferença é que o mundo mudou, as cadeias de valor da globalização estão sendo restruturadas, o país está com um pé em cada canoa na política internacional e a nossa “sociedade industrial”, que deu origem ao PT, não existe mais. Lula precisa repensar seu projeto de país à luz da nova realidade.

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Governo deve tratar sobre corte de gastos no orçamento, indica Tebet

A ministra do Planejamento e Orçamento (MPO), Simone Tebet, afirmou que o governo não deve mais tentar combater o risco fiscal somente pelo aumento das receitas e defendeu o respeito às regras definidas no arcabouço fiscal, aprovado no ano passado, que substituiu o antigo teto de gastos.

“Não é possível mais pelo lado da receita nós podermos, apenas sobre a ótica da receita, resolver o problema do fiscal no Brasil”, disse Tebet, após uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira (15/10).

Tebet ainda ressaltou que o momento de combater fraudes e erros que remetem à época da pandemia de covid-19 ficou no ano passado e que o governo deve priorizar uma revisão estrutural. Um dos pontos tratados na reunião foi o salário mínimo, que a ministra defendeu que deve estar acima da inflação, além de acompanhar a aposentadoria.

Todos esses pontos devem ser levados à mesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), antes de serem encaminhados ao Congresso, segundo a chefe da pasta. Para 2025, ela sinalizou que o governo prepara um segundo pacote de medidas estruturantes, ainda sem revelar o valor total destas propostas.

“A ideia é colocar o máximo possível de medidas ainda este ano dentro daquilo que a gente saiba que é possível votar e/ou “descomeçar” a discussão e terminar no primeiro semestre do ano que vem, para depois ter um segundo pacote de medidas estruturantes”, adiantou a ministra.

Tebet ainda destacou que o governo deve levar para o próximo ano a discussão sobre a revisão de gastos tributários, que, como ela mesma destacou, correspondem a quase R$ 600 bi de renúncia fiscal, ou 6% do PIB brasileiro. A ideia é reduzir essa perda para apenas 2% nos próximos anos.

“Vai levar 8 anos, 10 anos? Mas ela tem que começar. Essa é uma discussão. Que também está sendo discutida, aí nós somos o processo contrário, aí nós viemos colaborando com o Ministério da Fazenda, que a questão dos gastos tributários, a gente tem algum trabalho e a maior parte fica com o Ministério da Fazenda”, concluiu.

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IBGE vai medir peso das bets nos gastos dos brasileiros

Os gastos de brasileiros com plataformas de apostas on-line, conhecidas como bets, serão medidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2024/2025, que vai a campo a partir de 5 de novembro.

O IBGE explica que os jogos de azar, como as loterias oficiais, já faziam parte da última edição da POF, que coletou dados entre 2017 e 2018. Naquela época, porém, as bets ainda não existiam no Brasil. Fenômeno de impacto crescente na economia brasileira, o gasto com esses jogos será medido pela primeira vez na POF 2024/2025.

Segundo o IBGE, esta edição da POF também vai incluir um módulo que, de forma inédita, pesquisará o uso do tempo dos brasileiros. As informações são da Agência Brasil.

Cesta de compras

Desde 1970, a POF desenha a cesta de compras do brasileiro e atualiza a lista de gêneros de consumo que é referência para o cálculo do índice oficial de inflação do país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Por meio de questionários bastante detalhados, o IBGE consegue saber quanto do orçamento das famílias é destinado a cada tipo de gasto, como alimentos, roupas, medicamentos ou passagens de ônibus, por exemplo.

Com esta pesquisa, o IBGE avalia as estruturas de consumo, de gastos, de rendimentos e parte da variação patrimonial das famílias, oferecendo um perfil das condições de vida da população a partir da análise dos orçamentos domésticos.

Além das informações diretamente associadas à estrutura orçamentária, várias características dos domicílios e das famílias são também investigadas, incluindo a autoavaliação subjetiva sobre qualidade de vida.

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Energia renovável: os consumidores e o planeta agradecem

Francisco Lassalvia — Vice-presidente de negócios de Atacado do Banco do Brasil.

O crescimento econômico mundial, os episódios recorrentes de altas temperaturas e a eletrificação de setores e atividades são responsáveis por um aumento significativo na demanda mundial por energia elétrica. Segundo dados do relatório da Agência Internacional de Energia (IEA), há a previsão de um aumento de 4% na demanda global em 2024 e, novamente, em 2025, superando os 2,5% de crescimento observados em 2023.

É fundamental que fontes renováveis de energia também aumentem sua expansão rapidamente, para elevar sua contribuição na oferta energética global de 30% em 2023 para 35% em 2025, de acordo com Electricity 2024. A energia solar fotovoltaica está prevista para suprir quase metade do aumento na demanda global de eletricidade nos anos de 2024 e 2025. Junto com a energia eólica, espera-se que essas fontes contribuam com três quartos do crescimento total da demanda. Prevê-se que a parcela somada de energia solar e eólica no mercado amplie de 13% em 2023 para cerca de 18% em 2025.

A matriz energética brasileira é considerada uma das mais limpas do mundo devido à grande participação de fontes renováveis. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as três maiores fontes renováveis que compõem a matriz elétrica do país são a hídrica (55%), a eólica (14,8%) e a de biomassa (8,4%). Dados da Agência Internacional de Energia (AIE) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apresentados no Balanço Energético Nacional 2024 demonstram que 49,1% da matriz energética brasileira é, hoje, composta por energias renováveis. A média mundial fica em 14,7% e, entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 12,6%. De acordo com os dados, no ano passado 89% da eletricidade produzida no país veio de fontes renováveis.

Além do atributo ambiental, as fontes de energia renovável impulsionam a economia local por meio da geração de empregos e incentivo ao desenvolvimento regional. Por serem fontes mais abundantes e menos poluentes, essas energias são vistas como limpas, pois utilizam recursos que se renovam naturalmente, promovendo um desenvolvimento sustentável que protege nossa qualidade de vida.

Outra frente importante é fortalecer a segurança energética do país por meio da ampliação da capacidade de geração de eletricidade. Nesse sentido, a Aneel prevê uma entrada de 10,3GW de capacidade, sendo que 2,1GW vão atender ao mercado regulado e 8,2GW para o Mercado Livre de Energia e autoprodução. Vale lembrar que pequenas e médias empresas, como padarias, supermercados e farmácias, já podem acessar o Mercado Livre de Energia desde o início do ano, permitindo uma redução nas contas de energia na ordem de 35% — uma economia considerável.

Além disso, há a regulamentação do mercado brasileiro de hidrogênio, elemento considerado o combustível do futuro. Sua capacidade de gerar descarbonização apresenta enorme potencial sobretudo pela possibilidade de reduzir as emissões de carbono, principalmente na indústria pesada e em transportes. Com potencial para substituir os combustíveis fósseis, há empenho do mercado em investir US$ 30 bilhões nessa área.

Nós, no Banco do Brasil, incentivamos a transição da sociedade e dos clientes a uma economia de energia mais verde, financiando a aquisição de sistemas de energia renovável e eficiência energética, como painéis solares e equipamentos mais eficientes. Recentemente, financiamos a construção de um complexo de energia solar de R$ 34,4 milhões em Goiás, por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), beneficiando a economia local com energia mais acessível e sustentável. As sete usinas solares somam uma capacidade de produção de 9,8MWh e visam compensar a energia utilizada por empresas locais de pequeno e médio porte por meio de contratos de arrendamento. Para se ter uma ideia, essa capacidade é suficiente para fornecer eletricidade para aproximadamente 4.900 residências.

Queremos construir uma jornada sustentável com benefícios para todos por meio de uma estratégia que leva em consideração os impactos Ambientais, Sociais e de Governança nos negócios. Somos guiados por nossa Agenda 30 BB e por nossos Compromissos para um Mundo Sustentável, que estabelecem metas de apoio a energia renovável, agricultura sustentável, captações de recursos ASG e ampliação da diversidade em cargos de liderança.

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Brasil depende de um milagre fiscal para ter o grau de investimento

A agência norte-americana de classificação de risco Moody’s elevou a nota de crédito do Brasil, de Ba2 para Ba1, deixando o país a um degrau do selo de bom pagador. A decisão, tomada na semana passada, surpreendeu o mercado e fez o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter esperanças de que é possível que voltar a ter o grau de investimento — conquistado em 2008 e perdido em 2015 — antes do fim do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com analistas ouvidos pelo Correio, somente um milagre fará o Brasil voltar ao grau de investimento até 2026 e deixar de figurar entre os países de grau especulativo. Eles lembram que a Moody’s sempre foi a última das agências a elevar ou diminuir a nota do país no passado e o fato de ela ter sido a primeira a fazer o upgrade do rating, uma semana depois da reunião com o presidente Lula, em Nova York, chamou a atenção.

Vale lembrar que o requisito básico para que isso ocorra é as contas públicas voltarem ao azul, e, para isso, será preciso um superavit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) de 1% a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Só assim a dívida pública bruta poderá se estabilizar em um momento em que a taxa básica da economia (Selic) voltou a subir e, atualmente, está em 10,75% ao ano e, até o início de 2025, deverá chegar a 12% ao ano — o que vai ajudar a frear o crescimento da economia no próximo ano.

Em 2008, quando o Brasil conquistou o grau de investimento, o país vinha registrando superavit primário desde 1998. E, agora, apesar de a maioria das projeções de crescimento do PIB deste ano estar acima de 3%, desde 2014, o Brasil apresenta deficit primário, com exceção de 2022 — um ponto fora da curva por conta de “pedaladas” no pagamento de precatórios (dívidas judiciais da União). Além disso, o atual governo passou a perseguir o limite inferior da meta do arcabouço fiscal, que permite um rombo de até 0,25% do PIB, mas tem descontos adicionais de precatórios (de até 0,40% do PIB) e de gastos com as enchentes do Rio Grande do Sul, que permitem um deficit, neste ano, que poderá chegar até 0,60% do PIB.

Logo após a notícia do upgrade da Moody’s, Haddad comemorou e reconheceu que “há um trabalho a ser feito” e que o governo não pode “baixar a guarda em relação às despesas e às receitas”. E analistas não acreditam que o ministro conseguirá convencer o governo de que será possível fazer o ajuste pelo lado dos gastos na segunda metade do mandato.

“A grande maioria dos economistas se surpreendeu com a decisão da Moody’s porque ela se baseou nas indicações de crescimento da economia melhor do que se pensava, inclusive, ela própria. Mas o problema está no lado fiscal, como a agência reconhece e a segunda surpresa é falar também em uma perspectiva positiva, o que significa em uma melhora da nota entre 12 e 18 meses. Mas, na verdade, tudo indica que a Moody’s não avaliou adequadamente o risco fiscal”, destaca o economista Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda e sócio da Tendências Consultoria.

Maílson da Nóbrega reconhece que o arcabouço fiscal acabou sendo um pouco melhor do que o esperado, porque foi criado pela ala mais responsável fiscalmente da esquerda, chefiada por Haddad. Contudo, historicamente, o PT e o próprio presidente Lula são contra todas as ideias de cortar gastos obrigatórios que hoje, equivale a 91% das despesas primárias e, somados aos pisos de educação e da saúde que são vinculados às receitas e as emendas impositivas dos parlamentares, esse percentual chega a 96%. “Logo, o governo dispõe apenas de 4% da despesa primária para executar outras despesas para outras atividades normais do governo, inclusive, com as Forças Armadas. Portanto, ele não tem espaço para gerar superavit primário de 1% a 1,5% do PIB por ano para estabilizar a dívida pública”, resume Nóbrega.

O economista e professor da Universidade de São Paulo (USP) Simão Davi Silber também também não acredita que o grau de investimento vai vir em 2026. Para ele, o upgrade da Moody’s foi ruim. “É insustentável com a piora das contas públicas”, alerta.

Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust Gestora de Recursos, também reforça o coro de que será muito difícil o governo conseguir recuperar o grau de investimento até 2026. “A dívida pública em relação ao PIB vai subir, com certeza no próximo mês, e será maior do que 80%, mas ela está querendo ir para 90%, na verdade. Não tem como o país atingir grau de investimento com essa trajetória de dívida em alta e crescimento do PIB acelerando um pouco”, afirma.

Avaliação do cenário econômico

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, lembra que a última vez em que o Brasil esteve na mesma condição atual ocorreu em agosto de 2007, quando a Moody’s deu o upgrade para Ba1 para o país, mas as condições econômicas eram bem diferentes do que agora, como PIB, dívida pública, resultado primário, entre outros. Além disso, as outras agências de risco, Standard & Poor’s (S&P) e Fitch Ratings ainda não elevaram as notas de risco do Brasil, justamente por conta da questão fiscal. “Outras agencias, como a S&P, rejeitam uma melhora da nota do Brasil e os critérios fiscais seguem sendo os grandes pontos de desafio do governo e vão muito além do limite inferior da meta fictícia de -0,25% do PIB”, afirma Vale.

Na avaliação do especialista em contas públicas Bráulio Borges, da LCA Consultores, havia razões para muitos analistas questionarem o upgrade da Moody’s, devido ao quadro de fragilidade fiscal ainda muito elevada, com resultados primários ainda deficitários e muito distantes do nível necessário para estabilizar a relação dívida pública-PIB, que seriam superavits na faixa de 1% a 1,5% do PIB. “Havia razões para uma melhoria da nota, já que ela estava no mesmo nível desde 2015 e vários indicadores, como crescimento do PIB, inflação e contas externas melhoraram nesse período. Contudo, o quadro de fragilidade fiscal sugere que o grau de investimento ainda está mais distante do que próximo”, afirma.

Alexandre Andrade, diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI), ressalta que a entidade não vê sinais de melhora no quadro das contas públicas que justifiquem o upgrade na nota de risco do Brasil pela Moody’s, apesar de o PIB crescer acima do potencial, pois tudo indica que haverá desaceleração da atividade econômica no ano que vem, o que é um consenso entre os analistas.

“E no fiscal, além das questões envolvendo o crescimento da despesa, especialmente com as modificações na regra de correção do salário mínimo e com alguns grupos de gastos fora da regra do arcabouço, tem a dificuldade de se materializar as receitas extraordinárias incluídas na proposta orçamentária de 2025”, alerta Andrade. Pelas projeções da IFI, as contas públicas seguem no vermelho, pelo menos, até 2030, e, neste ano, a dívida pública bruta deverá passar de 80% do PIB — patamar preocupante para países emergentes.

O economista Samuel Pessoa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), avalia que a decisão da Moody’s “foi ousada, mas não é uma posição sem fundamento”. Ele destaca que as surpresas no crescimento do PIB que tem ajudado a melhorar as projeções macroeconômicas deste ano estão diretamente relacionadas com o forte estímulo fiscal que vem sendo dado desde 2023, com Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. “O desconforto dos economistas é que temos um crescimento mais forte, mas que é insustentável. E, esse mesmo grupo político, entre 2007 e 2013, quando esteve no poder, praticou uma política econômica que criou uma trajetória de crescimento que também era insustentável e, aquelas medidas estão voltando”, alerta.

Na avaliação de Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, o relatório da Moody’s chega a ser conflitante, porque uma das justificativas para a elevação da nota do Brasil foi a melhora da nota de crédito das empresas. “Isso não tem nada a ver com crédito soberano”, ressalta. Ele lembra que o fato de o PIB crescer acima do esperado não significa que haverá mais receita e, como fazia tempo que a Moody’s não mexia na nota do Brasil, vai ser mais difícil para o Brasil voltar a ter o grau de investimento do que foi em 2008.

“O crescimento econômico vai desacelerar em 2025 por conta da taxa de juros, que já está subindo. E isso vai impactar diretamente no custo da dívida pública, porque mais da metade dela é indexada à taxa Selic. E o governo não apresentou nenhum plano consistente de redução de despesas, além de ser contra, por exemplo, as privatizações. Em outro ponto, as estatais têm dado prejuízo. Então, fica muito difícil acreditar que o governo vai conseguir equilibrar as contas públicas, e atingir o superavit primário sem fazer aquela contabilidade criativa, como ele já vem tentando fazer, tentando pegar o dinheiro esquecido nos bancos”, lamenta, ele em referência à polêmica tentativa do governo de confiscar recursos privados para conseguir fechar as contas no azul.

Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da ARX Investimentos, também ressalta que a decisão da Moddy’s é muito controversa, “na direção oposta do majoritário consenso dos agentes de mercado”. “A surpresa no crescimento, utilizada na argumentação, minimiza o efeito da política fiscal bastante expansionista praticada desde o choque da covid-19, adicional a reabertura sincronizada e choque positivo de commodities”, explica. Para ele, a agência minimiza a evidente deterioração das contas públicas, “tanto aquela apurada pelas estatísticas oficiais quanto pelas alternativas, em função do crescente uso da política para fiscal e expedientes por fora do Orçamento”. “A elevação da nota premia uma política fiscal inconsistente. É incompreensível. Premia a falta de transparência, a baixa credibilidade da regra fiscal, a carência de solidez e a inconsistência matemática. A elevação da nota de crédito sustenta a narrativa de como manter uma promessa crível a respeito de uma política irresponsável”, afirma.

Para o economista e consultor André Perfeito, o recado da Moody’s foi singelo e simples: “O Brasil está no pior momento, logo em termos relativos, a maior chance é de melhora do que de piora. Foi só isso que ela disse. É como se falasse que a boa notícia é que está ruim, ou seja, na margem tende a melhorar”, resume.

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Visão do Correio: Brasileiros tristes, estressados e com raiva

Os trabalhadores brasileiros estão estressados, tristes e com raiva. Pelo menos é o que indica o estudo State of the Global Workplace 2024. O relatório anual elaborado pela consultoria Gallup mostra que, no Brasil, 46% dos profissionais estão estressados, 25%, tristes e 18%, com raiva em relação ao trabalho.

A pesquisa é robusta, com a participação de 128 mil funcionários de empresas de 160 países, ouvidos presencialmente ou por telefone. Globalmente, 41% dos trabalhadores afirmaram que sentiram estresse no dia anterior à entrevista, 21% tiveram raiva e 22%, tristeza.

Novamente, a posição brasileira desperta preocupação. O país ocupa o quarto lugar na América Latina em sentimentos de raiva e tristeza, o que evidencia um cenário vulnerável para a saúde mental. No caso do estresse, está em sétimo lugar.

Uma análise dos sentimentos por países mostra que a Bolívia lidera o ranking da tristeza no trabalho (32%), à frente de El Salvador e Jamaica — empatados com 26% — e, logo depois, o Brasil (25%). No caso da raiva, os bolivianos também estão na frente (25%), seguidos por jamaicanos (24%), peruanos (19%) e brasileiros (18%). Uruguaios e mexicanos aparecem nas últimas posições de raiva, com 9% e 7%, respectivamente.

Na categoria estresse, embora o Brasil tenha ficado em sétimo lugar, 46% dos trabalhadores apontaram a condição, sendo que a Bolívia, pela terceira vez, ocupa a primeira posição (55%. República Dominicana e Costa Rica ocupam o segundo e o terceiro lugares (51%), Equador e El Salvador (50%), o quarto e o quinto, e Peru, o sexto (48%).

Diante desse panorama nada incentivador, a Gallup calculou o custo do baixo engajamento dos funcionários na economia global. A perda é de US$ 8,9 trilhões, o que corresponde a 9% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Esse engajamento é uma combinação de envolvimento e entusiasmo dos colaboradores, desempenhando adequadamente suas funções nos locais de trabalho.

No Brasil, apenas 31% dos trabalhadores se disseram engajados, e o país ocupa a sétima colocação nesse quesito. Na frente, estão El Salvador (41%), Panamá (35%), Costa Rica (34%), República Dominicana (33%), México (31%) e Guatemala (31%).

Os dados indicam que assistimos à combinação de fatores de alerta, como sobrecarga de trabalho, altos picos de estresse, falta de reconhecimento e dificuldades em equilibrar os aspectos pessoais e profissionais e a incerteza de um futuro próspero.

Um estudo desenvolvido pela corretora de benefícios It´sSeg Company, em 2023, corrobora com esse panorama. Os casos de colaboradores com transtornos psicológicos aumentaram em 20% em relação ao ano anterior, posicionando as doenças mentais como a segunda maior causa de afastamentos do trabalho, perdendo apenas para lesões corporais, como dores musculares e inflamações.

Para reduzir esse quadro, é fundamental que as corporações tracem estratégias que garantam o bem-estar emocional de seus subordinados, visando, assim, à própria sobrevivência da empresa. Ser feliz no trabalho faz toda a diferença nos resultados.

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Bolsa cai 3,08% em setembro, após recuo de 0,69% no último dia do mês

A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) encerrou setembro com queda de 3,08%, após recuar 0,69% no último dia do mês, aos 131.186 pontos. Apesar disso, o terceiro trimestre de 2024 não foi tão ruim para o Índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da B3, que registrou um dos melhores desempenhos do período, conforme levantamento feito pela Elos Ayta Consultoria, atrás apenas do ouro e do Índice de Dividendos (IDIV).

De julho a setembro, a Bolsa acumulou alta de 6,38% e foi considerada a terceira aplicação com a maior rentabilidade para o período. O ouro e o IDIV tiveram ganhos de 13,22%, e de 7,93%, respectivamente. Apenas duas aplicações fecharam o trimestre no vermelho: o dólar Ptax, que recuou 1,99%, e o Índice de Fundos Imobiliários (IFIX), com queda de 1,24%.

No início do trimestre, a B3 ainda amargava sucessivas quedas, alinhado com a desvalorização do real, que chegou a atingir R$ 5,75 no início de agosto. Na avaliação do sócio da Cash Wise Investimentos, Victor Souza, os investimentos eram impactados pela sensação de incerteza em relação ao cumprimento da meta fiscal, o que foi sendo amenizado ao longo dos últimos três meses, após o governo fazer sinalizações de que estaria comprometido em cumprir o que foi definido pelo arcabouço, aprovado no ano passado.

“Junto disso, os dados de inflação americana vieram bons, para mostrar que ia cair os juros lá, então essa consolidação dos últimos três meses, da bolsa subindo, é uma resposta aos juros americanos, principalmente, e de junho para julho, uma sinalização que o governo ia tentar buscar a meta fiscal”, avaliou o especialista.

Enquanto o IBovespa teve ganhos no 3º trimestre do ano, o dólar teve perdas de 2,25% no mesmo período. Ontem, a moeda norte-americana subiu 0,21%, fechando o pregão a R$ 5,447 para a venda.

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Boletim Focus: Mercado eleva projeções para os juros em 2024 e 2025

Economistas do mercado financeiro elevaram as suas projeções para a taxa básica de juros (Selic). Segundo os dados do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (30/9) pelo Banco Central (BC), a estimativa para 2024 passou de 11,50% para 11,75%.

A expectativa para 2025 também avançou, de 10,50% para 10,75%. Já a projeção para 2026 permaneceu em 9,50% e a de 2027 continuou em 9,0%. As revisões acontecem após o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciar um ciclo de alta de juros e deixar em aberto a possibilidade de aumentar a taxa em sua próxima reunião, marcada para novembro.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, se manteve em 4,37% para 2024. A previsão para a inflação de 2025 também continuou em 3,97%. A projeção para 2026 caiu de 3,62% para 3,60%.

A meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, em 2024 e em 2025. A margem de tolerância para que ela seja considerada cumprida é de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a mediana das projeções de 2024 continuou em 3,0%. A previsão para 2025, no entanto, avançou de 1,90% para 1,92%. A estimativa para 2026 permaneceu nos mesmos 2,0%, assim como para 2027.

A mediana das projeções para o dólar foram mantidas em todo o horizonte da pesquisa. Permaneceu em R$ 5,40 para 2024 e R$ 5,35 em 2025. Para 2026, a estimativa ficou em R$ 5,30, enquanto a projeção para 2027 também ficou nos mesmos R$ 5,30.

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Aconteceu ontem o 6º Fórum Nacional da Hotelaria – A Era da Experiência

Aconteceu ontem o 6º Fórum Nacional da Hotelaria – A Era da Experiência (Mailson de Nobrega, consultor hoteleiro e palestrante no 6º Fórum Nacional da Hotelaria (Foto: Maarten Van Sluys) )

Ontem, dia 16 de setembro entre às 9h e 18h, aconteceu o ansiosamente esperado fórum anual, organizado pelo FOHB – FÓRUM DE OPERADORES HOTELEIROS DO BRASIL cujo tema desta edição: “A Era da Experiência”.

Evento que a cada ano se torna mais importante e requisitado pelos principais hoteleiros, tanto os já associados à entidade, como todas as demais redes e até mesmo hoteleiros independentes em busca de atualização, congraçamento e muito network. No evento foram apresentadas as perspectivas da economia brasileira, aspectos da reforma tributária em discussão no congresso, o panorama da hotelaria para os próximos 2 anos, uma visão sobre a inserção da I.A (Inteligência Artificial) na hotelaria, possíveis novas práticas para geração de receitas e no final da interessantíssima programação, um bem-humorado “Lateshow” com o apresentador e comediante Danilo Gentili.

Fórum aconteceu no icônico Rosewood São Paulo

O local escolhido pela diretoria FOHB para o fórum deste ano não poderia ter sido mais assertivo. A sexta edição do Fórum foi realizada no charmosíssimo e icônico Hotel Rosewood São Paulo, o 5 estrelas situado na região da Avenida Paulista onde outrora existiu a mansão da tradicional família Matarazzo. Um dos símbolos da pujança que remonta a era do exponencial crescimento econômico paulistano que transformou a capital bandeirante na grande mola propulsora da economia nacional.

O Hotel Rosewood, descrito como um “Oásis Metropolitano”, foi inaugurado em janeiro de 2022, cujo majestoso projeto é assinado pelo arquiteto Jean Nouvel (vencedor do cobiçado Prêmio Priztker em 2008) e de Philippe Starck que assina o projeto de interiores, integrando de forma harmônica o burburinho da região dos Jardins, mais conhecida de São Paulo, à aspectos de leveza e tranquilidade total em suas 160 suítes, uma magnífica Penthouse de 158 m2, duas piscinas panorâmicas, restaurantes de alta gastronomia e um Jazz Bar. Já no ano seguinte a inauguração (2023) o Rosewood paulistano foi incluído na prestigiadíssima lista do “The World’s 50 Best Hotels” ocupando a 27ª posição e sendo o único hotel do Brasil a ser relacionado.

“Em um mundo onde a experiência do cliente é cada vez mais o elemento central do sucesso, nossos convidados se juntaram a nós em uma jornada na qual exploramos e celebramos a essência da hospitalidade moderna em um cenário contemporâneo e deslumbrante. Nosso evento buscou não apenas informar, mas também inspirar, desafiando conceitos tradicionais e revelando novas fronteiras na arte de criar experiências memoráveis”, afirma Orlando de Souza, Presidente Executivo da entidade.

Fórum Nacional da Hotelaria

O Fórum Nacional da Hotelaria é um dos principais e mais relevantes eventos de conteúdo, tendências e inovações do setor. “Trouxemos grandes palestrantes que apresentaram conteúdos estratégicos e dinâmicos destinados a um público extremamente qualificado, formado por executivos de alto nível, jornalistas e stakeholders do mercado” explica Ana Paula Rodrigues, gerente de Marketing do FOHB.

Ao longo das suas, agora seis edições realizadas, já estiveram presentes mais de 2.700 pessoas. Grandes nomes palestraram ao longo deste período como os renomados consultores Maílson da Nóbrega, Ricardo Amorim e Max Gehringer, além de executivos de sucesso como Newton Neto (Google), Cristiano Vasques (HotelInvest), Zeina Latiff (XP), Felipe Tavares (CNC), Fabio Gandour (IBM), Beto Sobrinho (Totvs), Flavio Rocha (Riachuelo) e o jornalista Carlos Alberto Sardenberg (CBN) entre muitos outros nomes destacados.

Além de todo o conteúdo e oportunidade de networking, a 6ª edição proporcionou aos participantes uma experiência gastronômica memorável no Hotel Rosewood através de um farto welcome coffee, concorrido almoço oferecido pela Tramontina e um elegante coquetel de encerramento.

O VI Fórum Nacional da Hotelaria contou com importantes patrocinadores e apoiadores como: Anuga Select Brazil, B2B.reservas, CVC Corp, Equipotel, Friboi, Grupo R1, Harus, Nespresso, RenTV, Seara, Shift, TOTVS e Vega IT.

Sobre o FOHB

O FOHB é uma entidade associativa sem fins lucrativos que reúne as mais importantes redes hoteleiras com atuação no país. Fundada em 2002, hoje conta com 24 redes associadas tanto nacionais como internacionais. São 786 hotéis que totalizam mais de 121 mil unidades habitacionais (apartamentos) distribuídos em 202 municípios nas 5 regiões do Brasil gerando mais de 150 mil empregos diretos e indiretos.

Até 2026, considerando apenas as projeções das redes atualmente associadas serão 879 hotéis e mais de 135 mil apartamentos. A missão da entidade é contribuir decisivamente para o desenvolvimento do setor, auxiliando na normatização e sistematização da classe e do mercado hoteleiro em geral propiciando aos seus associados melhor desenvolvimento das atividades de prestação de serviços de hospedagem e alimentação e, hotéis atuando em 3 eixos: REPRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL, foi magnífica sua atuação por exemplo na criação do Novo Perse levada a bom termo após muito empenho. CONTEÚDO, realizando como no dia de ontem eventos, workshops, treinamentos, reuniões e rodadas de negócios. E por fim ESTUDOS E TENDÊNCIAS, conduzindo estudos e pesquisas sobre o desempenho do setor através dos boletins e informes mensais de performance.

” Estaremos juntos nesta jornada única e inspiradora rumo a um futuro promissor da atividade hoteleira”

Maarten Van Sluys (Consultor Estratégico em Hotelaria – MVS Consultoria)

Instagram: mvsluys e-mail: mvsluys@gmail.com Whatsapp: (31) 98756-3754

Siga o @portaluaiturismo no Instagram e no TikTok @uai.turismo

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