Por que a economia da Rússia cresce mais que a do G7 apesar da guerra na Ucrânia

Era março de 2022. O rublo russo entrou em colapso e o valor das gigantes russas Gazprom e Sberbank em Londres desabou 97%.

Longas filas começaram a se formar nos caixas eletrônicos de Moscou. Em países ocidentais, oligarcas tiveram seus iates, times de futebol, mansões e até cartões de crédito confiscados. A Rússia entrou em uma grande recessão.

Esse foi o resultado imediato da tentativa mais agressiva do Ocidente de conter financeiramente a Rússia após a invasão da Ucrânia, através de embargos econômicos.

Entre as medidas mais importantes estavam o confisco dos ativos oficiais em moeda estrangeira do Estado russo e o congelamento inédito das reservas do banco central de US$ 300 bilhões.

Os governos ocidentais evitaram usar frases como “guerra econômica”, mas certamente havia uma espécie de batalha financeira contra o Kremlin. Esse tipo de confronto era uma alternativa melhor do que o conflito direto entre Estados nucleares.

Quase dois anos se passaram e uma grande mudança ocorreu neste contexto econômico.

Em uma longa e incoerente entrevista esta semana, o presidente russo, Vladimir Putin, gabou-se de que a Rússia é a economia que mais cresce na Europa.

Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) destacou a pujança da economia russa ao aumentar a sua previsão de crescimento do país neste ano de 1,1% para 2,6%.

De acordo com dados do FMI, a economia russa cresceu mais rapidamente do que todo o G7 no ano passado e seguirá assim em 2024.

Não se trata apenas de números.

O impasse na Ucrânia e a expectativa crescente de um conflito longo foram sustentados pela remobilização da economia russa para o esforço militar, especialmente na construção de frentes defensivas no leste e no sul da Ucrânia.

A Rússia conseguirá sustentar esse crescimento?

Os líderes ocidentais dizem que este modelo é completamente insustentável a médio prazo. Mas a questão é: por quanto tempo ele pode ser sustentado?

A Rússia se transformou em uma economia de guerra mobilizada. O Estado russo está gastando quantias recordes na era pós-União Soviética.

As despesas militares e de segurança, que representam até 40% do orçamento, voltaram aos mesmos níveis do final da URSS. Outras áreas do orçamento estatal destinada a serviços à população foram reduzidas para compensar o financiamento para a produção de tanques, sistemas de mísseis e defesas na Ucrânia ocupada.

Além disso, e apesar dos embargos ocidentais ao petróleo e ao gás russos, os fluxos de receitas dos hidrocarbonetos continuaram fluindo para os cofres do Estado russo.

Os petroleiros russos agora seguem para a Índia e a China, e a maior parte dos pagamentos são feitos em yuan chinês, e não em dólares americanos.

A produção de petróleo da Rússia segue em 9,5 milhões de barris por dia, ligeiramente inferior ao nível anterior à guerra.

O país contornou as sanções comprando e mobilizando uma “frota paralela” de centenas de navios petroleiros.

Na semana passada, o Ministério da Economia russo anunciou que a receita dos impostos sobre hidrocarbonetos em janeiro excederam os níveis observados em janeiro de 2022, pouco antes da invasão da Ucrânia.

O fluxo contínuo de moeda estrangeira para o petróleo, o gás e os diamantes russos também ajudou a aliviar a tensão sobre o valor do rublo.

Líderes ocidentais insistem que esta situação não é sustentável, mas reconhecem o sucesso atual da Rússia.

Um líder mundial disse recentemente em uma conversa privada: “2024 será muito mais positivo para Putin do que nós pensávamos. Ele conseguiu reorganizar a sua própria indústria de forma mais eficiente do que pensávamos.”

Rússia exposta

Mas este modelo de crescimento econômico aumentou em muito a dependência de Moscou nas receitas do petróleo, da China e dos gastos de guerra.

Quando a demanda por petróleo e gás atingir o seu pico e a produção concorrente do Golfo Pérsico aumentar no próximo ano, a economia da Rússia ficará exposta a problemas.

Os aumentos verificados no Produto Interno Bruto (PIB) resultantes da produção de equipamentos de guerra também estão longe de ser produtivos.

E a Rússia sofreu uma fuga de cérebros com a guerra.

A estratégia ocidental não tem sido a de atacar diretamente a economia russa, mas a de criar uma espécie de jogo de “gato e rato”, tentando restringir o seu acesso à tecnologia, aumentar os seus custos, limitar as suas receitas e tornar o conflito insustentável no longo prazo.

“Nós preferimos que a Rússia use o seu dinheiro para comprar petroleiros do que tanques”, me disse uma autoridade dos EUA. No mercado petrolífero, o objetivo político não é tentar impedir a Índia, por exemplo, de comprar petróleo russo, mas limitar os lucros desse comércio, para que eles não alimentem a máquina de guerra do Kremlin.

Ativos congelados

Agora a atenção agora está voltada para o papel central dos ativos financeiros russos congelados.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, me disse no mês passado: “Se o mundo tem US$ 300 bilhões (em ativos russos congelados), porque não usá-los?”. Todos esses fundos congelados deveriam ser usados ??para financiar os esforços de reconstrução da Ucrânia, disse ele.

Os ministros da Economia do Reino Unido, Jeremy Hunt, e das Relações Exteriores, David Cameron, apoiam essa ideia.

Cameron me disse: “Nós congelamos esses ativos. A questão é: nós vamos usá-los?”

Cameron disse que “usar parte deste dinheiro agora seria um adiantamento de reparações (russas)” pela invasão ilegal da Ucrânia, e poderia ser usado “para ajudar a Ucrânia e, ao mesmo tempo, poupar o dinheiro dos contribuintes ocidentais”.

O G7 pediu aos presidentes dos seus bancos centrais que preparem uma análise técnica e jurídica sobre o assunto.

Uma fonte no mercado financeiro me disse que há riscos de transformar o dólar em uma espécie de arma.

Um plano em discussão prevê o uso de fundos de investimento para angariar bilhões de dólares para a Ucrânia.

Mas tudo é muito delicado. Se os ativos russos forem confiscados desta forma, que mensagem seria passada a outras nações, talvez no Golfo, na Ásia Central ou na África, sobre a segurança das suas reservas nos bancos centrais ocidentais? Estas relações são centrais no sistema financeiro global.

Putin certamente tenta ressaltar que a China está emergindo como uma alternativa, se não para o Ocidente, pelo menos para as economias emergentes.

Os russos também indicaram que tomarão medidas legais contra quaisquer apreensões de ativos e tomarão ativos de empresas ocidentais congelados em bancos russos.

A batalha sobre a economia da Rússia é essencial para compreender o rumo deste conflito e da economia global.

A economia de guerra da Rússia pode não ser sustentável a longo prazo, mas proporcionou ao país algum tempo adicional. O Ocidente está prestes a aumentar a pressão, depois de a Rússia ter mostrado esta inesperada resistência.

A forma precisa desta escalada financeira terá consequências que vão muito além da Rússia e da Ucrânia.

Confira os novos valores das passagens de ônibus do Entorno do DF

A partir deste domingo (25/2), moradores do Entorno do Distrito Federal vão pagar 8,56% mais caro pelas passagens de ônibus com destino a Brasília. A medida, aprovada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), foi publicada na edição de ontem do Diário Oficial da União (DOU). Na contramão do aumento, usuários reclamam e temem o desemprego.

Com o reajuste, os novos valores das passagens das linhas de ônibus que circulam no Entorno do DF vão variar de R$ 4,45 a R$ 22,25 (veja quadro Novos Valores). Segundo a ANTT, a recomposição tarifária é garantida pela legislação e será válida para as linhas operadas por meio de autorização especial e não inclui as da Taguatur, única empresa que atua por meio de permissão por contrato licitado. Os cálculos referentes a esse contrato estão em processo de análise pela Diretoria Colegiada da agência e serão divulgados em breve, disse o órgão.

Este é o terceiro aumento de tarifas de ônibus do Entorno em menos de um ano. Em março de 2023, houve um reajuste de 12%. Cinco meses depois, em agosto, os valores subiram 15%. Como justificativa, a ANTT afirmou que o processo leva em conta diversos componentes, como combustível, óleo lubrificante e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado de 4,621% no período de janeiro a dezembro de 2023. “É relevante destacar que, ao contrário de outros sistemas de transporte, o semiurbano não recebe subsídios, dependendo exclusivamente das tarifas pagas pelos usuários. Esses recursos são destinados a cobrir os gastos operacionais, incluindo manutenção, aquisição de veículos e folha de pagamento, entre outros”, frisou a agência.

Águas Lindas de Goiás — Brasília: R$ 10,85

Águas Lindas de Goiás — Brazlândia: R$ 4,45

Céu Azul — Brasília: R$ 6,95

Cidade Ocidental — Brasília: R$ 8,45

Cidade Ocidental — Taguatinga: R$ 9,75

Cidade Ocidental — Gama: R$ 5,75

Formosa — Planaltina DF: R$ 7,80

Lago Azul (Novo Gama) — Brasília: R$ 11,70

Luziânia — Brasília: R$ 10,35

Luziânia — Gama: R$ 7,75

Luziânia — Taguatinga: R$ 11,65

Monte Alto — Brasília: R$ 9,85

Monte Alto — Brazlândia: R$ 2,85

Monte Alto — Taguatinga: R$ 9,10

Novo Gama — Brasília: R$ 9,80

Parque Industrial Mingone — Brasília: R$ 8,75

Parque Industrial Mingone — Gama: R$ 5,80

Parque Industrial Mingone — Taguatinga: R$ 10,05

Planaltina (GO) — Brasília: R$ 11,05

Planaltina (GO) — Sobradinho: R$ 7,25

Planaltina (GO) — Planaltina DF: R$ 5,85

Santo Antônio do Descoberto — Brasília: R$ 10,20

Santo Antônio do Descoberto — Taguatinga: R$ 8,10

Valparaíso de Goiás — Brasília: R$ 7,60

Valparaíso de Goiás — Gama: R$ 4,90

Valparaíso de Goiás — Taguatinga: R$ 8,85

Serviços diferenciados

Águas Lindas de Goiás — Brasília: R$ 21,90

Cidade Ocidental — Brasília: R$ 17,05

Planaltina (GO) — Brasília: R$ 22,25

Santo Antônio do Descoberto — Brasília: R$ 20,55

O jardineiro Ezequiel Gomes, 30 anos, está preocupado, porque gasta em média R$ 20 por dia. A tarifa atual da cidade onde mora, em Luziânia, até a Rodoviária do Plano Piloto, é de R$ 9,55. “Trabalho em uma empresa que está com a política de não contratar pessoas do Entorno pelos gastos. Nesta semana, foram demitidos quatro e acredito que isso ainda não aconteceu comigo por ter mais tempo na casa, mas é muito triste trabalhar com insegurança”, desabafa.

O sindicalista Marco Aurélio, 40, também gasta R$ 20 reais de passagem todos os dias. Morador da região de Águas Lindas, ainda não sabe quanto vai pagar pela passagem, mas está indignado com um novo aumento em um curto período de tempo.

O trabalhador comenta, ainda, sobre possíveis demissões. “Essa situação vai acabar gerando muito desemprego. Trabalho diretamente com empregados domésticos e sabemos que a maioria vem do Entorno para a capital. Muitos patrões não vão querer bancar esses deslocamentos”, reclama.

Devido ao reajuste, Marco está cogitando tirar o carro da garagem. “Estamos com a gasolina e a passagem cara. Hoje, penso muito em vir para Brasília de carro, por causa desses aumentos e da qualidade dos ônibus”, finaliza o sindicalista.

A moradora de Santo Antônio do Descoberto Eliane Alves, 56 anos, pega ônibus de segunda-feira a sexta-feira em direção à rodoviária para trabalhar como diarista no Plano Piloto. Por dia, gasta R$ 9,35 de Goiás para o DF e mais R$ 3,80, em um segundo ônibus. Ela, que ficou sabendo do reajuste por amigos, pagará R$ 0,85 a mais na tarifa.

“Não tenho medo de ser mandada embora do trabalho, pois conheço minha chefe há bastante tempo e tenho confiança nela”, relata Eliane. No entanto, a diarista teme que alguns conhecidos possam ser demitidos por causa do reajuste. “Tenho vários amigos que moram no Entorno e fazem o mesmo trajeto que eu. Nós sabemos que, quando o calo aperta no patrão, ele costuma descontar no empregado”, avalia.

*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso

Águas Lindas de Goiás — Brasília: R$ 10,85

Águas Lindas de Goiás — Brazlândia: R$ 4,45

Céu Azul — Brasília: R$ 6,95

Cidade Ocidental — Brasília: R$ 8,45

Cidade Ocidental — Taguatinga: R$ 9,75

Cidade Ocidental — Gama: R$ 5,75

Formosa — Planaltina DF: R$ 7,80

Lago Azul (Novo Gama) — Brasília: R$ 11,70

Luziânia — Brasília: R$ 10,35

Luziânia — Gama: R$ 7,75

Luziânia — Taguatinga: R$ 11,65

Monte Alto — Brasília: R$ 9,85

Monte Alto — Brazlândia: R$ 2,85

Monte Alto — Taguatinga: R$ 9,10

Novo Gama — Brasília: R$ 9,80

Parque Industrial Mingone — Brasília: R$ 8,75

Parque Industrial Mingone — Gama: R$ 5,80

Parque Industrial Mingone — Taguatinga: R$ 10,05

Planaltina (GO) — Brasília: R$ 11,05

Planaltina (GO) — Sobradinho: R$ 7,25

Planaltina (GO) — Planaltina DF: R$ 5,85

Santo Antônio do Descoberto — Brasília: R$ 10,20

Santo Antônio do Descoberto — Taguatinga: R$ 8,10

Valparaíso de Goiás — Brasília: R$ 7,60

Valparaíso de Goiás — Gama: R$ 4,90

Valparaíso de Goiás — Taguatinga: R$ 8,85

Serviços diferenciados

Águas Lindas de Goiás — Brasília: R$ 21,90

Cidade Ocidental — Brasília: R$ 17,05

Planaltina (GO) — Brasília: R$ 22,25

Santo Antônio do Descoberto — Brasília: R$ 20,55

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No Brasil, Yellen deve exaltar força da economia global e se reunir com Haddad

Em sua passagem pelo Brasil para o encontro de ministros de Finanças do G20, na semana que vem, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, deve ressaltar que, apesar dos riscos presentes, a economia do mundo e dos Estados Unidos têm superado expectativas de crescimento, ao mesmo tempo em que consegue controlar a inflação.

Segundo um representante sênior do Tesouro americano, Yellen também buscará estreitar laços com o Brasil e outros países emergentes, abordando assuntos como o fortalecimento dos bancos multilaterais de desenvolvimento, a expansão das cotas do Fundo Monetário Internacional (FMI), o endividamento de países em desenvolvimento e a guerra tributária entre países.

Ela também pretende abordar temas como fortalecimento da cadeia de suprimentos, friendshoring e mudanças climáticas.

Além da agenda no âmbito do G20, Yellen também deve ter reuniões bilaterais com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o ministro das Finanças da Arábia Saudita.

A ex-presidente do Federal Reserve (o Banco Central americano) também está escalada para participar, junto com Haddad, de um evento organizado pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil.

Do Brasil, Yellen viaja ao Chile. Lá, ela discute a integração econômica, incluindo a Parceria das Américas para a Prosperidade Econômica – uma iniciativa de cooperação econômica capitaneada por Washington com países com os quais os EUA têm algum tipo de acordo comercial em vigor ou em negociação – e também o desenvolvimento indústria de lítio do país. O Chile detém uma das maiores reservas do mineral usado para baterias do mundo.

No Brasil, Yellen deve exaltar força da economia global e se reunir com Haddad

Em sua passagem pelo Brasil para o encontro de ministros de Finanças do G20, na semana que vem, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, deve ressaltar que, apesar dos riscos presentes, a economia do mundo e dos Estados Unidos têm superado expectativas de crescimento, ao mesmo tempo em que consegue controlar a inflação.

Segundo um representante sênior do Tesouro americano, Yellen também buscará estreitar laços com o Brasil e outros países emergentes, abordando assuntos como o fortalecimento dos bancos multilaterais de desenvolvimento, a expansão das cotas do Fundo Monetário Internacional (FMI), o endividamento de países em desenvolvimento e a guerra tributária entre países.

Ela também pretende abordar temas como fortalecimento da cadeia de suprimentos, friendshoring e mudanças climáticas.

Além da agenda no âmbito do G20, Yellen também deve ter reuniões bilaterais com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o ministro das Finanças da Arábia Saudita.

A ex-presidente do Federal Reserve (o Banco Central americano) também está escalada para participar, junto com Haddad, de um evento organizado pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil.

Do Brasil, Yellen viaja ao Chile. Lá, ela discute a integração econômica, incluindo a Parceria das Américas para a Prosperidade Econômica – uma iniciativa de cooperação econômica capitaneada por Washington com países com os quais os EUA têm algum tipo de acordo comercial em vigor ou em negociação – e também o desenvolvimento indústria de lítio do país. O Chile detém uma das maiores reservas do mineral usado para baterias do mundo.

Após prorrogar prazo de reajuste da taxa de licenciamento, Detran-MA vai reembolsar contribuintes que pagaram a taxa reajustada

Os contribuintes do Maranhão, que pagaram a taxa de licenciamento de veículos reajustada, no período entre 19 e 29 de fevereiro de 2024, deverá receber o reembolso da diferença paga.

A taxa, que custa R$ 85, havia sido reajustada para R$ 157,33, no dia 21 de fevereiro. Porém, após problemas nos sistemas do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran-MA) impedirem os usuários de imprimir as guias de pagamento no site do órgão, o Governo do estado decidiu prorrogar o reajuste da taxa. A nova data para vigorar o aumento da taxa é o dia 1º de março.

De acordo com o Detran, a decisão de prorrogar o prazo de aumento da taxa foi tomada devido a uma pane no sistema do departamento ocorrida nos últimos dias. Com isso, muitos motoristas estavam encontrando problemas para emitir a taxa de licenciamento, antes do início do reajuste.

Antes do anúncio da prorrogação do prazo para emissão da taxa de licenciamento sem reajuste, alguns proprietários de veículos pagaram a taxa com o novo valor. Por causa disso, o governador Carlos Brandão (PSB) editou uma Medida Provisória para que o contribuinte receba o estorno da diferença paga, que corresponde a R$ 72,33.

“Fica autorizado o Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão – DETRAN a providenciar a restituição da diferença entre o valor da Taxa de Licenciamento anterior e o valor da aprovada no Anexo II da Lei nº 12.120, de 21 de novembro de 2023, eventualmente cobrada dos contribuintes no período previsto no art. 1º”, diz o artigo 2º da MP 434”, determina a Medida Provisória.

“Fica autorizado o Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão – DETRAN a providenciar a restituição da diferença entre o valor da Taxa de Licenciamento anterior e o valor da aprovada no Anexo II da Lei nº 12.120, de 21 de novembro de 2023, eventualmente cobrada dos contribuintes no período previsto no art. 1º”, diz o artigo 2º da MP 434”, determina a Medida Provisória.

Quem pagou a Taxa de Licenciamento com o valor reajustado, pode procurar o Detran-MA, levando o comprovante de pagamento, para solicitar o reembolso.

Reajuste da taxa

A taxa para o licenciamento de veículos vai aumentar em 85% no Maranhão. O valor, que antes era de R$ 85, sube para R$ 157,33.

O aumento repentino no aumento da taxa surpreendeu usuários. No entanto, o governo do Maranhão diz que o aumento na taxa já era previsto e justificou o reajuste com base no índice IPCA, usado para medir a inflação.

No entanto, o aumento acumulado do IPCA em todo o ano de 2023 foi de 4,62%, e não de 85%, conforme o reajuste feito pelo governo.

“O Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran-MA) esclarece que, em conformidade com a Lei Estadual nº 12.120, de 21 de novembro de 2023, que altera a lei nº 7.799, de 19 de dezembro de 2022, que dispõe sobre o Sistema Tributário do Estado do Maranhão, houve o reajuste nos valores dos serviços realizados pela autarquia. Informa, ainda, que os novos valores estavam previstos para serem aplicados 90 dias corridos após a data da publicação da Lei, conforme Artigo 46, Inciso II, sendo a data do dia 19 de fevereiro do decorrente ano. Por fim, explica que os ajustes foram realizados com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aplicado pela Secretaria de Estado da Fazenda, além de estudo de preços dos serviços aplicados pelos departamentos de trânsito dos estados da região Norte e Nordeste”, diz a nota do órgão.

O licenciamento veicular anual deve ser pago pelos proprietários de veículos para poderem circular pelas vias públicas em conformidade com as leis de trânsito. Quem não pagar está sujeito a multa de R$ 293,47 e perda de sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Mercado reduz projeção de inflação e eleva previsão de alta do PIB em 2024

Economistas do mercado financeiro projetaram ligeira queda na inflação para 2024 e elevaram suas expectativas para o crescimento da economia brasileira neste ano. Segundo os dados do Boletim Focus, divulgado nesta quinta-feira (22/2) pelo Banco Central (BC), a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 3,82% para 3,81%.

A publicação, que é feita semanalmente às segundas-feiras, foi adiada devido à paralisação parcial dos funcionários do BC nesta semana. Para 2025 a previsão para a inflação de 2025 subiu de 3,51% para 3,52%. A projeção para 2026, por sua vez, permaneceu nos mesmos 3,50%.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a mediana das projeções para este ano avançou de uma expansão de 1,60% para 1,68%. A projeção para 2025 continuou em 2,0%, assim como a de 2026, que permaneceu em 2,0%.

As projeções para a taxa básica de juros (Selic) não sofreram alterações em todo o horizonte da pesquisa. A estimativa para 2024 ficou nos mesmos 9%, para 2025, se manteve em 8,5%, assim como a projeção para 2026, em 8,5%.

Em relação ao câmbio, a mediana das projeções para o dólar em 2024 subiu de R$ 4,92 para R$ 4,93, após ficar estável por quatro semanas. A expectativa de 2025 foi mantida em R$ 5,00, enquanto a aposta para 2026 ficou em R$ 5,04.

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Governo fecha 2023 com saldo negativo de R$ 230,5 bilhões

As contas públicas do governo tiveram saldo primário negativo de R$ 230,5 bilhões em 2023. De acordo com relatório do Tesouro Nacional, divulgado nesta segunda-feira (29/1), somente em dezembro, o deficit primário — sem considerar o pagamento dos juros da dívida — chegou a R$ 116,1 bilhões.

Deficit primário acontece quando a arrecadação com tributos fica abaixo dos gastos do governo. Os dados se referem ao governo central, que engloba o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central.

De acordo com o relatório, o significativo deficit do último mês do ano se deve, principalmente, aos efeitos do pagamento extraordinário do estoque de precatórios — que são dívidas do governo após decisão judicial —, feitos no ano passado, que somaram R$ 92,4 bilhões.

Sem considerar o pagamento dos precatórios, segundo a nota explicativa do Tesouro Nacional, o deficit apurado no mês de dezembro seria de R$ 23,8 bilhões, o que levaria o resultado, ao fim do ano, ao deficit de R$ 138,1 bilhões, equivalente a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

O saldo negativo de R$ 230,5 bilhões, no entanto, levou o deficit a 2,1% do PIB, resultado bastante superior ao 1% do PIB almejado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no início do ano passado.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023 havia permitido um deficit de até R$ 213,6 bilhões, o equivalente a 2% do PIB.

O resultado acumulado no ano é composto por um superavit de R$ 75,7 bilhões do Tesouro Nacional e do Banco Central e por um deficit de R$ 306,2 bilhões na Previdência Social. Considerando a inflação do período, a arrecadação do governo caiu R$ 43,0 bilhões em 2023, ao passo que a despesa total cresceu R$ 239,4 bilhões.

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Rioprevidência não tem previsão de índices de aumento para aposentados e pensionistas com direito a paridade

O Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Rioprevidência) ainda não tem previsão de índices de aumento para aposentados e pensionistas com direito à paridade. São cerca de 115 mil servidores que atendem à paridade no funcionalismo estadual.

Veja simulações salariais: Rioprevidência divulga índices de aumento para aposentados e pensionistas do Estado do Rio sem direito a paridade Entenda: Servidores admitidos antes de 1988 podem receber restituição do Pasep. Veja se tem direito a valores e cuidados a serem tomados

Nesta segunda-feira (dia 29), o Rioprevidência divulgou os percentuais de reajuste anual a serem concedidos a aposentadorias e pensões sem direito à paridade, como prevê a Lei estadual 6.244/2012. Esses inativos e pensionistas não têm direito ao mesmo índice de correção aplicado aos servidores da ativa.

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Por isso, anualmente, o órgão divulga a tabela de aumento para fins de recomposição da inflação acumulada em 12 meses. Ao fim da matéria, veja simulações com os novos índices de reajustes para diversas faixas salariais.

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O reajuste — retroativo a 1º de janeiro de 2024, a ser pago no início de fevereiro — leva em conta a variação do Índice Nacional e Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 2023. Os percentuais são variáveis, de acordo com o mês de concessão do benefício e a perda inflacionária sofrida.

Quem já tinha aposentadoria ou pensão até janeiro do ano passado, terá a correção integral da inflação do ano passado, de 3,71%. Cerca de 45 mil pensionistas e inativos têm o benefício reajustado pelo INPC, do total de 160 mil do Estado do Rio.

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Os que passaram a receber o benefício ao longo de 2023 terão a correção proporcional o número de meses em que receberam o pagamento do Rioprevidência.

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Primeira reunião do Copom em 2024 deve manter ritmo de cortes da Selic

O Banco Central realiza, nesta semana, a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa na terça-feira (30/01) e termina na quarta. A expectativa de analistas é de que não haverá surpresas, apesar de o colegiado contar com dois novos integrantes indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos) e Rodrigo Alves Teixeira (Administração) —, somando agora quatro dos nove diretores da autoridade monetária mais alinhados com o pensamento heterodoxo do que os demais integrantes indicados pelo governo anterior, mais ortodoxos.

O consenso dos especialistas é de que o Copom manterá o mesmo ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual, iniciado em agosto, e reduzirá a taxa básica da economia (Selic), de 11,75% para 11,25% ao ano. Contudo, ainda há um pouco de dúvidas entre o patamar dos juros básicos no fim do ano, que varia entre 9% e 9,25% anuais nas apostas.

“Não deve haver novidades na decisão. Há uma convergência na queda da Selic neste momento. As divergências vão aparecer quando precisar subir a taxa em algum momento no futuro. Por ora, estão todos de acordo”, destaca Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. Ele prevê a Selic encerrando o ano em 9,25%, um pouco acima da mediana das apostas do mercado coletadas pelo Banco Central no boletim Focus, de 9% ao ano, passando para 8,5% em 2025 e em 2026.

Na avaliação de Vale, da MB, a divisão entre os diretores pode começar também no ciclo final de queda dos juros. “Vai ser interessante observar os novos membros, talvez, trabalhando por uma queda maior. Ainda nessa decisão seria interessante um esforço maior de preocupação do BC em relação à questão fiscal, mas não me parece que vá acontecer”, destaca Vale, em referência às incertezas que persistem em relação ao contínuo descompasso entre as despesas e as receitas. Não à toa, ele prevê um rombo fiscal ainda elevado em 2024, em torno de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), apesar das apostas de deficit primário deste ano oscilarem em torno de 0,8% do PIB.

Luis Leal, economista-chefe da G5 Partners, também acha que não há razão para esperar por novidades no próximo Copom. “De novo, a única grande curiosidade do mercado é se o BC vai continuar mantendo o plural para designar que o ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual será mantido nas ‘próximas reuniões’, o que estenderia os cortes em 0,50 ponto até maio”, avalia o economista. “No mais, deve ser um ‘corta/cola’ do último comunicado, talvez com um pouco mais de tinta no cenário internacional por causa destes problemas no Mar Vermelho que estão elevando os fretes”, acrescenta ele, citando a mudança de rotas no Oriente Médio por conta dos ataques aos navios pelos houthis, no Iêmen, que apoiam os terroristas do Hamas.

Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da Ryo Asset, lembra que o plano de voo do BC “é bem conhecido e calibrado para a volatilidade da conjuntura atual”, e, por isso, ele mantém a projeção de cortes de 0,50 ponto na Selic nas reuniões do Copom de janeiro, março e maio. Ele prevê que o ciclo de redução dos juros termine em julho, com a taxa básica fechando o ano em 9,25% ao ano.

Para o economista Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central e professor da Georgetown University, em Washington, não deverá haver divisão entre os integrantes do Copom na primeira reunião do ano. Ele lembra que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, acelerou de 0,28% para 0,56% entre novembro e dezembro, e, por conta disso, não deve haver divergências entre o ritmo de corte dos juros. “O IPCA de dezembro foi salgado. Não é hora de os heterodoxos atacarem”, aposta.

José Francisco Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator, aposta que o Copom, além de manter o ritmo de corte da Selic, “vai manter a promessa de política monetária contracionista até que a inflação corrente convirja para a meta e as expectativas de inflação sejam ancoradas”.

“Pela lista de temas, o ambiente externo piorou, a atividade doméstica melhorou em novembro, o dólar ficou um pouco mais alto, assim como os juros. A inflação corrente — e seus núcleos — deixou de melhorar e as expectativas continuam desancoradas”, afirma. Para Gonçalves, o dado da prévia da inflação oficial, o IPCA-15, divulgado na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ter ficado abaixo do esperado em janeiro, não muda as expectativas sobre a Selic, “mas leva a alguma revisão do IPCA de janeiro”. Após registrar alta de 0,40%, em dezembro, o IPCA-15 deste mês desacelerou para 0,31%, mas continuou pressionado pelas altas de preços dos alimentos, enquanto transportes e o custo de passagens aéreas contribuíram para um índice abaixo do esperado.

“Nada deve mudar em relação ao movimento do Banco Central, com novos cortes de 0,50 ponto percentual previstos para as próximas reuniões. A Selic deve fechar este ano em 9% e, em 2025, variando entre 8% e 8,5%. Devemos estar atentos a uma possível piora fiscal neste ano, o que pode exigir bons prêmios na rolagem da dívida pública, resultando numa taxa real de juros em torno de 4,5% a 5% ao ano”, destaca.

Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos, também prevê a Selic encerrando o ano em 9%, com o Copom desacelerando o ritmo para 0,25% na reunião de setembro, e, como a inflação deverá ficar em torno de 4%, a taxa de juros real ficará em torno de 5%, mesmo nível que o mercado considera neutro — o Banco Central fala em 4,5%. Para ele, apesar da desaceleração no IPCA-15 de janeiro, é preciso ficar atento com a inflação de serviços e com o mercado de trabalho, que está mais aquecido, e, como o IBGE vem registrando ganho real (acima da inflação), “isso acende uma luz amarela para o Comitê”. O aumento das tensões geopolíticas têm riscos relevantes. Por isso, não vemos motivos para uma aceleração no ritmo de corte da Selic e o Banco Central continuará recomendando cautela e serenidade”, explica.

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Primeira reunião do Copom em 2024 deve manter ritmo de cortes da Selic

O Banco Central realiza, nesta semana, a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa na terça-feira (30/01) e termina na quarta. A expectativa de analistas é de que não haverá surpresas, apesar de o colegiado contar com dois novos integrantes indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos) e Rodrigo Alves Teixeira (Administração) —, somando agora quatro dos nove diretores da autoridade monetária mais alinhados com o pensamento heterodoxo do que os demais integrantes indicados pelo governo anterior, mais ortodoxos.

O consenso dos especialistas é de que o Copom manterá o mesmo ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual, iniciado em agosto, e reduzirá a taxa básica da economia (Selic), de 11,75% para 11,25% ao ano. Contudo, ainda há um pouco de dúvidas entre o patamar dos juros básicos no fim do ano, que varia entre 9% e 9,25% anuais nas apostas.

“Não deve haver novidades na decisão. Há uma convergência na queda da Selic neste momento. As divergências vão aparecer quando precisar subir a taxa em algum momento no futuro. Por ora, estão todos de acordo”, destaca Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. Ele prevê a Selic encerrando o ano em 9,25%, um pouco acima da mediana das apostas do mercado coletadas pelo Banco Central no boletim Focus, de 9% ao ano, passando para 8,5% em 2025 e em 2026.

Na avaliação de Vale, da MB, a divisão entre os diretores pode começar também no ciclo final de queda dos juros. “Vai ser interessante observar os novos membros, talvez, trabalhando por uma queda maior. Ainda nessa decisão seria interessante um esforço maior de preocupação do BC em relação à questão fiscal, mas não me parece que vá acontecer”, destaca Vale, em referência às incertezas que persistem em relação ao contínuo descompasso entre as despesas e as receitas. Não à toa, ele prevê um rombo fiscal ainda elevado em 2024, em torno de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), apesar das apostas de deficit primário deste ano oscilarem em torno de 0,8% do PIB.

Luis Leal, economista-chefe da G5 Partners, também acha que não há razão para esperar por novidades no próximo Copom. “De novo, a única grande curiosidade do mercado é se o BC vai continuar mantendo o plural para designar que o ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual será mantido nas ‘próximas reuniões’, o que estenderia os cortes em 0,50 ponto até maio”, avalia o economista. “No mais, deve ser um ‘corta/cola’ do último comunicado, talvez com um pouco mais de tinta no cenário internacional por causa destes problemas no Mar Vermelho que estão elevando os fretes”, acrescenta ele, citando a mudança de rotas no Oriente Médio por conta dos ataques aos navios pelos houthis, no Iêmen, que apoiam os terroristas do Hamas.

Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da Ryo Asset, lembra que o plano de voo do BC “é bem conhecido e calibrado para a volatilidade da conjuntura atual”, e, por isso, ele mantém a projeção de cortes de 0,50 ponto na Selic nas reuniões do Copom de janeiro, março e maio. Ele prevê que o ciclo de redução dos juros termine em julho, com a taxa básica fechando o ano em 9,25% ao ano.

Para o economista Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central e professor da Georgetown University, em Washington, não deverá haver divisão entre os integrantes do Copom na primeira reunião do ano. Ele lembra que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, acelerou de 0,28% para 0,56% entre novembro e dezembro, e, por conta disso, não deve haver divergências entre o ritmo de corte dos juros. “O IPCA de dezembro foi salgado. Não é hora de os heterodoxos atacarem”, aposta.

José Francisco Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator, aposta que o Copom, além de manter o ritmo de corte da Selic, “vai manter a promessa de política monetária contracionista até que a inflação corrente convirja para a meta e as expectativas de inflação sejam ancoradas”.

“Pela lista de temas, o ambiente externo piorou, a atividade doméstica melhorou em novembro, o dólar ficou um pouco mais alto, assim como os juros. A inflação corrente — e seus núcleos — deixou de melhorar e as expectativas continuam desancoradas”, afirma. Para Gonçalves, o dado da prévia da inflação oficial, o IPCA-15, divulgado na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ter ficado abaixo do esperado em janeiro, não muda as expectativas sobre a Selic, “mas leva a alguma revisão do IPCA de janeiro”. Após registrar alta de 0,40%, em dezembro, o IPCA-15 deste mês desacelerou para 0,31%, mas continuou pressionado pelas altas de preços dos alimentos, enquanto transportes e o custo de passagens aéreas contribuíram para um índice abaixo do esperado.

“Nada deve mudar em relação ao movimento do Banco Central, com novos cortes de 0,50 ponto percentual previstos para as próximas reuniões. A Selic deve fechar este ano em 9% e, em 2025, variando entre 8% e 8,5%. Devemos estar atentos a uma possível piora fiscal neste ano, o que pode exigir bons prêmios na rolagem da dívida pública, resultando numa taxa real de juros em torno de 4,5% a 5% ao ano”, destaca.

Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos, também prevê a Selic encerrando o ano em 9%, com o Copom desacelerando o ritmo para 0,25% na reunião de setembro, e, como a inflação deverá ficar em torno de 4%, a taxa de juros real ficará em torno de 5%, mesmo nível que o mercado considera neutro — o Banco Central fala em 4,5%. Para ele, apesar da desaceleração no IPCA-15 de janeiro, é preciso ficar atento com a inflação de serviços e com o mercado de trabalho, que está mais aquecido, e, como o IBGE vem registrando ganho real (acima da inflação), “isso acende uma luz amarela para o Comitê”. O aumento das tensões geopolíticas têm riscos relevantes. Por isso, não vemos motivos para uma aceleração no ritmo de corte da Selic e o Banco Central continuará recomendando cautela e serenidade”, explica.

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