Dona da sidra Cereser muda para nome inglês e quer espaço de vinho fino

Untitled-1 Com 88 anos de mercado, a fabricante de bebidas Cereser mudou de nome. O grupo de Jundiaí (SP) agora se chama CRS Brands (“marcas” em inglês). O nome Cereser será usado apenas na sidra, carro-chefe da empresa.

Segundo o diretor comercial do grupo, José Fontelles, a mudança estava sendo planejada havia dois anos. “Queremos desvincular a empresa da categoria de sidra e fazer com que as 11 marcas do grupo tenham maior exposição”, afirma.

Atualmente, 40% das vendas da empresa vêm da sidra Cereser e da marca Chuva de Prata.

A sidra é uma bebida alcoólica adocicada, feita a partir do suco fermentado da maçã (que não deve ser confundida com a cidra, com “c”, o fruto da planta cidreira). A Chuva de Prata é uma bebida que pertence à categoria de filtrados doces, feitos com uvas mais simples do que as usadas nos espumantes.

Ideia da empresa é atingir ‘todos os perfis de consumidor

A empresa também produz vinho, conhaque, aguardente e rum, entre outras bebidas alcoólicas. No ano passado, entrou na categoria de espumantes com a marca Massimiliano, que também tem vinhos.

“Estamos entrando em categorias superiores de bebidas e temos projetos para trabalhar com outros produtos voltados para todos os perfis de consumidores brasileiros”, diz Fontelles.

Uma garrafa da tradicional sidra Cereser é vendida, atualmente, a R$ 6. O espumante pode custar até R$ 22.

A mudança também deve ajudar a marca a ficar mais conhecida lá fora, diz Fontelles. Os produtos da empresa chegam, atualmente, a 40 países da América Latina, da África e da Ásia. Para o Oriente Médio, a empresa envia, por exemplo, sidra sem álcool.

Marca não tinha ‘autoridade’ em vinhos finos, diz especialista

A estratégia de mudança de nome não é incomum quando uma empresa quer ampliar sua atuação.

“A Cereser traz consigo uma imagem de produto popular e não tem, ainda, autoridade para conquistar outros mercados, como o de vinhos mais finos”, diz o consultor de branding Júlio Moreira, que também é professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Ao deixar o nome Cereser exclusivo para a sidra, a empresa tende, segundo ele, a ter mais facilidade de chamar a atenção de um público premium, que não vai associar a CRS Brands às bebidas populares.

A Unilever, por exemplo, trabalha com esse conceito: é dona de várias marcas que os consumidores nem sabem que pertencem ao mesmo grupo.

Entre as marcas que pertencem ao grupo estão, por exemplo, Kibon (sorvetes), Knorr (caldos) Lux (sabonetes), Omo (sabão em pó).

Fonte: UOL

 

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