Em meio a mudança da meta fiscal pelo governo, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira (15/4) que se as pessoas perderem a confiança na âncora fiscal, a âncora monetária será afetada. “Torna nosso trabalho muito mais difícil se houver a percepção de que não há uma âncora fiscal, porque a âncora fiscal e a âncora monetária precisam trabalhar juntas”, destacou durante a participação em evento nos Estados Unidos.
Ao apresentar o projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o próximo ano, o governo propôs alterar a meta de superavit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para uma meta zero, em busca de um resultado primário mais “factível”.
Campos Neto avaliou que o fiscal está se tornando cada vez menos coordenado com o monetário na maior parte do mundo. Em referência à mudança promovida pelo governo, o chefe da autoridade monetária disse que a autarquia evita comentar sobre a política fiscal, mas frisou que, se há perda de credibilidade ou transparência no fiscal, há aumento de custos da política regida pelo BC.
Em linha com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), ele voltou a dizer que o ideal é que as metas não sejam alteradas. “Sempre que há uma mudança no governo que torna a âncora fiscal menos transparente ou menos crível, significa que você tem que pagar com custos mais altos do outro lado, então o custo da política monetária se torna mais alto”, disse, ao ponderar que o mercado tinha um número muito pior para o fiscal do que a nova meta realmente adotada.
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Receba notícias no WhatsApp
Receba notícias no Telegram