Os futuros do aço e do minério de ferro de referência na China tocaram máximas históricas hoje (10/5). Foi registrada uma demanda robusta, além expectativas de alta na inflação, que ajudaram a alimentar compras especulativas.
Há reflexos da alta da demanda no Brasil. Já no primeiro quadrimestre de 2021, os preços do minério embarcado ao exterior pelo Brasil subiram 77,6%, enquanto a soja subiu 18%, de acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) espera que as receitas com exportações de minério de ferro do Brasil cresçam 60% em 2021 ante o ano passado, para US$ 41,25 bilhões de dólares, com a commodity mineral desbancando a soja da liderança do ranking em geração de divisas do país após seis anos.
Os futuros mais ativos do minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian, para entrega em setembro, saltaram 10%, para máxima recorde de 1.326 iuanes (US$ 206,30) por tonelada. Na bolsa de Cingapura, o contrato junho do minério de ferro subiu 9,5%, para US$ 224,65 por tonelada.
“Atualmente, participantes do mercado estão negociando derivativos de minério de ferro como criptomoedas… não com base nos fundamentos, só pela força do momento”, disse Atilla Widnell, da Navigate Commodities.
Os preços do aço na bolsa de futuros de Xangai e os mercados spot também foram apoiados pelo aumento nos custos das matérias-primas. O vergalhão de aço para entrega em outubro avançou 6%, para 6.012 iuanes por tonelada, maior valor já registrado.