O mercado de aluguéis não foi afetado pelo aumento da inflação no país, medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que disparou em 2020. Segundo especialistas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os reajustes não ocorreram nos contratos de locação devido a uma combinação de fatores.
A forte queda na renda da população, o mercado de trabalho ainda fraco e o estoque alto de imóveis vazios, inclusive comerciais, impulsionaram as negociaçõe diretas entre proprietários e inquilinos.
O aluguel residencial fechou o ano com uma alta de apenas 2,77%, de acordo com a inflação oficial apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE. Já o IGP-M aumentou 23,14% no ano passado, divulgou a FGV.
O coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), André Braz, explicou que, mesmo com o IGP-M em alta, o indexador de aluguéis não determinou as negociações.
“O IGP-M ainda é amplamente utilizado como indexador dos aluguéis residenciais. Só que no momento, principalmente por conta da pandemia, o mercado imobiliário foi bem afetado. Muitas famílias perderam emprego, renda, sua capacidade de pagar aluguel. Então a oferta de imóveis para alugar aumentou nos últimos meses. Isso aumenta o poder de barganha do inquilino, porque como a oferta é maior, consegue espaço para negociar melhor o reajuste do aluguel.”