O empresário Nelson Tanure, por meio da JG Petrochem, adquiriu 19,25% da HRT Participações, a quinta empresa brasileira de petróleo e gás. Fundada em 2008, a petroleira estreou na bolsa de valores em outubro de 2010, captando R$ 2,6 bilhões. Embora seja detentora de ativos de qualidade na Bacia de Solimões (AM) e na Namíbia, a HRT viu suas ações despencarem mais de 95% em razão de investimentos mal sucedidos.
A HRT é uma empresa brasileira de petróleo e gás com enorme potencial. Prova disso é a produção diária de 12 mil barris no Campo de Polvo (Bacia de Campos). A companhia é formada por uma equipe qualificada e de geocientistas e geofísicos com passagens em grandes corporações brasileiras e estrangeiras. Os ativos da HRT são reconhecidos pela qualidade do potencial das reservas de petróleo _ disse Tanure. O que a empresa precisa, afirma Tanure, é de uma gestão eficiente e criativa.
Apontado como uma espécie de versão brasileira do americano Carl Icahn, Tanure atuará como um acionista ativista, tendo como meta transformar a petroleira em uma empresa rentável. Como se sabe, Icahn é um dos mais agressivos investidores do mercado americano, tendo participação importante em grandes companhias, como a Apple. É tão poderoso que chegou a demitir executivos das companhias nas quais é acionista.
No início de fevereiro, a empresa e a sua subsidiária HRT O&G anunciaram o processo de exportação da primeira carga de petróleo na Bacia de Polvo, tendo sido vendidos 233,3 mil barris de óleo. A próxima venda está prevista para ocorrer, no máximo, na primeira semana de março com volume estimado em 400 mil barris de petróleo. A companhia espera ter uma receita de R$ 500 milhões no período de 12 meses. A Maersk é sócia minoritária da HRT no Campo de Polvo, tendo uma fatia de 40%.
Os novos acionistas da empresa planejam se concentrar em campos maduros de óleo sobretudo naqueles que as grandes empresas, tais como a Petrobras e a Chevron, não têm mais interesse em razão da escala. Com isso, é possível que em fins de 2015 a HRT alcance um faturamento próximo de R$ 1 bilhão e uma produção diária de 20 mil barris diários. Dentro desta estratégia, a empresa vai reduzir o risco na Bacia de Solimões, onde em breve a russa Rosneft, o maior conglomerado mundial de petróleo, terá a participação majoritária de 51%. Da mesma forma, os sócios buscam compradores para os blocos da Namíbia, dona de reservas certificadas que ultrapassam a casa dos 7 bilhões de barris de óleo equivalente.
“A HRT precisa se conscientizar de que é uma empresa privada, pequena e pobre. É necessário cortar os custos para ter um caixa permanente de R$ 200 milhões e buscar receitas novas nos campos maduros. Temos gente qualificada e equipamento apropriado”. afirma Tanure.
Por: Paulo Roberto Cunha – Redação
Fonte:Blog Radar Econômico