BC chinês corta juros e compulsório para ajudar economia, enquanto ações desabam

bc chinesO banco central da China cortou as taxas de juros e, ao mesmo tempo, afrouxou as taxas de compulsório pela segunda vez em dois meses nesta terça-feira, em um movimento de apoio à economia cambaleante e ao mercado acionário, cuja forte queda reverberou ao redor do mundo.

A medida vem depois de os índices acionários da China despencarem mais de 7 por cento, atingindo os menores patamares desde dezembro, na sequência da queda de mais de 8 por cento apurada na segunda-feira.

A mais recente medida de afrouxamento veio também na esteira da surpreendente desvalorização do iuan há duas semanas. Autoridades afirmaram que a mudança no câmbio vem em linha com as reformas financeiras, mas alguns viram a decisão como o início de uma depreciação do iuan de longo prazo com o objetivo de impulsionar as exportações.

“Francamente, isso mostra um pouco de pânico, ao meu ver”, disse o economista residente do Conference Board em Pequim Andrew Polk.

“É uma medida de artilharia pesada”, disse ele. “Tem o objetivo de lidar com algumas questões reais e com o sentimento que tem prevalecido no mercado nos últimos dois dias”.

O Banco do Povo da China anunciou em seu site na Internet que reduziu a taxa de empréstimo de 1 ano em 0,25 ponto percentual, para 4,6 por cento. Segundo a autoridade monetária, o corte entra em vigor a partir de 26 de agosto.

Além disso, o banco central cortou a taxa de depósito de um ano em 0,25 ponto percentual, enquanto o teto para taxa de depósitos a prazo acima de um ano foi eliminado para liberalizar ainda mais o mercado chinês de taxa de juros.

Ao mesmo tempo, o banco central também reduziu a taxa de compulsório em 0,5 ponto percentual, a 18,0 por cento, para a maioria dos grandes bancos, sendo que a mudança terá efeito a partir de 6 de setembro.

A desvalorização da moeda chinesa e o quase colapso em seus mercados acionários têm levantado temores de que a segunda maior economia do mundo corre risco de um pouso forçado que teria impacto sobre o crescimento mundial e provocaria uma queda vertiginosa dos mercados globais.

Fonte: Reuters

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