No dia 20 de março é comemorado o Dia Internacional da Felicidade. A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) reconhece a data e apela para “uma abordagem mais inclusiva, equitativa e equilibrada ao crescimento econômico que promova a felicidade e o bem-estar de todos os povos”.

A ONU afirma que os governos e as organizações internacionais devem investir em condições que apoiem a felicidade, defendendo os direitos humanos e incorporando o bem-estar e as dimensões ambientais nas políticas públicas, com base nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Mas não é tão fácil definir a felicidade. “A filosofia define a felicidade como o prazer do momento, mas ele se esgota. E se eu buscar mais prazer eu posso me viciar e vício não é bom. A felicidade como o saldo de uma vida, esse sim se conecta com um propósito com a nossa existência. Hoje, acho que a melhor definição é a gente pensar em felicidade como o saldo do que a gente tem feito e o quanto que isso nos deixa feliz se conecta com a nossa essência”, conceitua a pesquisadora em saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em Felicidade, Chrystina Barros.

“Estudar a felicidade significa se aproximar de conceitos que vão da filosofia, sociologia, psicologia, em especial psicologia positiva e economia, são uma série de conhecimentos. O importante é que a gente estude com base em ciência. A felicidade ela vem correndo risco de ser tratada como algo romântico um sonho de consumo de um mundo que não tem dor”, comenta. “Então a gente aprende com o conhecimento científico e levando as reflexões das nossas situações de vida para esses conhecimentos para reconhecer o sofrimento, que é algo fundamental para entender sobre felicidade.”

Em resumo, Chrystina detalha que alcançar a felicidade vem principalmente das nossas reflexões. A especialista convida as pessoas a fazer da felicidade um exercício reflexivo, feito em datas especiais, aniversários ou no Dia Internacional da Felicidade. “Isso nos ajuda a compreender o que a gente tem vivido e se isso está nos fazendo crescer. E eu gosto de uma referência me falta o nome do autor, mas a felicidade é como utopia. Ela tá ali na frente, eu dou dois passos ela se afasta dois passos eu dou mais um passo ela se afasta a gente sempre vai perseguir a felicidade enquanto a gente tiver livre, mas o fundamental é que a gente olha e reconhecendo tudo que a gente fez e se a gente vive na essência do nosso propósito hoje”,

Para Chrystina, um dos maiores desafios para a felicidade e entende-la no ambiente de trabalho. Isso por que é no trabalho que as pessoas passam a maior parte do tempo e onde as pessoas se relacionam com outras. “Um estudo mais longevo de felicidade feito por Harvard diz que o segredo da felicidade está em relacionamentos bons, sejam eles quais forem de qual natureza for”, comenta. “Por isso, (é importante) entender o trabalho e as dinâmicas do trabalho as tensões que existem e como que a gente pode encarar essa extensões gerando soluções criativas, solidárias e vivendo em comunidade”.

A busca da felicidade é algo constante e importante, mas não é possível ser feliz 365 dias por ano. Chrystina comenta que ser feliz ou triste o “tempo todo” são estados patológicos. “A vida tem sofrimentos. Até como diz a música não vai ter som, se não tiver o silêncio, não vai ter luz, se não tiver escuridão. É clichê, mas a gente precisa desses contrastes para reconhecê-los. Até para resinificarmos a nossa vida e encontrarmos felicidades, não existe como ver o tempo todo isso é o sonho tópico”.

A especialista acrescenta que essa ideia de ser feliz o tempo todo é contaminada pelas redes sociais. “Isso é mentira das redes sociais e nos coloca diante de um cenário que é impossível, isso nos frustra e nos adoece”, ressalta. “Há de se reconhecer que todo mundo vai ter dias bons, mais ou menos e ruins, e é exatamente isso que faz essa consciência e transformar isso dando sentido é o que nos traz a felicidade o saldo da nossa vida.”

A Assembleia Geral das Nações Unidas no dia 12 de julho de 2012 proclamou o dia 20 de março como o Dia Internacional da Felicidade, reconhecendo a relevância da felicidade e do bem-estar como objetivos e aspirações universais na vida dos seres humanos.

A resolução foi iniciada pelo Butão, um país que reconheceu o valor da felicidade sobre o rendimento nacional desde o início da década de 1970 e adotou o objetivo da “Felicidade Nacional Bruta” sobre o Produto Nacional Bruto.

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