Os dados divulgados hoje (8/4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, após o fechamento da fábrica da Ford em Camaçari, a produção industrial baiana registrou em fevereiro de 2021 o maior tombo desde maio de 2020.

O fechamento da montadora foi anunciado em janeiro deste ano, após mais de um século de atividade no Brasil. A decisão gerou um efeito dominó na economia baiana, que se reflete em outros setores. Já na passagem de janeiro para fevereiro, a indústria da Bahia registrou uma queda de 5,8%. Na comparação com fevereiro de 2020, o tombo foi de 20,9% – o mais intenso para a indústria baiana desde maio de 2020, quando recuou 21,4%.

“A queda da produção de veículos e autopeças explica em grande parte esse resultado, justificado pela saída de uma montadora de automóveis da Bahia”, explicou o gerente da pesquisa, Bernardo Almeida.

O encerramento das atividades da Ford na Bahia provocou também o pior resultado regional do indicador acumulado nos dois primeiros meses de 2021, também na comparação com igual período de 2020 (-18%). No acumulado em 12 meses, a indústria baiana registrou queda de 9,4%.

Cinco mil empregos foram perdidos no Brasil e na Argentina, mas, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o impacto da saída da montadora deve ser 20 vezes maior. É que há toda uma cadeia indireta ligada à produção da empresa.

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