O governo federal entregou ontem à noite (23/02) ao Congresso Nacional a Medida Provisória (MP) que busca acelerar a privatização da Eletrobras. O texto prevê poder de veto do governo federal sobre decisões da estatal por meio de ações preferenciais (as chamadas golden shares).

A entrega foi feita pessoalmente pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, entre outros membros do governo.

Nos últimos dias, Bolsonaro causou quedas expressivas nas ações da Petrobras e da Eletrobras ao sugerir e anunciar interferências no comando das duas estatais. No caso da Eletrobras, Bolsonaro disse que o governo ia “meter o dedo na energia elétrica, que é outro problema também”, sem esclarecer o que faria.

“Então, a Câmara e o Senado vão dar a devida urgência à matéria, até por ser uma medida provisória. E a nossa agenda de privatização, essa MP não trata disso hoje em dia, mas nossa agenda de privatização continua a todo vapor. E nós queremos, sim, enxugar o Estado, diminuir o tamanho do mesmo, para que nossa economia possa dar a satisfação, dar a resposta que a sociedade precisa”, afirmou o presidente.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que pretende pautar o texto no plenário da Câmara já na próxima semana.

Fontes do mercado, porém, se revelam céticas com a proposta, que não é de fato uma privatização. Muitos investidores acreditam que o movimento é um “cala boca ao mercado” após as declarações de Bolsonaro.

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