O diretor global de Cibersegurança da Huawei, Marcelo Motta, voltou a afirmar que a empresa chinesa de telecomunicações espera que o governo brasileiro aplique somente “critérios técnicos e não discriminatórios” para as empresas que atuam na implantação da rede 5G.
“Esperamos que sejam critérios técnicos e não discriminatórios”, ressaltou durante debate organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), realizado hoje (28/01).
O executivo lembrou que a especificação das diretrizes e a condução dos testes de equipamentos e redes estão sob responsabiliade do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A declaração do diretor da Huawei tem como pano de fundo a possibilidade cogitada pelo governo de Jair Bolsonaro de barrar a participação da empresa chinesa no leilão brasileiro da rede 5G.
A eventual medida representaria um alinhamento do Brasil aos Estados Unidos, que disputa mercados com a China.
Importância das relações com a China é reforçada pela produção de insumos da vacina contra a covid-19
No entanto, analistas preveem que uma restrição à Huawei não deve prosperar por falta de meios legais e pelo custo elevado para substituir os equipamentos da gigante chinesa no mercado nacional. Além disso, os riscos de retaliações da China, principal parceira comercial do Brasil, são grandes.
Além disso, o Brasil depende da liberação pela China dos insumos para a produção da vacina contra a covid-19. Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro agradeceu a “sensibilidade do governo chinês” sobre os insumos da vacina. Analistas interpretaram a declação como uma espécie de mudança de rumo nas relações com a potência oriental.