Em referência indireta ao auxílio emergencial, o presidente Jair Bolsonaro declarou hoje (26/01) a investidores estrangeiros que não deixará que “medidas temporárias” se tornem “compromissos permanentes de despesas”.
A declaração foi feita durante o Latin America Investment Conference, promovido pelo banco suíço de investimentos Credit Suisse. Além de Bolsonaro, os ministros da Economia, Paulo Guedes, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, participaram do evento.
“No âmbito fiscal, manteremos firme compromisso com a regra do teto de despesas como âncora de sustentabilidade e de credibilidade econômica. Não vamos deixar medidas temporárias relacionadas com a crise se tornem compromissos permanentes de despesas”, declarou o presidente brasileiro, reafirmando o compromisso do governo com o teto de gastos.
Apesar do não do presidente, pressão pela volta do auxílio emergencial continua no Congresso
Apesar do tom de Bolsonaro, a pressão pela prorrogação do auxílio emergencial continua forte no Congresso. Parlamentares chamam atenção para o fato que parte da população que foi beneficiada não terá como se manter, pois a pandemia continua.
Ontem, em conversa informal com apoiadores, Jair Bolsonaro já havia rejeitado a possibilidade de prorrogar o benefício.
“Não, não vou [prorrogar]. Converso isso com o Paulo Guedes, contigo não. A palavra é emergencial. O que é emergencial? Não é duradouro, não é vitalício, não é aposentadoria. Lamento muita gente passando necessidade, mas a nossa capacidade de endividamento está no limite.”
O mercado financeiro posiciona-se contra a prorrogação do auxílio emergial por temor que o Brasil descumpra a lei do teto de gastos.
Já o ministro da Economia Paulo Guedes condicionou a volta do benefício ao corte de verbas em outras áreas.
“Porque se fizer isso não pode ter aumento automático de verbas para educação, para segurança pública, porque a prioridade passou a ser absoluta (para o auxílio)”, comentou Guedes.