Na véspera, a moeda norte-americana bateu novo recorde, encerrando o dia vendida a R$ 5,2652.
O dólar chegou a bater R$ 5,30 na manhã desta sexta-feira (3), caminhando para fechar sétima semana consecutiva de ganhos em meio à cautela generalizada após os casos de coronavírus no mundo superarem 1 milhão, com dados sobre o emprego nos Estados Unidos destacando o impacto econômico da pandemia.
Às 11h04, a moeda norte-americana subia 0,58%, vendida a R$ 5,2963. Na máxima, o dólar atingiu R$ 5,3002, nova máxima histórica intradia.
Na véspera, a moeda norte-americana encerrou o dia vendida a R$ 5,2652, em alta de 0,05%.
Nesta sessão, o Banco Central realizará leilão de até 10 mil swaps cambiais tradicionais com vencimento em outubro de 2020 e janeiro de 2021, para rolagem de contratos já existentes.
Já o Ibovespa operava em queda ao redor de 1% nesta sexta.
Cenário externo
Os casos globais de coronavírus ultrapassaram 1 milhão na quinta-feira, com mais de 52 mil mortes, uma vez que a pandemia explodiu nos Estados Unidos e o número de mortos avançou na Espanha e na Itália, de acordo com dados da Reuters.
O impacto econômico de tamanha disseminação continuava assustando os mercados, principalmente após dados norte-americanos praticamente confirmarem uma recessão na maior potência do mundo.
Nesta sexta-feira, o Departamento do Trabalho dos EUA disse que os empregadores do país cortaram 701 mil empregos no mês passado, depois de criarem 275 mil postos de trabalho em fevereiro. A taxa de desemprego disparou de 3,5% para 4,4%.
“Os Estados Unidos cortaram 701 mil empregos em março, evidenciando os primeiros efeitos do coronavírus no mercado de trabalho americano(…) Aqui, o reflexo foi imediato com o dólar comercial subindo fortemente”, explicou em nota à Reuters Jefferson Rugik, da Correparti Corretora.
“O coronavírus segue assolando o globo, e, dentre os países afetados, neste momento os EUA são o que está em evidência, acrescentou à Reuters Ricardo Gomes da Silva Filho, também da Correparti.
Em nota, a Infinity Asset disse que “o problema continua a ser a ausência de um espectro temporal, pois a restrição à demanda pela paralisação se une ao temor pela perda de emprego e renda, os quais se convertem em adicionais restrições à demanda, piorando a atividade econômica como um todo”.
“O quanto mais avançar tal cenário, mais se aprofundará a recessão e mais difícil será sua saída. Tal discussão só conseguirá ganhar corpo nas próximas semanas, com a possível redução do pico de casos nos EUA e Europa.”
Cenário local
Em 2020, o dólar já acumula alta de mais de 30% contra a moeda brasileira. Apesar de a crise de saúde ser fator importante para essa valorização, analistas apontam a falta de fluxo estrangeiro nos mercados brasileiros como uma pressão adicional sobre o real.
O atual patamar da Selic, em mínima histórica de 3,75%, colabora para a redução do investimento vindo do exterior, uma vez que reduz rendimentos atrelados à taxa básica de juros, tornando alguns ativos brasileiros menos atraentes.
No Brasil, as medidas econômicas do governo estão no radar dos investidores. Na quarta-feira, foi anunciado programa de preservação de empregos que permite redução de salário e jornada de até 70% por um período de três meses, com o pagamento de compensação parcial pelo governo aos trabalhadores, ou a suspensão do contrato de trabalho por até 60 dias.
Fonte: G1