Robson Andrade(foto) chegou à Cidade do México, na semana passada, na privilegiada condição de integrante da comitiva oficial de Dilma Rousseff. Quando embarcou de volta ao Brasil, era persona non grata no Palácio do Planalto e trazia na bagagem mais uma amostra de sua calamitosa gestão à frente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Vai ser difícil Dilma digerir a falseta cometida por Andrade, que se aproveitou da farta concentração de microfones ao redor da delegação presidencial para disparar sua artilharia contra as medidas de ajuste da economia. Entre outras críticas, ao se referir especificamente aos cortes de R$ 70 bilhões no orçamento, o presidente da CNI proferiu a célebre frase que estampou os enunciados dos jornais no dia seguinte: “O que eles querem agora, o nosso pescoço?”. Sim, o Planalto adoraria ter o pescoço de Robson Andrade. Não está sozinho. Entre as próprias federações que compõem a CNI não falta quem gostaria de ver a cabeça do dirigente numa bandeja.
Segundo uma fonte da Secom, tão logo soube das declarações do presidente da CNI, ainda na Cidade do México, Dilma Rousseff reagiu ao destempero do pelego com uma ironia seca: “Ele agora vai ser o Robinson Crusoe dos empresários”. Naquele instante, quem estava ali, diante dos jornalistas, não era apenas o porta-voz – por mais opaco que seja – da indústria nacional, e, sim, um membro da comitiva da Presidência da República. Mas, parafraseando certo ministro da ditadura militar, às favas com o protocolo. Por essas e outras, desde que assumiu a presidência da CNI, em 2010, a entidade perde prestígio, representatividade e capacidade de interlocução junto ao governo.
Fonte: Blog Comunicolândia