Governo pode reduzir meta do superávit primário para 2015, dizem fontes

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O governo brasileiro pode reduzir a meta de superávit primário para 2015 a um número mais factível, disseram à Reuters nesta quinta-feira três fontes envolvidas nas discussões sobre a política fiscal, no que pode ser outro movimento da presidente Dilma Rousseff para recuperar a confiança dos investidores.

Uma meta menor de superávit primário melhoraria a transparência e reforçaria os sinais de que Dilma pode adotar políticas econômicas mais pragmáticas depois de ser reeleita numa disputa apertadíssima no último domingo.A bolsa teve forte alta e o dólar caiu mais de 2 por cento nesta quinta-feira, no dia seguinte ao Banco Central elevar a taxa básica de juros, aumentando as esperanças de investidores de que Dilma está disposta a tomar algumas medidas dolorosas para reconstruir os pilares da economia.

“A meta mais baixa pode ajudar a recuperar a credibilidade, indicando claramente o que podemos realmente conseguir”, disse uma fonte do governo que pediu para não ser identificada porque não está autorizada a comentar o assunto publicamente.

“Vai ser muito difícil ao governo para alcançar a meta de 2 por cento (do PIB), mesmo com grandes cortes orçamentários e um aumento nos impostos”, acrescentou.

Para 2015, a meta cheia do superávit primário é de 143,3 bilhões de reais, equivalente a 2,5 por cento do Produto Interno Bruto. E o governo disse que atingirá pelo menos 114,7 bilhões de reais, o equivalente a 2 por cento do PIB.

Duas outras fontes do governo admitiram que a meta pode ser reduzida. Mas nenhuma das três fontes ouvidas pela Reuters disse de quanto pode ser a redução.

Uma das fontes disse que o governo anunciará em breve pesados cortes orçamentários para 2015 assim como medidas para reduzir os gastos públicos nos próximos anos. A fonte não quis detalhar o tamanho dos cortes nem a natureza das medidas.

Um porta-voz do Ministério da Fazenda se negou a comentar sobre a possibilidade de redução da meta do primário para 2015.

Uma forte deterioração das contas fiscais no governo Dilma tem colocado a economia brasileira na mira das agências de classificação de risco e corroído a confiança dos investidores no país.

Após quase ser derrotada por Aécio Neves (PSDB), candidato preferido pelos mercados, Dilma prometeu mudanças para reverter a fraqueza econômica que reduziu seu apoio na classe média.

O superávit primário representa a economia feita para o pagamento dos juros da dívida pública e entre janeiro e agosto garantiu apenas 10 por cento da meta para todo o ano.

Fonte: Reuters Brasil

 

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