Acionistas do Santander aprovaram em assembleia extraordinária nesta segunda-feira a emissão de até 4,7 bilhões de euros em um aumento de capital para adquirir a fatia que o banco espanhol ainda não possui na sua unidade brasileira.
A operação contemplará a emissão de até 665 milhões de ações do banco, o equivalente a 5,62 por cento do Santander.
Durante a assembleia, a nova presidente do Conselho de Administração do Santander, Ana Botín (foto), disse que, com a aprovação da oferta para comprar os 24,75 por cento do Santander Brasil que o espanhol ainda não detinha, a política de diversificação do grupo se fortalece, sendo “chave para consolidar essa nova fase de crescimento de nossos lucros”.
O Brasil, que ao lado do Reino Unido é um dos motores dos resultados do banco, é um dos dez mercados nos quais o Santander conta com uma presença significativa em nível mundial.
Ana Botín aproveitou para enviar uma mensagem de confiança a respeito da economia brasileira ao destacar que ela “superará o período de desaceleração econômica pelo qual está passando”.
A executiva também sinalizou que a transação permitirá ao banco um aumento nos lucros por ação do grupo nos próximos anos “graças às perspectivas favoráveis de nosso banco no Brasil”, disse.
Além disso, Ana Botín defendeu que a operação no Brasil representa um impulso para a política do grupo de ter subsidiárias listadas em bolsas de valores.
Sobre seu possível sucessor no comando do Santander Reino Unido, Botín não quis fazer comentários, mas sinalizou que uma decisão será tomada em breve.
DISCURSO EMOTIVO
Em sua primeira aparição pública como presidente do Conselho do Santander, Ana Botín protagonizou um discurso emotivo ao defender o legado de seu pai, apostando em continuar com a estratégia de diversificação do grupo e priorizando a política de dividendos.
“Em seus cerca de trinta anos na presidência do banco, ele colocou o Santander como primeira entidade da zona do euro e um dos primeiros dez bancos do mundo em capitalização de mercado”, disse Botín em tributo ao seu pai, Emilio Botín, falecido na última terça-feira após um ataque cardíaco, aos 79 anos.
“A atenção a vocês (acionistas) foi sempre uma de suas prioridades e o dividendo, objeto principal de atenção para o banco”, afirmou Botín, nomeada presidente do Conselho na quarta-feira passada por unanimidade, após ressaltar que seguiria com tal estratégia.
Diante de possíveis reservas expressadas por parte de alguns investidores quanto ao fato de o banco seguir comandado por um membro da família Botín pela quarta geração, a nova presidente do Conselho se limitou a dizer que foi nomeada a partir de uma proposta da comissão de nomeações e “em linha com os mais altos padrões de governança corporativa”.
Fonte: Reuters