Aumento de capital põe Lupatech na berlinda

A CVM vem monitorando de perto o aumento de capital em curso na Lupatech, com conclusão prevista para o dia 22 de agosto. A operação é vista como um prato cheio para os predadores que habitam o topo da cadeia alimentar no mercado de capitais. O principal motivo de preocupação é a diferença entre o valor de subscrição e a atual cotação do papel no mercado, que pode levar a uma desordenada oferta das ações e, pior, ao fechamento de contratos a descoberto. O preço de emissão dos novos títulos foi fixado em R$ 0,25. Na última quarta-feira, a Lupatech fechou o pregão em R$ 0,29, 16% a mais. No entanto, o papel tem sofrido bruscas oscilações desde o dia 22 de julho, quando o Conselho de Administração da companhia aprovou a chamada de capital.

Ao longo das últimas duas semanas, a ação ordinária foi negociada ao preço médio de R$ 0,45, com picos de até R$ 0,60. O receio da CVM é que um expressivo volume de minoritários da Lupatech atenda à chamada de capital com o único objetivo de aproveitar o gap entre o valor da subscrição e a cotação em Bolsa. Quanto maior for o intervalo entre as duas cifras maior o estímulo a um efeito manada, leia-se a desova dos papéis nos pregões seguintes. Ressalte-se que a maioria dos credores da Lupatech, que terão o direito a converter dívidas em participação societária, já fez o write-off das perdas. Ou seja: qualquer ganho no mercado de capitais vai limpinho para a conta. A CVM tem motivos de sobra para ficar com as antenas em pé, a começar pela superlativa quantidade de novas ações. A operação prevê a emissão de até 5,8 bilhões de papéis.

 

Hoje, a base acionária da Lupatech é composta por 157,603 milhões de títulos. Ou seja: da noite para o dia, o volume de ações em circulação pode aumentar 37 vezes. E mesmo com essa enxurrada de títulos, há um temor no mercado de que muitos investidores estejam fechando contratos futuros sem ter mercadoria para entregar. Apenas nos pregões de 23 e 24 de julho, os dois dias seguintes à aprovação do aumento de capital, o volume de operações de aluguel com títulos da empresa cresceu quase 60%.

 

Fonte: Blog Relatório Reservado

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