Autoridades do arquipélago de Nova Caledônia, na Oceania, disseram nesta segunda-feira que autorizaram a retomada condicional de operações de níquel da Vale, que foram suspensas mais de três semanas atrás, depois de um vazamento de efluentes em um rio.
O vazamento provocou protestos violentos por jovens que causaram mais de 20 milhões de dólares em danos às instalações, equipamentos e veículos, e deixou três policiais feridos.
A polícia ficou em estado de alerta uma vez que os manifestantes permaneceram perto da mina.
“A situação é calma e alguns (manifestantes) ainda estão acampados perto da usina”, disse um porta-voz do governo local.
Alguns manifestantes, que ficaram frustrados com a falta de resposta de chefes indígenas Kanak em relação ao vazamento de produtos químicos, querem o fechamento definitivo da mina –algo que a Vale afirmou na semana passada que não estava sobre a mesa.
A Vale não pôde ser imediatamente contatada para comentar o assunto.
O governo da ilha administrada pela França ressaltou que este é o sexto grande incidente na unidade de 6 bilhões de dólares Goro, da Vale, e definiu normas mais rígidas de segurança como condição para retomar as operações da mina.
As condições também incluem uma auditoria completa de gestão da segurança e da criação de um comitê de vigilância multipartidário.
A Vale, segunda maior mineradora de níquel do mundo, emprega tecnologia de alta pressão e ácidos para recuperar o níquel a partir dos abundantes minérios de laterita da ilha.
“Toda vez (que há um problema com a Vale), é a mesma resposta pela província… No entanto, isso acontece de novo”, disse Louis Kotra Uregei, presidente do Partido Trabalhista de Nova Caledônia.
Uregei está pedindo a suspensão do processamento do níquel com ácido.
“Precisamos nos concentrar em exploração de minério e deixar o processamento ser feito em outro lugar”, disse ele.
A mineração de níquel é uma indústria-chave na Nova Caledônia, que detém cerca de um quarto das reservas conhecidas do mundo. A mina da Vale é a segunda maior empregadora na região, com cerca de 3.500 empregados e contratados.
Fonte: Reuters