A Coamo pretende ir além do epíteto “maior cooperativa agrícola da América Latina”. Com faturamento anual em torno de R$ 8 bilhões, o grupo vai partir para um processo de verticalização. O objetivo é ramificar seus negócios para a área industrial e o setor de logística. Uma das maiores produtoras de soja do país, a Coamo quer subir um degrau e atuar no processamento do cereal. O projeto passa pela construção de duas fábricas de óleo e farelo, ambas provavelmente no Paraná. Paralelamente, a empresa estuda a instalação de um terminal próprio no Porto de Paranaguá (PR). O alvo é o escoamento de grãos e derivados, notadamente para a Ásia e o Leste Europeu. Com este movimento, a Coamo projeta romper a marca de R$ 10 bilhões em faturamento já em 2015.
O desembolso da Coamo deve chegar à casa dos R$ 400 milhões. Trata-se de um dos maiores pacotes de investimento da empresa desde a sua fundação, em 1970. A verticalização estratégica seria, inclusive, o trampolim para profundas mudanças na estrutura de capital da companhia. Não é de hoje que os acionistas da Coamo avaliam uma troca de figurino: a vestimenta de cooperativa daria lugar à criação de uma S/A. Não é um passo simples, sobretudo por conta da resistência que o projeto encontra entre alguns dos cooperativados, temerosos de perder participação e poder com a nova configuração. Mesmo porque a transformação em S/A não seria o fim, mas, sim, o meio para a posterior abertura de capital em bolsa.
Fonte: Relatório Reservado