Maioria dos brasileiros aponta biocombustível como novo motor de crescimento

A pesquisa inédita Combustível e Energia Sustentáveis: A Visão dos Brasileiros, feita pela Nexus para a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, apontou uma inclinação positiva da população brasileira para o biocombustível. De acordo com o relatório, 69% dos brasileiros acreditam que o aumento da produção do combustível está ligado ao crescimento econômico do país.

Segundo a pesquisa, no entanto, 66% dos entrevistados ainda abastecem os veículos com gasolina ou diesel, mesmo apoiando a nova indústria. Apenas 29% dos brasileiros dizem usar o etanol como o principal combustível. Em relação aos combustíveis limpos, 77% acreditam que os carros elétricos são a melhor medida, seguido por etanol (40%) e GNV (33%).

Em outubro deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei do Combustível do Futuro, que permite o aumento dos limites de mistura do etanol e do biodiesel à gasolina, além de criar programas de incentivo à pesquisa, produção, comercialização e uso do biocombustíveis. A pesquisa expõe que mais da metade dos brasileiros (51%) não sabem sobre a mistura.

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a nova Lei do Combustível do Futuro faz parte da agenda climática que o Brasil se comprometeu. “Para o Brasil, que possui compromissos internacionais de redução de emissões, a adoção dos biocombustíveis representa um passo importante para o cumprimento das metas ambientais”, afirma.

Além do benefício climático, o ministro também apontou o crescimento econômico com grande parte do processo para produzir o combustível verde. “Envolve não apenas o cultivo da cana-de-açúcar, de milho ou de soja, mas uma extensa cadeia produtiva que abrange pequenos e grandes produtores, transporte, produção e venda. Além disso, o aumento na demanda por biocombustíveis valoriza as commodities agrícolas, o que fortalece a balança comercial do Brasil e aumenta a arrecadação de impostos”, completa o ministro.

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Pacote de corte de gastos não vai atingir Saúde e Educação, afirma ministro Rio Costa

O pacote de corte de gastos preparado pelo governo federal não deve atingir despesas com Educação e Saúde. A afirmação é do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Nesta quarta-feira, ele e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniram mais uma vez para “ajustar os detalhes do texto”.

— No investimento de saúde e educação não será mexido, porque isso ele (Lula) considera essencial. Não vamos mexer no volume de investimento em educação — disse Costa, nesta quinta-feira, em entrevista à GloboNews.

Ele ainda sinalizou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá fazer o anúncio da medida nos próximos dias. Lula se reúne na tarde de hoje com Haddad para tratar sobre o assunto.

— Teremos até amanhã uma nova reunião da junta orçamentária, que deve trazer um novo ajuste para as contas — completou o ministro da Casa Civil.

Debate

O governo debatia a inclusão de mudanças nos cálculos do piso de Saúde e Educação. O modelo levado ao presidente previa a desvinculação dos pisos à receita.

Pela proposta, eles passariam a ser atrelados aos limites de gastos do arcabouço fiscal, pelo qual as despesas não podem crescer mais de 2,5% acima da inflação.

Desde outubro, Lula tratou sobre o tema em diversas reuniões com os ministros da Educação, Camilo Santana, e da Saúde, Nísia Trindade, além da equipe econômica do governo.

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Forbes diz que Bruce Springsteen é milionário. Ele diz que “erraram feio”

“Não sou bilionário. Gostaria de ser, mas eles erraram feio”.

Essa é a afirmação de Bruce Springsteen, que foi incluído em uma seleta lista da conceituada revista Forbes, especializada no mercado financeiro.

O lendário roqueiro de 75 anos refutou os dados financeiros sobre seu patrimônio em uma publicação da Forbes, que apontaram que a voz de clássicos como Born To Run, Streets Of Philadelphia e Dancing In The Dark, entrou para o clube dos bilionários.

A revista chegou a esta conclusão, depois que observou um aumento significativo em seu patrimônio líquido no ano de 2021, quando o artista negociou os direitos de seu catálogo musical com a Sony Music Entertainment, que resultou em uma operação próxima a US$ 500 milhões (R$ 2,8 bilhões).

Foi nesta gravadora, através da Columbia Records, que Bruce Springsteen gravou seus 21 álbuns de estúdio, entre 1973 e 2022.

A observação da Forbes é que, após essa transação sobre a venda de seus direitos fonográficos e editoriais, Bruce Springsteen aumentou seu patrimônio financeiro.

Mesmo assim, segundo o próprio Springsteen, não faz sentido que ele seja considerado um bilionário, porque, segundo suas palavras, ele “gastou muito dinheiro em coisas supérfluas”.

Em uma bem sucedida carreira com mais de 50 anos de atividade, Bruce Springsteen já vendeu mais de 140 milhões de discos em todo o mundo.

71 milhões deles, foram vendidos apenas nos EUA.

Lula pediu para incluir ministério em corte de gastos, diz Haddad

Por Israel Medeiros

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o presidente Lula (PT) pediu a inclusão de um ministério no “esforço” de corte de gastos, mas disse não saber se haverá tempo hábil para incorporar o pedido do petista. A declaração se deu depois de reunião com o presidente.

“O presidente pediu um esforço para incluir um ministério nesse esforço em uma negociação que deve ser concluída até a quarta-feira”, afirmou a jornalistas. Embora acredite que faltará tempo para incluir a pasta em questão, Haddad disse que acredita que haverá “boa vontade” do ministério para atender ao pedido de Lula.

Haddad também revelou que se reuniu no domingo (10) no Alvorada com ministros de pastas que serão afetadas pelos cortes e “esgotou” as conversas com eles. As medidas para esses ministérios já começaram a ser encaminhadas para a Casa Civil para formalização, segundo o ministro.

Fernando Haddad disse ainda que vai voltar a se reunir com Lula na tarde de terça-feira (12). O objetivo é conversar sobre o encaminhamento de algumas das medidas ao Congresso.

O ministro foi questionado por jornalistas sobre a reação de integrantes do PT e do próprio partido — que assinou um manifesto contra os cortes — ao pacote. Disse que é natural que haja debate, mas que o movimento é para controlar a inflação e manter a atividade econômica.

“Nós estamos muito seguros do que estamos fazendo. É para o bem dos trabalhadores. Controlar a inflação é parte do nosso trabalho. Manter a atividade econômica é parte do nosso trabalho. É o equilíbrio entre variáveis importantes para todos os brasileiros. (É para) manter a estabilidade da economia brasileira”, afirmou.

Lula retoma discussão com ministros sobre corte de gastos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retoma nesta sexta-feira (8/11) a discussão sobre corte de gastos com ministros no Palácio do Planalto. Os detalhes da proposta de emenda à Constituição (PEC) para reduzir despesas estão sendo debatidos desde segunda (4), e ainda não há previsão para o anúncio.

O encontro está marcado na agenda oficial do petista, e deve ter início em torno das 14h30. Lula ainda não bateu o martelo sobre quais áreas sofrerão cortes ou restrições para o crescimento da despesa.

Foram convocados para o encontro o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Nísia Trindade (Saúde), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Esther Dweck (Gestão), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), bem como Jorge Messias, advogado-Geral da União (AGU).

Também estão na lista a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, o secretário de Política Econômica da Fazenda, Guilherme Mello, e o secretário especial de Análise Governamental da Casa Civil, Bruno Moretti.

No início da semana, Haddad anunciou que as medidas seriam apresentadas ao longo da semana. Porém, resistências internas no governo, com ministros criticando os cortes em suas respectivas pastas, estenderam a discussão. Há possibilidade de o anúncio ficar para a semana que vem.

A demora voltou a causar temor no mercado financeiro nesta sexta-feira. O dólar opera em alta e atingiu R$ 5,79 às 14h de hoje. A alta ocorre após uma semana de queda, com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos — a incerteza levou a forte alta na semana passada — e à inflação maior do que o esperado em outubro, de 0,56%.

Inflação: em um mês, preço das carnes sobe 5,81%

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em outubro — cujos dados foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (dia 8) —, a inflação do país acelerou de 0,44% em setembro para 0,56% em outubro. O resultado foi puxado pelo aumento da conta de luz e dos alimentos. Somente as carnes subiram 5,81% no mês, maior alta desde 2020.

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Com o resultado, o IPCA acumulado em 12 meses atingiu 4,76% – acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central. O centro da meta para a inflação em 2024 é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, No ano, o IPCA acumula alta de 3,88%

Bandeira vermelha na conta de luz

Dos nove grupos investigados pela pesquisa, oito registraram alta em outubro. O desempenho mais expressivo foi observado em Habitação, com elevação de 1,49%, puxado pelo aumento nos preços da energia elétrica. A conta de luz ficou, em média, 4,74% mais cara no mês.

André Almeida, gerente da pesquisa, destaca que isso ocorreu devido à incidência da bandeira vermelha patamar 2, a mais alta entre as tarifas.

— Ela acrescenta R$ 7,87 (à conta de luza) a cada 100 kwh consumidos, enquanto em setembro estava em vigor a bandeira vermelha patamar 1, que acrescenta aproximadamente R$ 4,46 — disse.

Essa pressão deve diminuir em novembro, pois a bandeira em vigor agora é a amarela, por determinação da Aneel, a agência que regula o setor de energia elétrica. Há chance de o cor mudar para verde em dezembro, com a maior quantidade de chuvas.

Alimentação fora de casa

Já o grupo Alimentação e bebidas subiu 1,06% em outubro, motivado pelo avanço dos preços na alimentação em casa — que passou de uma alta de 0,56% em setembro para 1,22% em outubro.

Só as carnes subiram 5,81% em outubro, em relação ao mês anterior. Foi a maior variação mensal desde novembro de 2020, quando avançou 6,5%, segundo o IBGE. Os destaques foram os cortes de acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%).

Almeida explica que, desde o final do ano passado, houve um volume elevado de abates, o que, conforme o ciclo natural da pecuária, resulta em uma redução na oferta de carne.

— Isso se conjugou com três fatores: uma estiagem bem forte e consequentes queimadas, em um período em que o índice de chuvas é mais alto; temperaturas mais elevadas, que forçaram o gado a ser confinado; e um aumento nas exportações em comparação ao ano passado, o que reduz a oferta da carne no mercado interno.

A alimentação fora de casa, por sua vez, subiu 0,65% em outubro — variação superior à de setembro (0,34%). A refeição ficou 0,53% mais cara, enquanto o lanche subiu 0,88%.

Preços dos combustíveis e das passagens aéreas recuam

O único grupo a registrar queda em outubro foi Transportes, com recuo de 0,38% no mês. A retração deveu-se ao preço das passagens aéreas, que caíram 11,5% no mês.

Um recuo nos preços de trem, metrô, ônibus urbano e integração do transporte público também contribuíram para o resultado negativo do grupo. Segundo o IBGE, o resultado neste caso é explicado em decorrência das gratuidades concedidas à população nos dias das eleições municipais que aconteceram em outubro.

Os combustíveis também estiveram em ligeira queda, com recuo de 0,17% em outubro. Houve queda tanto no preço do etanol quanto no do óleo diesel e da gasolina. O gás veicular, porém, registrou alta de 0,48%.

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Boletim Focus: Economistas projetam inflação acima do teto da meta em 2024

Os economistas do mercado financeiro revisaram suas expectativas de inflação e crescimento o crescimento da economia brasileira em 2024. De acordo com o dado mais recente do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (28/10), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ultrapassar o teto da meta do Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5% no próximo ano.

A projeção atual dos especialistas indica uma inflação de 4,55%, marcando a quarta semana consecutiva de alta nas estimativas para 2024. Esse índice representa uma preocupação para a estabilidade econômica, uma vez que, se confirmado, será o primeiro estouro da meta desde 2022, quando o IPCA fechou em 5,79%.

Esse cenário de pressão inflacionária gera apreensão, especialmente em um contexto de políticas de juros altos que, segundo os economistas, devem continuar ao longo de 2024.

A taxa Selic, que foi ajustada em setembro para o atual patamar de 10,75% ao ano, deve chegar a 11,75% até o fim do ano, de acordo com as projeções. Para 2025, no entanto, o mercado espera uma leve redução da taxa, com projeção para 11,25%.

Apesar da preocupação com a inflação e o aumento dos juros, as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024 apresentam uma leve elevação, subindo de 3,05% para 3,08%. Esse aumento, embora modesto, reflete um otimismo do mercado em relação ao potencial de crescimento econômico do país.

Já para 2025, as previsões se mantiveram estáveis, com uma alta de 1,93%, o que aponta para uma expectativa de desaceleração no ritmo de crescimento no médio prazo.

O PIB, que mede a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é um indicador chave para avaliar a saúde econômica do Brasil. A leve melhora na previsão pode estar associada a setores como agronegócio e indústria, que seguem puxando o crescimento, apesar das incertezas no cenário global e das políticas monetárias restritivas que impactam o crédito e o consumo.

Outro ponto que preocupa o mercado é a volatilidade do câmbio. Para o final de 2024, a previsão do dólar subiu de R$ 5,42 para R$ 5,45. Essa variação reflete tanto o ambiente interno quanto as tensões no cenário internacional, onde a política monetária dos Estados Unidos e as tensões geopolíticas influenciam diretamente o comportamento das moedas emergentes. Para 2025, a expectativa permanece estável em R$ 5,40.

As projeções de inflação acima do teto da meta para 2024 e a manutenção de uma política de juros altos representam desafios adicionais para o país. Uma inflação mais alta pode impactar diretamente o poder de compra da população, além de comprometer o crescimento sustentável no longo prazo. Por outro lado, o esforço para controlar a inflação, mantendo os juros elevados, pode limitar o acesso ao crédito e conter investimentos em setores-chave da economia.

Enquanto o Banco Central e o governo brasileiro monitoram o cenário, especialistas alertam que a combinação de inflação e juros altos pode manter o país em um ambiente de crescimento econômico moderado, ainda que com algumas oportunidades pontuais de expansão. A estabilidade do câmbio, por sua vez, permanece uma incógnita e dependerá da evolução das políticas econômicas tanto internas quanto externas.

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“A Ordem perdeu o seu protagonismo”, diz candidato à presidência da OAB-DF

O advogado Cleber Lopes, líder da chapa A Ordem com Voz, que disputa a presidência da OAB-DF, foi o convidado do CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta quinta-feira (24/10). Aos jornalistas Ana Maria Campos e Carlos Alexandre de Souza, ele falou sobre seu projeto de diminuição da taxa de anuidade para os advogados do DF e sobre os pontos de melhora que considera urgentes na OAB-DF .

Por que o senhor quer ser presidente da OAB-DF?

É uma alegria imensa voltar a este programa. Depois de 25 anos de exercício profissional, mais de 20 anos foram dedicados à nossa entidade. Fui membro da comissão de seleção, conselheiro, diretor, membro do tribunal de ética, presidente da comissão de prerrogativas. Servir à OAB, servir à advocacia faz parte da minha história.

Faço parte de um grupo que dirigiu a ordem no passado, com pessoas que prestaram relevantes serviços à nossa entidade. Nosso sentimento hoje é de uma advocacia abandonada, de uma entidade que perdeu o seu protagonismo. É chegada a hora de tomarmos uma posição e colocar nosso nome à disposição para continuar servindo à nossa instituição, fazendo mais pela advocacia, para que a Ordem volte a ser respeitada institucionalmente. Esse não é um projeto pessoal. É um projeto de um grupo que se dedicou a servir à advocacia e que hoje assiste indignado ao abandono da nossa categoria. Isso nos levou a voltar a disputar a eleição da OAB/DF.

Onde a OAB-DF está falhando, na sua avaliação?

Existem 55 mil advogados em atividade no Distrito Federal. Tenho andado por Brasília desde fevereiro, conversando com advogados e advogadas nas subseções e em todo o Distrito Federal. O que se percebe e escuta da advocacia é exatamente isso: os programas criados para atender à jovem advocacia têm um alcance irrisório. A atual gestão faz disso uma plataforma, um discurso, mas na prática é diferente.

O que o senhor acredita que pode ser feito em relação aos programas?

A advocacia dativa, por exemplo, que a atual gestão tanto enaltece, é um fracasso. Não conseguem credenciar os advogados para atuar e não conseguem executar o orçamento. O governo faz sua parte, disponibiliza mais de um milhão por ano, mas os advogados se cadastram e não são convocados. Falta disposição, falta diálogo da nossa instituição. O presidente da OAB deveria dialogar com o tribunal, sensibilizá-los para a importância do programa.

Outro exemplo é o programa Residência Jurídica, que, embora a ideia não seja ruim, foi executado de forma acanhada. O estudante paga para fazer uma prova, é colocado em um escritório de advocacia credenciado, mas fica lá por 60 dias sem ganhar nada, criando uma falsa ilusão de que está sendo auxiliado pela Ordem. O programa não alcança muitos advogados jovens e não cumpre sua finalidade.

Para resolver isso, estou inclinado a reestruturar a Fundação de Assistência Judiciária (FAG) e trazer a advocacia dativa para ser conduzida no âmbito dessa fundação. O presidente da OAB precisa dialogar com as instituições, com o governo. O que eles chamam de independência é, na verdade, um isolamento institucional. A Ordem se isolou. Quero dialogar com o setor produtivo, com o Governo do Distrito Federal, para aumentar o orçamento da advocacia dativa e garantir sua eficácia orçamentária.

Tenho uma boa relação com o Poder Judiciário, construída ao longo de 25 anos de atuação. A Defensoria Pública absorve parte significativa da demanda, mas não consegue atender tudo. Precisamos dialogar com a Defensoria também, para evitar disputas de espaço. Tenho disposição para aumentar o orçamento e garantir a eficácia dos programas.

A residência jurídica precisa ser transformada numa escola de advocacia via FAG. Sempre foi um grande laboratório para jovens advogados. Temos gerações de advogados que passaram pela FAG. Precisamos criar uma escola de advocacia, utilizando a FAG ou outros convênios para ensinar o jovem advogado a atuar de verdade.

Como a relação com o governador Ibaneis Rocha, que apoia a sua chapa, contribui para a independência da OAB e para essa interlocução institucional?

Sobre o relacionamento da OAB com o Governo do Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha, que foi presidente da OAB, já declarou apoio à minha candidatura. Isso é visto por alguns como uma falta de independência, mas tanto eu quanto o governador somos independentes. A boa relação entre a OAB e o governo favorece a advocacia. Quem ganha é a categoria. Estarei em posições importantes, mantendo minha independência.

O senhor tem alguma distância da atual gestão?

O problema é que as pessoas criticam muito e pouca gente tem disposição para efetivamente se dedicar à gestão da OAB. As pessoas falam, mas historicamente pouco se dispõe a gastar o seu tempo, a se dedicar a isso, a renunciar, às vezes, ao convívio da família.

É muito mais fácil destruir do que construir. Eu me dedico à OAB há mais de 20 anos. Temos um grupo histórico e esse grupo, inclusive, tem sido renovado.

A minha candidatura é a melhor por conta da minha trajetória profissional. A minha vida é absolutamente auditável. Fui conselheiro da Ordem, desembargador eleitoral por três anos, sem nenhuma mácula na minha conduta. Advogo há 25 anos de maneira ininterrupta, atuo desde a delegacia até o Supremo Tribunal Federal. Eu não sou um advogado de tribunal superior, sou um advogado completo. Nenhum dos outros candidatos tem essa atuação.

Como o senhor vai compatibilizar a sua atuação em casos tão contundentes e as responsabilidades de presidente da OAB-DF?

Claro que, ao assumir a presidência da OAB, terei que reduzir minha atuação profissional direta, mas tenho uma equipe qualificada no escritório que dará continuidade ao trabalho. Vou continuar fazendo sustentação oral e despachando processos, mas me dedicarei à presidência para que não haja esse isolamento institucional.

Quero deixar claro que não comecei a advocacia no Lago Sul. Comecei no Gama, enfrentando muitas dificuldades. Fui um jovem advogado casado, com filha logo no primeiro ano, e me desdobrava para levar o pão de cada dia para casa. Deus me deu a providência de prosperar na advocacia, mas sempre trabalhei muito e enfrentei muitas dificuldades. Conheço a dor de quem está na ponta da advocacia, conheço a dificuldade do colega que está lá. Tenho me reencontrado com a minha história ao ouvir depoimentos iguais às experiências que vivi no passado.

Como é o projeto da diminuição da taxa de anuidade dos advogados?

Esse é um tema muito importante, pois toca diretamente a realidade da advocacia no Distrito Federal. Enfrentamos dificuldades para sobreviver. Por incrível que pareça, a nossa anuidade é uma das mais baratas do país, mas, mesmo assim, os advogados iniciantes têm dificuldade para pagá-la.

Na gestão atual, existe um programa de incentivo que vai até cinco anos de inscrição. Ou seja, advogados com até cinco anos têm uma gradação de incentivo: começa com um valor menor e vai subindo até atingir o valor total. O que eu estou fazendo? Estou aumentando o benefício para esses advogados, oferecendo um desconto de mais 25% sobre o valor já praticado. Por exemplo, o advogado que paga R$ 200 terá um desconto adicional de 25%. Estou estendendo esse benefício para advogados com seis a 10 anos de inscrição. Isso porque percebi, ao andar por Brasília, que esses advogados também enfrentam dificuldades.

Por que estou oferecendo um desconto de 25%? Não é nada eleitoreiro; estou agindo com responsabilidade. A partir do estudo que realizamos sobre as contas da OAB-DF, temos condições de enxugar o orçamento e otimizar. Quero, no primeiro mês de gestão, criar uma diretoria de compliance e governança. É um absurdo que a Ordem não tenha uma governança estruturada. Minha ideia é deixar a OAB com uma gestão racionalizada e profissionalizada, garantindo que os presidentes passem, mas que a gestão continue com o mesmo padrão de transparência e governança, de modo que o dinheiro da OAB seja potencializado e investido no que realmente interessa para os advogados.

O senhor gostaria de falar das despesas da OAB-DF?

No debate, não pude apresentar documentos, e não quero fazer isso aqui de maneira ostensiva. Contudo, ao acompanhar a gestão mais de perto, devido à candidatura de oposição, busquei conhecer os detalhes para formular propostas e críticas responsáveis.

Fomos olhar o portal da transparência, que era uma proposta deles na eleição passada, prometendo manter um portal atualizado com informações em tempo real. Descobrimos que o portal estava desatualizado desde 2022. Tenho aqui um print da tela do portal. Fiz um requerimento no dia 6 de setembro pedindo a atualização dos dados. Eles atualizaram e verificamos algumas informações impressionantes. Por exemplo, uma rubrica apresentou um aumento de 108%. Não faz sentido, considerando a inflação atual, aumentar em 108% uma despesa da Ordem dos Advogados do Brasil em apenas dois anos.

A transparência, para mim, é um tema de conteúdo moral. Independentemente do que diga a norma, a transparência tem uma conotação ética. A Ordem tem a obrigação moral de gastar o dinheiro dos advogados de forma transparente. Já declarei isso em outros ambientes e vou repetir: não estou acusando ninguém de desvio de dinheiro da OAB ou de corrupção. Estou apenas mostrando que a gestão não prima pela transparência e tenho provas documentais. O portal ficou desatualizado por dois anos, o que é um absurdo. Portanto, precisamos garantir a transparência e reduzir despesas, pois quero investir o dinheiro da advocacia em temas importantes, como a prerrogativa.

No primeiro ato da gestão, vamos criar um observatório de prerrogativa. Pretendo usar o dinheiro da OAB para contratar pessoas e investir nisso. Esse é o ponto mais sensível da nossa atividade profissional.

O senhor acredita que contará com o apoio dos cinco candidatos à presidência da OAB-DF na sua gestão?

Não tenho nada contra os candidatos. Acredito que todos têm reputação e, inclusive, pretendo pacificar a OAB. Sou um pacifista inveterado; gosto de recompor, fazer amizades e manter relacionamentos.

Não terei dificuldade em trabalhar com os candidatos que perderem a eleição; terei o maior prazer em contar com eles. Quanto a esta gestão, especificamente, sou professor da Escola Superior de Advocacia (ESA) desde 2004, mas há seis anos não dou aulas lá. Não pretendo fazer isso e não o farei. Quem estiver na ESA, prestando um bom trabalho, continuará dando aulas, independentemente de estar ligado a este ou àquele grupo político.

Quero criar um observatório de prerrogativa e investir dinheiro nisso. O que eu puder economizar no orçamento será usado para contratar uma equipe que cuidará das prerrogativas. Esse observatório terá a função de monitorar, em Brasília, onde, quando e por que algum advogado ou advogada teve sua prerrogativa violada. Eu, como presidente, tratarei disso pessoalmente. Outro ponto muito discutido, não apenas no âmbito da advocacia, mas também no Judiciário, é a paridade de gênero.

Como o senhor pretende se posicionar com relação à paridade de gênero dentro da OAB-DF?

No Poder Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já regulamentou isso: a promoção dos juízes para o cargo de desembargador ocorrerá mediante paridade de gênero. Na OAB, já temos um normativo que exige a observância da paridade de gênero, portanto, metade da nossa chapa é formada por mulheres.

Fiz questão, como gesto de respeito e prestígio às mulheres, de que os dois principais cargos da diretoria, após a presidência, sejam ocupados por mulheres. Minha vice-presidente é a Gisele e a minha secretária-geral é a Renata Cisne. Ambas são protagonistas: uma na área do direito de família e a outra no direito criminal. Isso demonstra claramente nosso pensamento sobre esse tema.

Qual será o papel da vice na sua gestão?

Não tenho apego ao poder pelo poder, como já disse em várias ocasiões. Quero fazer uma gestão compartilhada com minha vice, dando espaço para que ela trabalhe e exerça essa representatividade feminina. Ela tem uma dupla representatividade: da advocacia feminina e da advocacia negra. Quero dar efetividade a essa representatividade, permitindo que ela promova eventos e iniciativas voltadas para a advocacia feminina e a advocacia negra, notadamente. Temos uma dívida histórica com a advocacia negra no país e com os negros de um modo geral. Quero pagar a parte que me cabe.

Desejo fazer da OAB um exemplo de representatividade da advocacia negra, uma entidade comprometida com essa causa. Vamos envidar todos os esforços para que a OAB participe desse debate e ajude na formulação de políticas públicas voltadas a esse tema.

*Estagiário sob a supervisão de Eduardo Pinho

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Vagas de emprego em Marechal Deodoro, Arapiraca e Porto Calvo

A Secretaria do Estado de Trabalho, Emprego e Qualificação (Seteq) divulgou as vagas de emprego abertas nesta semana em Maceió, Arapiraca, Marechal Deodoro e Porto Calvo.

Em Maceió estão abertas 200 vagas para atendente de call center bancário e outras 200 vagas para telemarketing com contratação imediata. No litoral norte ainda tem oportunidade de 20 vagas para hotelaria e para quem busca oportunidade na construção civil.

Como se inscrever

Para cadastrar o currículo, é obrigatório agendar o atendimento em um dos postos do Sine Alagoas nas Centrais Já pelo https://ja.al.gov.br/.

O Sine Alagoas oferece cadastro de currículo e consultas de vagas de emprego; captação de vagas e atendimento ao empresário; habilitação ou restituição do Seguro-Desemprego e orientação para emissão da Carteira de Trabalho Digital. Para mais informações pelo WhastApp (82) 98884-8974 ou pelo e-mail vagas.sinealagoas@gmail.com e curriculos.sinealagoas@gmail.com.

Lista de vagas

Marechal Deodoro

Assistente Administrativo – 1 vaga

Porto Calvo

Borracheiro – 3 vagas

Cozinhador – 3

Eletricista De Auto – 3

Instrumentista – 3

Mecânico De Caminhão – 3

Sub Encarregado De Fabricação – 3

Auxiliar Administrativo – 1

Atendente De A&B – 5

Atendente De Apartamento – 5

Auxiliar De Cozinha – 5 vagas

Jardineiro – 5 vagas

Arapiraca

Carpinteiro – 60 vagas

Armador – 60

Servente – 60

Pedreiro – 20

Maceió

Açougueiro – 3 vagas

Adesivador – 2

Ajudante de Armazém – 4

Ajudante de Carga E Descarga – 13

Ajudante de Carpinteiro – 2

Ajudante de Padeiro – 1

Ajudante de Pizzaiolo – 2

Assistente Administrativo – 1

Auxiliar Administrativo – 2

Auxiliar de Controle De Qualidade – 2

Auxiliar de Escritório – 1

Auxiliar de Produção – 2 vaga

Auxiliar de Vendas – 1 vaga

Carpinteiro – 4

Confeiteiro – 1

Coordenação Pedagógica Infantil – 1

Coordenador de Sopro – 1

Eletricista Automotivo PL E SR – 2

Eletricista – 1

Faxineira – 20

Florista – 1

Fresador – 2

Impressor – 2

Líder de Cozinha – 1

Mandrilhador – 2

Manutenção Predial – 1

Mecânico – 1

Mecânico a Diesel – 1

Mecânico Automotivo PL e SR – 2

Motorista Cat – E Com MOPE – 4

Motorista Cat AD – 2

Motorista Cat B – 1

Motorista Cat D – 1

Motorista Cat E – 7

Operador de Caixa – 1

Operador de Call Center Bancário – 200

Operador de Telemarketing – 200

Operador de Limpeza De Estofados – 1

Operador de Máquina De Envase – 1

Padeiro – 1

Pasteleiro – 1

Recepcionista – 1

Repositor de Caixa – 1

Serralheiro – 2

Técnico Eletrotécnico – 1

Vendedor Externo – 5

Vendedor Externo De Serviços- 1

Vendedor Interno – 23

Vagas exclusivas para PcD – 227

Almoxarife – 2

Serviços Gerais – 6

Auxiliar administrativo – 19

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Encontro surpresa no campo de batalha levou à morte do líder do Hamas; saiba bastidores da operação

Era um patrulhamento de rotina para o grupo de soldados israelenses no sul da Faixa de Gaza. Então, um tiroteio começou e os israelenses, apoiados por drones, destruíram parte de um prédio onde vários militantes haviam se abrigado, disseram autoridades israelenses. Quando a poeira baixou e começaram a vasculhar o prédio, os soldados encontraram um corpo que tinha uma semelhança impressionante com alguém que eles não esperavam encontrar, um homem que o país vinha caçando desde 7 de outubro de 2023: Yahya Sinwar, o líder do Hamas.

Por mais de um ano, enquanto dezenas de milhares de gazenses eram mortos, Sinwar havia escapado da força total do establishment militar e de segurança de Israel, que dedicou todos os meios à sua disposição para encontrá-lo e matá-lo. Muitos acreditavam que ele estava se escondendo no subsolo em Gaza e havia se cercado de reféns capturados em Israel.

No fim, disseram as autoridades israelenses, ele foi morto acima do solo na quarta-feira, ao lado de dois outros militantes, sem sinais de reféns por perto. As autoridades israelenses disseram que confirmaram sua morte na quinta-feira, usando registros dentários e impressões digitais. Seu DNA também foi testado para confirmação, segundo uma autoridade israelense e a Casa Branca.

A morte de Sinwar foi o golpe mais severo na liderança do Hamas após mais de um ano de escalada da violência no Oriente Médio, e imediatamente mergulhou a guerra em Gaza em uma nova fase incerta. Ela ocorreu menos de três semanas depois que as forças israelenses mataram o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um ataque aéreo ao sul de Beirute, capital do Líbano.

Enquanto alguns esperavam que a morte de Sinwar pudesse sinalizar o fim da invasão israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu indicou que a ofensiva não pararia só porque o arquiteto do ataque mortal do ano anterior ao sul de Israel havia sido morto.

“Hoje, o mal sofreu um golpe pesado — a missão à nossa frente ainda está inacabada”, disse Netanyahu em um comunicado. Ele afirmou que Israel continuava determinado a libertar os reféns que ainda estavam em Gaza, chamando isso de “obrigação”.

Ele disse aos gazenses que quem “deixar suas armas de lado e devolver nossos reféns — permitiremos que saiam e vivam”. Mas ele alertou que quem prejudicasse os reféns israelenses pagaria com a vida.

Os líderes israelenses há muito tempo afirmam que não parariam sua ofensiva em Gaza até que tivessem esmagado o Hamas como uma força militar e política e libertado os reféns capturados em 7 de outubro. Cerca de 1.200 pessoas foram mortas no ataque e 250 foram levadas para Gaza como reféns. Dos 101 reféns que permanecem em Gaza, acredita-se que pelo menos um terço esteja morto.

O ataque do Hamas remodelou o Oriente Médio, desencadeando uma devastadora contraofensiva israelense em Gaza que matou mais de 42.000 palestinos, transformou grande parte do território em ruínas e deixou centenas de milhares de gazenses enfrentando fome e privação.

O ataque de 7 de outubro também levou a combates entre Israel e outros grupos que, como o Hamas, são apoiados pelo governo iraniano, e entre Israel e o próprio Irã. Eles incluem o Hezbollah no Líbano e os houthis no Iêmen.

O Hezbollah começou a disparar barragens de foguetes do Líbano em direção a Israel um dia após o ataque de 7 de outubro, levando a um ano de fogo cruzado. No mês passado, as forças israelenses iniciaram uma pesada campanha de bombardeio e terrestre no Líbano, numa tentativa de parar os ataques e desmantelar o Hezbollah. Israel matou muitos de seus principais comandantes, além de Nasrallah. Milhares de pessoas no Líbano foram mortas no ataque em andamento, e cerca de um milhão foram deslocadas.

Em Gaza, os soldados que inesperadamente encontraram Sinwar na quarta-feira faziam parte de uma unidade em treinamento para se tornarem comandantes de esquadrão. Após o tiroteio que matou Sinwar e outros dois combatentes, os israelenses encontraram a área cheia de explosivos e se aproximaram dos corpos com cautela. Eles encontraram dinheiro e armas, segundo uma autoridade israelense.

Fotografias obtidas pelo The New York Times, algumas das quais mais tarde circularam online, mostram o corpo de um homem com traços faciais fortemente semelhantes aos de Sinwar. O corpo apresentava ferimentos graves, inclusive na cabeça e na perna.

Sinwar morreu depois que soldados e agentes de inteligência israelenses passaram meses tentando localizá-lo, encontrando pistas, mas nunca conseguindo prendê-lo, disse um porta-voz militar israelense, contra-almirante Daniel Hagari, a repórteres. O DNA de Sinwar havia sido encontrado em um ponto em um túnel a poucos metros de onde os corpos de seis reféns israelenses foram encontrados seis semanas atrás, disse Hagari. Israel coletou informações de DNA de Sinwar durante seu longo período de encarceramento em prisões israelenses.

A notícia de que Sinwar havia sido morto levou a comemorações em Israel, enquanto as pessoas se reuniam em telhados e ruas para comemorar, agitar bandeiras israelenses e os motoristas buzinavam.

Para algumas das famílias dos reféns, foi um momento de satisfação e apreensão. Muitos temiam que seus parentes agora pudessem estar em maior perigo.

Einav Zangauker, cujo filho, Matan Zangauker, foi sequestrado no Kibutz Nir Oz, fez um apelo direto a Netanyahu em um vídeo nas redes sociais: “Não enterre os reféns.”

“Você tem sua imagem de vitória”, disse ela. “Agora, faça um acordo.”

Orna e Ronen Neutra, pais de Omer Neutra, um refém que cresceu em Long Island, Nova York, e mais tarde se alistou no exército israelense, pediram que “toda a atenção” se voltasse para garantir a libertação dos cativos.

À medida que a notícia da morte de Sinwar se espalhou por Gaza, muitos ficaram atordoados. Em um café improvisado na beira de uma estrada em Khan Younis, onde Sinwar nasceu em 1962, as pessoas pararam para assistir às notícias na televisão.

Outra moradora da cidade ao sul, Rayan Raef Hamdan, de 20 anos, disse que esperaria até que o Hamas confirmasse a notícia e esperava que fosse falsa, como relatórios anteriores sobre sua morte.

“Desde o início da guerra, ouvimos muitos desses rumores”, disse ela, acrescentando: “Esperamos que Deus prolongue sua vida e o salve da morte.”

Outros gazenses acolheram a morte de Sinwar, culpando-o pela fome, desemprego e desabrigamento que o conflito causou.

“Ele nos humilhou, começou a guerra, nos dispersou e nos fez deslocados, sem água, comida ou dinheiro”, disse um jovem de 22 anos chamado Mohammed, que foi repetidamente deslocado e pediu que seu sobrenome não fosse usado por medo de represálias do Hamas.

“Ele é quem fez Israel fazer isso”, disse Mohammed, chamando a morte de Sinwar de “o melhor dia da minha vida.”

Rezeq el-Sabti, um pai de 44 anos que estava abrigado com sua família em uma tenda no centro de Gaza, disse que esperava que Netanyahu agora declarasse vitória.

“Netanyahu dirá ao seu povo que ‘matamos Sinwar, que nos fez guerra’”, disse el-Sabti, “e isso nos dá esperança de que a guerra terminará.”

Ainda assim, outros disseram que pouco mudaria com a morte de Sinwar. “Muitos o precederam”, disse Rehab Ibrahim Odeh, 64. “E ele não é melhor do que aqueles que morreram antes.”

A mídia estatal iraniana retratou a morte de Sinwar como “martírio” e o elogiou por morrer lutando contra Israel no campo de batalha em Gaza.

Autoridades americanas imediatamente aproveitaram a morte de Sinwar para tentar renovar as negociações paralisadas visando alcançar uma trégua em Gaza que libertaria os reféns e permitiria mais ajuda ao enclave.

O presidente Biden disse a repórteres em Berlim que havia parabenizado Netanyahu e enviaria o secretário de Estado, Antony J. Blinken, a Israel nos próximos quatro ou cinco dias. “Agora é hora de seguir em frente”, disse Biden, pedindo um cessar-fogo em Gaza.

“É hora de esta guerra acabar e trazer esses reféns para casa”, disse ele.

O gabinete de Netanyahu disse em um comunicado que ele havia falado com Biden e “concordaram que há uma oportunidade para avançar em um acordo para libertar os reféns e trabalharão juntos para alcançar esse objetivo.”

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