O Paraguai liderou um grupo de quase 30 países nesta quinta-feira num pedido na Organização das Nações Unidas para que Venezuela inicie um diálogo nacional com a oposição para preservar a paz e a segurança e liberte presos políticos.

Óscar Cabello Sarubbi, vice-ministro paraguaio do Exterior, leu um comunicado em nome de um total de 29 países, incluindo o Reino Unido e os Estados Unidos, no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

A ação foi reprovada pela Venezuela e aliados, incluindo Cuba e Síria, no fórum em Genebra.

O comunicado conjunto pede que todas as partes na Venezuela realizem um “diálogo oportuno e efetivo”, de forma direta ou via facilitadores, “para preservar a paz e a segurança, garantir o respeito pleno aos direitos humanos, um processo equitativo, a separação dos poderes e a consolidação da democracia representativa”.

De forma paralela, os governos de Argentina, Brasil, Chile, México, Paraguai e Perú expressaram, também nesta quinta-feira, preocupação com recentes medidas adotadas pelo conselho eleitoral da Venezuela, que apontam para um adiamento do referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro para 2017.

Na semana passada, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) decidiu que a oposição na Venezuela deve recolher em outubro assinaturas de 20 por cento dos eleitores em cada Estado para permitir um plebiscito contra Maduro.

Em uma declaração assinada, os chanceleres destes países expressaram sua “preocupação pela decisão do Conselho Nacional Eleitoral da República Bolivariana da Venezuela”.

“Entre outros aspectos, implica um método determinado para a coleta de assinaturas equivalentes a 20 por cento do registro eleitoral e que tem o efeito de postergar a realização do referendo revogatório até 2017, afetando, assim, o sentido da consulta”, informa o comunicado.

O governo de Maduro enfrenta dificuldades diante de um sistema econômico socialista em crise, que sofre com uma inflação de três dígitos, amplo desabastecimento de produtos básicos e distúrbios por conta de comida.

Ele diz que a Venezuela, integrante da Opep, é vítima de uma “guerra econômica” apoiada pelos EUA e pela elite política venezuelana.

Fonte: Exame

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